«Modus vivendi»
A natureza do homem numa frase:
"Duas coisas há nos homens que os costumam fazer roncadores, porque ambos incham: o saber e o poder."
- Padre António Vieira
A natureza do homem numa frase:
"Nothing is so admirable in politics as a short memory."
Para relembrar:
A linguagem e o tom da campanha utilizados pela trupe Cavaquista, passam por recorrer à técnica constante do reminder: “há um problema no País – mas Cavaco é a solução”.
"(só) Cavaco Silva e Manuel Alegre - podem reivindicar a condição de homens livres e independentes de qualquer servidão partidária."
Inês Pedrosa, porta-voz de Manuel Alegre sobre o barómetro de ontem "As eleições presidenciais serão muito mais do que um duelo entre Cavaco Silva e Mário Soares. Serão pelo menos um combate eleitoral a três".
O manifesto apresentado por Cavaco Silva é uma espécie de plano de fomento que necessitaria da sucessão de muitos governos para ser executado na generalidade.O próprio PR teria de assegurar de antemão vários mandatos para não ter que se resignar apenas a lançar o país numa confusão de objectivos e de prioridades. Manifesto pluri-governamental ou testamento político precoce?
Não posso falar do manifesto do candidato Soares porque muito sinceramente não o conheço. Mas hoje ao ouvir o manifesto do candidato Silva fiquei na dúvida, estaria ele a falar como se tratasse de um cargo executivo, aquele que almeja vir a ganhar?
Os «Rousseaunianos românticos» desta vida que me perdoem a heresia, mas qual Maquiavel, qual Hobbes, Clausewitz, qual carapuça.
Muito povo na inauguração da sede de candidatura de Mário Soares.Muita juventude e um discurso notável da minha parceira de blogue, calorosamente aplaudido. |
Mário Soares respondeu, ontem, a muitas perguntas de jornalistas,sendo que alguns chegaram a formular várias na mesma intervenção, umas mais precisas do que outras, se me é permitida uma avaliação não-corporativista.Sem qualquer mediação, nem qualquer assessor por perto, o candidato enfrentou a bateria de questões com à vontade.Por vezes pediu para repetirem as perguntas, e bastaria que a regra estabelecida fosse que cada jornalista fizesse uma só, como acontece por esse mundo livre fora , para o ter evitado.Também foi impreciso quanto aos anos de SG do PS, e aposto que se eu perguntar de chofre ao JMF durante quanto tempo ele foi sub-director do Público, ele é capaz de não saber ao certo, sem que isso o desqualifique como actual director.Soares também disse mandatário em vez de porta-voz, e,não disse que a questão do referendo sobre a IVG já está a ser apreciada no Tribunal Constitucional, sem que se saiba se sobre a forma , consubstanciada na específica questão magna desta enorme sessão legislativa,se sobre o conteúdo.Tanto bastou para que os sábios do momento recenceassem essas «confusões».
Por mim acho-as benignas, sobretudo se comparadas com as confusões de Cavaco, que já fala como PR e já trata o Parlamento como se este fosse a insignificante Assembleia Nacional.
Eu até acho que os apoiantes do professor deviam propor a restauração do nome da Assembleia Nacional.Para ele tornar a gaffe numa previsão.Caramba,quem não percebe a diferença das gaffes?!
Vem aí mais uma eleição presidencial. A minha opção de cidadania não é tabu: votarei em Mário Soares, mas não prescindo, na minha qualidade de jornalista e comentador político, de dizer o que muito bem entender.Não tenho deveres de militância e prezo muito a minha independência de espírito.
«O professor Cavaco Silva nunca foi presidente da República, nunca teve a possibilidade de mostrar de que forma pode ajudar o país». Kátia Guerreiro, mandatária para a juventude da candidatura de Cavaco.
"There are times in politics when you must be on the right side and lose." - John Kenneth Galbraith
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A história eleitoral recente da democracia portuguesa está repleta de exemplos: quando se pressente que alguma coisa não está a correr bem, responsabiliza-se a Comunicação Social. Mesmo não ignorando que há quem, nos media, tenha e persiga uma agenda própria, manda a lucidez que não se subestime o discernimento de uma parte já muito alargada da opinião pública portuguesa, que não é susceptível de se deixar influenciar por supostos e «sinistros» (neste caso seriam «destros»...) manipuladores semi-ocultos.
Os meus amigos fervorosos entusiastas da (re)candidatura de Mário Soares aplicam-se, com entusiasmo compreensível, na «cenarização» da pré-campanha do velho leão da democracia portuguesa.
Avisa-se tripulação, curiosos e visitantes da "obra carpinteira" de que foram adicionados novos links, a saber:
De acordo com Jared Diamond, Professor da UCLA e autor do livro "Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed", existem duas causas principais (que mais não são do que tautologias) que levam ao colapso das sociedades:
O jornal Público de hoje destaca a notícia do New York Daily News de ontem, onde se dá conta do clima tenso que se vive na Casa Branca perante a possível conspiração política e a acusação a Karl Rove, na exposição e identidade de Valerie Plame, agente secreta da CIA. Diz o jornal:
"A maioria dos portugueses não tem medo nenhum de andar a 180 à hora numa auto-estrada, mas falem-lhes em pandemia e ficam paralisados de terror, prontos a barricarem-se em casa.
José Sócrates,dentro da velha regra que o mal se faz de uma só vez e o bem pouco a pouco, começou no seu discurso de posse na Ajuda , em Março, por anunciar o seu combate aos corporativismos.E deu como exemplo o fim dos privilégios de que gozam entre nós as farmácias e seus proprietários. Era uma forma de dizer que nem os mais poderosos escapariam ao seu modo de governarEntretanto ocuparam-no com as medidas de cortes na função pública.E eis que regressa agora às farmácias.Este é o verdadeiro teste.Estava escrito. |
O orçamento de estado aposta seriamente nas privatizações e, ao que parece, sobretudo no sector energético. O choque fiscal falhado.
