domingo, junho 28, 2009

Intervalos de Verão

Acabo de marcar as datas para a intermitência da minha colaboração nos Bichos durante este Verão suado e molhado. Sem nenhum critério, aliás. Da próxima vez nem sei se me dá jeito o mesmo calendário. Mas alguma razão há-de-se arranjar para justificar a mudança. De qualquer maneira não há ninguém que não perceba o que está em jogo.E o resultado.
Recomendo a quem se dirija a estas paragens que linque para dois blogues fora de série e que, juntos, garantem a pluralidade de conteúdos:
Corte na Aldeia e o Almocreve das Petas.

Voz grossa

Está na moda ter voz grossa contra os titulares de cargos políticos.Por alguma razão é. Agora foi a vez do surpreendentemente solto Henrique Granadeiro-que talvez seja a pessoa mais bem informada sobre a «Operação Conteúdos»- dar um raspanete ao PR, ao PM, e a MFL em defesa da autonomia dos outros accionista da PT. Bocas de Verão?

sábado, junho 27, 2009

Na Página do Correio da Manhã

Hoje na minha colaboração no Correio da Manhã defendo que deve haver uma conversa franca entre o Partido Socialista e José Sócrates para se avaliar se ainda é possível ganhar as próximas eleições e em que condições, ou se vamos assistir impotentes ao que se desenha.Com mais ou menos independentes.

sexta-feira, junho 26, 2009

Tanto barulho para nada

Ouvindo bem, foi muito barulho para nada. Mas há gente a perder o controlo...

Como eleger o Provedor de Justiça?

Tenho uma tendência a recorrer directamente ao «soberano» para romper com as aporias do sistema representativo. Assim esta prolongada dificuldade da AR em encontrar um nome que reúna os votos necessários para Provedor da Justiça leva-me a considerar a possibilidade de uma fórmula de eleição directa da figura. Bem sei que muitos vão achar disparatada a ideia mas ela aqui fica depois de a já ter defendido na Página do Correio da Manhã. Vejam o mal que estas habilidades dos grupos parlamentares fizeram a um homem sério mas ingénuo como Jorge Miranda que acaba de sair de cena sem glória e com maus argumentos.
Adenda:
O facto do PS e do PSD terem chegado a um acordo sobre um candidato de compromisso, cuja pessoa não está em causa, não me leva a alterar nada do que escrevi neste post.

quinta-feira, junho 25, 2009

As estratégias dos accionistas da PT no audio-visual

A SIC e a TVI passaram a noite a dissecar o «negócio» da PT com a Média Capital, empurrando para o governo uma atitude menos transparente facilitada pelas reacções de alguns ministros, e recordando uma posição de José Sócrates datada de 2004 contrária à intervenção da PT na comunicação social. Ora este particular fez-me pensar melhor: afinal, entre os accionistas, quem estimula a PT a entrar e a saír dos «negócios» da comunicação e dos «conteúdos»?Só os efémeros tuteladores da «golden share»? Não haverá por aí outros agentes da compra e venda? Neste caso com a aparência de um favor a José Sócrates ?

Cheia de graça

Não há nada como uma vitória eleitoral para mudar a imagem de uma personalidade política. Lembro-me de Mitterrand na oposição durante 20 anos sem ninguém lhe dar um tusto pelo carisma, ou, mais perto do que quero falar hoje, Aznar sem pinga de graça a debater contra o primeiro-ministro Filipe Gonzalez. Não é que MFL apareceu ontem na SIC mais desenvolta, com ideias mais assentes, embora tímidas e estagnantes para o país, envolvida numa graciosidade que só a vitória explica?

quarta-feira, junho 24, 2009

Factor de sustentabilidade

O DN de hoje noticia que a OCDE está preocupada com a degradação das pensões em momentos de crise pois pode ser mais um factor de pobreza e que o factor de sustentabilidade deverá ser revisto durante períodos de recessão.«Os mecanismos automáticos de ajustes de pensões que alguns países introduziram para associar as pensões à esperança de vida e a planos de financiamento podem também necessitar de ser repensados».
Até tu, OCDE?!

Cooperação estratégica ou institucional?

Vamos ter em breve um episódio significativo para caracterizar o tipo de cooperação de Cavaco Silva com os partidos . Se a Constituição quisesse que o PR marcasse dois actos eleitorais para o mesmo dia tinha-lhe atribuído a competência de marcar a data de ambas.Embora fizesse mais sentido ser o PR a marcar as eleições autárquicas , tendo em conta a autonomia do poder local.

terça-feira, junho 23, 2009

Humildade e maiorias

A humildade está na moda. Já se percebeu que tem a ver com maiorias absolutas e relativas. MFL não vai pedir a maioria absoluta. Cavaco Silva ainda se zangava com a falta de humildade da sua antiga ministra da Educação...

segunda-feira, junho 22, 2009

Mário Lino e o Conselho de Ministros

Contra todas as aparências tenho Mário Lino na conta de um dos melhores ministros deste governo.É sólido, dotado de uma personalidade forte, temperada por um certo relativismo politico ditado pela experiência de vida, e sem dúvida capaz de de dizer sim e de dizer não consoante o seu julgamento. É verdade que já foi ultrapassado pelo menos duas vezes em matérias do seu ministério como a localização do novo aeroporto de Lisboa, e agora, em menos de 24horas, no anúncio sobre o calendário do concurso sobre o TGV. Aqui neste blogue, quando percebi que a pressão a favor de Alcochete ia ganhar, ainda o aconselhei a arranjar um porta-voz do ministério para o resguardar perante a bem urdida operação. Com mais inteligência política e menos teimosia individual, esses casos teriam sido evitados. O Conselho de Ministro também serve para estas coisas.
PS-Este post foi escrito depois de ter ouvido esta noite no canal Parlamento a intervenção de Mário Lino na respectiva comissão sobre o TGV.

domingo, junho 21, 2009

O PS no seu labirinto

O PS vive um momento crucial do qual depende o seu destino como partido governamental a partir das próximas legislativas. Não é só José Sócrates que deve fazer uma reflexão sobre o seu modo de governar. O PS também tem a obrigação de reflectir sobre o melhor modo de evitar a vitória da direita que nada aprendeu. E só há salvação se as conclusões de ambas as partes tiverem consequências.

sábado, junho 20, 2009

O governo dos outros

Os jornais de hoje dão algumas indicações sobre o que os adversários do PS pretendem que ele faça no governo até às legislativas. Os economistas do costume, mesmo os que falham escandalosamente as previsões, voltaram ao ataque e querem paralizar as obras públicas. João Gonçalves , insuspeito, já veio dizer o que se deve dizer dessa teoria de irresponsáveis. Mas mais engraçada ainda é a reacção ao facto da ministra da Educação ter decidido manter o sistema de avaliação simplificado, com tudo o que isso significa, durante mais um ano. Aqui os adversários do PS já não queriam o adiamento das obras pesadas! Uns descarados...

sexta-feira, junho 19, 2009

Carlos Candal

Carlos Candal era um nome mítico quando comecei a minha actividade estudantil no movimento associativo em Lisboa. Ele tinha ganho as eleições para presidente da AAC quebrando assim uma longa hegemonia da direita política na Universidade de Coimbra, e todos referiam as suas qualidades oratórias, na altura uma característica primeira.De certa maneira Candal em Coimbra e Jorge Sampaio em Lisboa simbolizaram o aparecimento de uma nova vaga de dirigentes democráticos.
Há porém um episódio passado nas discussões do grupo parlamentar socialista na Constituinte, em 1975, que nunca compreendi. Alguns deputados do PS pretendiam racionalizar a figura do «Controlo dos Trabalhadores» nas empresas referindo que o modo de aplicação desse controlo dependeria do sector de actividade, do tipo de propriedade, e da dimensão da empresa, se bem me lembro. Pois Candal, de quem se esperaria apoio para uma ideia tão sensata, exclamou:« Fica controlo dos trabalhadores, ponto final!» . Não ficou nada alguns anos depois.
Dito isto pela surpresa ,( e pela história) inclino-me perante um democrata combativo de antes e depois do 25 de Abril.

quinta-feira, junho 18, 2009

Sarkosy na OIT

Sarkosy foi à Assembleia Geral da OIT defender a observância universal das recomendações emanadas daquela organização como forma de promover o comércio internacional justo. Quando Portugal assumiu a presidência da UE propus que agendasse uma cimeira especial entre a UE e a OIT como forma de fazer passar o modelo social europeu da actual fase defensiva e degradada para uma fase ofensiva à escala mundial. Lá se chegará um dia.