O Orçamento vem aí com o seu cortejo de previsões adequadas que serão rebatidas pelos economistas da oposição com o mesmo espírito científico.Porque será que nas circunstâncias actuais os situacionistas perdoam os erros nas contas e são tão vigilantes para com as palavras malditas?Muito curioso... |
Também nos blogues o movimento de concentração parece imparável! |
O vencedor do prémio Nobel da Literatura é Harold Pinter. Por cá ficam os parabéns a Jorge Silva Melo que tem feito a divulgação deste autor em Portugal.
Bush sobre a nomeação de Harriet Miers para o Supremo Tribunal dos EUA: "People are interested to know why I picked Harriet Miers. Part of Harriet Miers' life is her religion". As suas crenças aqui.
O dossier da Legião Portuguesa, entregue à Torre do Tombo por António Arnaut em Abril, poderá ser consultado a partir desta semana.
A lista dos favoritos deste ano incluí, naturalmente, outros nomes. O meu preferido, contudo, é Ko Un. Se por um lado é extremamente emocional, não é romântico. A sua simplicidade (espontaneidade?), humor e paradoxos, criando um sistema discursivo não familiar e imprevisível são características assinaláveis. Allen Ginsberg definia-o como um “a magnificent poet, a combination of Buddhist cognoscente, passionate political libertarian and natural historian”. O projecto Ten Thousand Lives é uma celebração da natureza humana enquanto poesia. Trata-se de uma biografia poética das pessoas que o autor conheceu, desde a sua infância. Ko Un considera uma obrigação comemorá-las nas palavras e este épico conta já com 20 volumes. É uma obra extraordinária, quer na sua concepção quer na sua dedicação. Ko Un já tem sido um dos favoritos em outros anos. Espero que desta vença!
Contrariar o desastroso resultado eleitoral do CDS-PP nestas eleições e o estado moribundo do partido, poderão ser argumentos adicionais para a candidatura de Portas às presidenciais?
A continuação do debate nos Prós e Contras com sucessivos galanteios e até comparações entre mulheres, como já se não imaginaria ser possível, levou a politóloga Marina Costa Lobo a protestar, e bem, afirmando que essa mentalidade levava ao afastamento das mulheres da actividade política e cívica. Ela própria foi objecto dessas apreciações durante o debate.Nenhum dos intervenientes era representante do poder local... |
Rain is grace.
"The French have every right to act a bit superior. I would be happy living anywhere, but if I had to choose just one country - and the British aren't going to like me saying this - it would be France. I love France and love the French people. I'm crazy about them. I think they're the greatest. There. I've said it."
Costumava votar numa secção no edifício da Imprensa Nacional na rua da Escola Politécnica,mais tarde passei para uma na Universidade Aberta na mesma rua, e já fui até à do Salitre em expedição.Sempre com o mesmo número de eleitor.Hoje ,entre chuviscos,constatei que as portas da Universidade e da Imprensa Nacional estavam fechadas.Informaram-me na Junta de Freguesia que as secções de voto só vigoravam no apertado espaço dela e num Centro Escolar na rua Alexandre Herculano, para onde me dirigi com a família.
As filas longas não me aborreceram, mas fiquei chocado com a falta de condições de acesso para pessoas com dificuldades várias de locomoção.E foi impressionante como nenhuma delas desistiu perante escadas e corredores estreitos.Saúdo o Centro Escolar pela abertura das instalações e gostaria de saber por que razões os outros edifícios se fecharam aos cidadãos, com os seus átrios espaçosos vazios e desertos.
Confesso que torci muito por Angola no jogo desta tarde contra o Ruanda, e que festejei o golo do Akwá como se ele fosse do...Benfica.!
Seria bom que o triângulo Portugal-Angola-Brasil se impusesse na fase final do Campeonato do Mundo de Futebol que se realiza na Alemanha em Junho.Porquê?Por uma dessas razões sentimentais indefinidas...Eu que até prefiro o tipo de futebol...inglês !Se tiver companhia ainda vou à Alemanha ver...
Enriquecer rapidamente pode ser suspeito e há formas de o fazer que são criminosas.Mas pode-se acumular riqueza lentamente, em crime brando, sem chamar a atenção das autoridades mais escrupulosas.Ainda há a clássica acumulação primitiva do capital,cuja possível origem fraudulenta já caducou há séculos e hoje é muito respeitável e respeitada, levando até a condenar os que só agora principiam, numa cópia sem imaginação.
Desde pequeno que resolvi não me envolver em qualquer crime económico, por achar que lhe falta panache e não ter vocação.
O que me procupa mesmo é saber se a pobreza , súbita ou lenta, será crime.E de quem.
Leio que o governo irá nomear uma comissão para as comemorações do centenário da República, presidida por Vital Moreira.
O sinal está dado de que essas comemorações se pretendem mais políticas do que históricas, mais viradas para o presente e para o futuro do que para o passado, o que me parece correcto e bem pensado.Daí que não seja um historiador a presidi-las ,o que poderia provocar a imagem contrária.
Porém se assim é,deveria o governo ter esperado um pouco mais e convidado um antigo Presidente da República a encabeçar essa celebração.Penso em Jorge Sampaio que dentro de alguns meses estaria livre para se dedicar a uma causa que nos seus mandatos acentuou.
Aprecio muito Vital Moreira e tenho a certeza que cumprirá com brio a tarefa que lhe será confiada,levando as comemorações a todo o País.Mas a República tem os seus critérios...históricos.
"Isto não é publicidade, isto é verdade" - é para momentos como este que o 5 de Outubro serve.