Moção de censura e entrevista na SIC

A semana está a correr bem a José Sócrates: uma moção de censura ao governo que divide a oposição e uma entrevista tranquila à serena Ana Lourenço.

quarta-feira, junho 17, 2009

Discutir os comentadores

Muitas das sondagens e dos comentadores políticos foram também advertidos pelos resultados das últimas eleições. Pedro Magalhães dá-nos conta do que aconteceu na GB depois de erros de previsão numas eleições dos anos noventa. Por enquanto por cá ninguém se acusa. A avaliação é só para os outros...

terça-feira, junho 16, 2009

Nem eurodeputado, nem deputado...

Esta semana voltei a ser considerado eurodeputado por dois orgãos de imprensa, o clássico Record e o post-moderno i. Ora deixei de ser deputado ao PE em 1989, há precisamente 20 anos. Fui, depois de um belo interregno em que normalizei a minha vida académica, deputado à AR entre 1995 e 2005. Há reputações que nos acompanham...

Já no futebol não se pode errar...

Enquanto Durão Barroso é presidente da Comissão até pelos erros que cometeu-Bicesse, guerra do Iraque,etc- já Jorge Jesus que chega a treinador do Benfica só se aguentará se der títulos ao SLB. No Benfica o único critério para um treinador como Jorge Jesus é a vitória. É um mundo sem atenuantes nem cumplicidades na derrota.

Vital Moreira e Durão Barroso

Bem ou mal Vital Moreira enquanto candidato ao PE declarou que não apoiaria Durão Barroso para outro mandato à frente da Comissão. Estava no seu pleníssimo direito, e era um ponto distintivo com o governo de Sócrates que ficava bem a ambos. Não se percebe que tenha agora voltado a pronunciar-se sobre o assunto que ainda está na fase dos governos. Espere pelo início do mandato e pela chegada da proposta do Conselho ao PE para anunciar uma decisão. Não se precipite.

segunda-feira, junho 15, 2009

Agora que Barroso caminha para a unanimidade...

Esta semana Durão Barroso deve ver o seu nome confirmado para novo mandato na Comissão pelo Conselho Europeu. Apetece-me transcrever parte de um artigo que escrevi no
Diário de Notícias em 26 de Agosto de 2004 :
«Durão Barroso sabe que tudo começou nos Açores mas que só terá êxito se esbater a sua presença na fotografia. Nesta fase ele será uma espécie de D. JoãoVI enquanto príncipe regente. Que lhe importa?Este período será o da fase diplomática, de gestão do preenchimento e da posse da Comissão. Ter êxito está ao seu alcance e terá um ano para forjar a natureza do seu mandato. Como a sua dimensão mitómana não lhe impede o registo simples da actividade política, Barroso prepara-se para impressionar os carentes de impulso europeu. Será quase uma brincadeira para ele agradar e ser aceite pelos maiores Estados e pelos maiores interesses. No fundo compra tempo para se afirmar

Sem comentários

A crise da social-democracia europeia

Se num desses inquéritos me perguntassem por um talento político e económico para o futuro da esquerda em Portugal eu responderia João Rodrigues por aquilo que tenho lido dele.Hoje volto a linkalo pelo seu excelente artigo no jornal i sobre a crise da social-democracia europeia. Lembro-me de num congresso do PS no Coliseu de Lisboa ter feito uma intervenção sobre a anemia da Internacional Socialista e do Partido Socialista Europeu que se estavam a deixar colonizar pelo neo-liberalismo , o que não era o seu papel na globalização. Nem um eco público houve dessa intervenção. Os média foram entretidos com o Tino de Rans...
Quanto ao artigo de hoje as esperanças não são muitas: basta dizer que o PSF enviou Ségolène Royal como seu representante à IS...

Ronaldo e o mercado ibérico

Descansem que não vou dar lições de moral à custa dos ordenados do Ronaldo. Na sua transferência para o Real Madrid, planeada há muito tempo, avulta o sentido de previsão do contrato sobre os direitos de imagem para toda a península ibérica que agora maximaliza a sua virtualidade. O que gostaria de saber é se a verba fabulosa da transferência foi, ou vai ser, suportada por algum desses bancos portugueses que receberam apoios estatais para resistirem à crise financeira do interbancário...

sábado, junho 13, 2009

Sobre o autoritarismo moderno

O autoritarismo moderno não dura muito.Esta é a grande lição para os apoiantes da fórmula.

quinta-feira, junho 11, 2009

Excelente o discurso de António Barreto

Já escrevi aqui a surpresa que constituiu para mim o facto de António Barreto ter aceite ser o Comissário para as celebrações do Dia de Camões. Mais uma razão para chamar a atenção para o seu excelente discurso ontem na abertura das cerimónias. Assim vale a pena.

quarta-feira, junho 10, 2009

Os Bichos-4 anos e um milhão de visitas

A cultura de blogue dos Bichos-Carpinteiros não é muito dada a festarolas. Mas aqui cada um faz o que lhe apetece. Isso permite-nos assinalar que atingimos esta noite a soma de um milhão de visitantes nestes 4 anos de existência. Não é nenhum recorde, baixamos até bastante depois de se ter fechado a caixa de comentários por causa da pandemia de mau gosto, mas revela uma tendência de serviço público que nos apraz...

terça-feira, junho 09, 2009

Tirar as castanhas do lume

A outra sensação com que se fica é a de que o PS no governo andou a tirar as castanhas do lume para as distribuir à esquerda e à direita, mas mais à direita...

"What does Europe mean?"

Novas Fronteiras

Quando vi as cadeiras vazias na sala do Altis, lembrei-me irresistivelmente do público das sessões das Novas Fronteiras.

Vital Moreira

Tenho uma grande simpatia intelectual, e pessoal, por Vital Moreira, cujo extraordinário espírito jurídico está bem presente no melhor manual de anotações sobre a Constituição da República Portuguesa que conheço, mas nunca o levei demasiado a sério como animal político. Mesmo quando nos cruzamos na Constituinte em 1975, ele no PCP eu no PS, não me convenceu o seu serôdio entusiasmo pelo
centralismo democrático, já em queda acentuada visível nos astros. Depois viu-o desolado como presidente de uma comissão eventual de revisão constitucional em 1997 já deputado independente pelo PS. A sua escolha para cabeça de lista do PS às europeias só compromete quem a fabricou e o indicou para fazer parte da delegação socialista à manifestação da CGTP no 1º de Maio.Portou-se estoicamente na campanha eleitoral , defendendo para além do razoável as políticas do governo. Acabou derrotado, e nem sei se ficará muito tempo num parlamento funcionalizado como é o PE.
Porém era escusado manifestar-se preocupado com a subida da esquerda anti-europeia em Portugal ( e até neste particular arrisca-se a ser surpreendido...) quando vai terçar armas num PE onde a direita subiu significativamente a sua representação, e com o contributo nacional...

Quando regressarem os nossos emigrantes políticos...

Cavaco Silva constituiu-se num interessado apoiante da continuação de Durão Barroso à frente da Comissão Europeia por mais quatro anos. Por enquanto ninguém sugere nada a António Guterres, Alto Comissário da ONU para os Refugiados, embora este já tivesse tido direito a um cartaz do PS nestas europeias, mas lá virá o dia. Quando Barroso regressar?

segunda-feira, junho 08, 2009

Eleições com dor

Hoje tenho uma colaboração especial sobre as eleições no Correio da Manhã. Recordo que a última eleição que o PS ganhou foi para as legislativas há mais de 4 anos e que daí para cá só tem averbado derrotas.Também refiro que a ideia de bloco central ficou mais longe com o ressurgimento da direita política a impor-se à direita dos interesses. Cavaco Silva também deve estar preocupado.

Finalmente, o voto em branco...

Houve uma equipa de intelectuais que inaugurou o regime democrático propondo o voto em branco. Averbaram uma grande derrota moral perante o desejo de seis milhões de portugueses de participarem activamente nas escolhas decisivas de então. Pois agora que ninguém apelou ao voto em branco eis que ele sobe para 4, 6% , ou seja mais de 150.000 amigos do PS que não querem ainda mudar de clube ou desistir .

Bicefalias

O PSD e o CDS saem destas eleições europeias com bicefalias na liderança. Paulo Rangel, que mais a merece, será quem menos a utilizará no curto prazo. Mas já Nuno Melo exercitou esta noite ,com verdadeiro deleite, a sua nova condição que conquistou no terreno.Parou e arrancou o discurso obrigando Paulo Portas a diferir. Pena aquele assomo de arrogância em relação a Vítor Constâncio. Foi então que Portas jogou a notícia da moção de censura ao governo. Um brinde, ainda não se sabe para quem.

Derrota em duas frentes

O PS perdeu estas eleições para a direita e para a esquerda. Isso só vai complicar a inteligência da situação para o próximo futuro. A escolha do eleitorado a captar não será técnica mas política.Uma maçada.

O que espera os portugueses...

O PSD mal passou à frente do PS, com todo o mérito para Paulo Rangel, referenciado neste blogue pelo seu discurso de 25 de Abril de 2007 na AR ,- ainda Pacheco Pereira se referia a ele na Quadratura do Círculo como coitado-, já está a propor a paralização das obras públicas no país. Mau sinal.

domingo, junho 07, 2009

A direita política reapareceu

A direita política reaparece depois desta vitória do PSD nas europeias. Vai ser difícil à direita dos interesses continuar a propor o bloco central...

Abstenção injustificada

A abstenção nas eleições europeias de hoje não terá outra justificação do que a vontade do cidadão de se abster: o dia não está bom nem está mau, os feriados só começam na quarta-feira, a comunicação social deu voltas e mais voltas para falar da campanha. Mas não se pode querer tudo como uma Europa das chancelarias ratificada pelo voto popular...

sábado, junho 06, 2009

Hillary Clinton

Fiquei relativamente surpreendido com o facto de Hillary Clinton, que admiro, ter aceite a pasta dos Estrangeiros em vez de alguma com impacto nas políticas sociais internas. Obama foi eleito para dar ao Mundo uma nova face mais humanista e eficaz dos EUA , e a escolha do Vice-Presidente Joe Biden também cobria a área das relações internacionais. Pouco espaço pessoal pois para o titular do State Department, remetido pela força das coisas para o usual em política externa, pelo menos na fase de inovação da Administração Obama. Esta reflexão não é , pois, ditada pela forma tranquila como Hillary Clinton recebeu em Washington o nosso MNE Luis Amado, enquanto Obama voava entre o Cairo, a Alemanha e a França, traçando o novo quadro normativo da posição dos EUA na política internacional.

sexta-feira, junho 05, 2009

Agenda Europeia





E por falar em Eleições Europeias e temas caros à Europa ...

quinta-feira, junho 04, 2009

Dia dos Açores em Toronto

O dia dos Açores foi celebrado este ano em Toronto por iniciativa dos orgãos de governo próprio da RAA. Fui convidado como forma de reconhecimento pelos cerca de dez anos em que fui deputado à Assembleia da República por aquele círculo eleitoral, período durante o qual se inaugurou o ciclo da autonomia cooperativa com a República que tão bons resultados trouxe a todas as partes enquanto durou.O que esta celebração do Dia dos Açores significou para a comunidade emigrante ficou bem patente na adesão às iniciativas culturais e políticas levadas a efeito a 30 e 31 de Maio com a colaboração da Casa dos Açores de Ontário. Só o sinal transmitido às autoridades do Canadá quanto à importância que deste lado do Atlântico se dá à nossa comunidade justificaria por si a iniciativa.Uma comunidade melhor inserida na vida local do que há uma dezena de anos.
Adenda:
A propósito deste reconhecimento recordo a parte final da minha carta datada de 14 de Novembro de 2004 e que entreguei naquela data a Carlos César :
Meu Caro Carlos César,
(...)
Quem como eu foi testemunha da tua estratégia autónoma, desenhada no já distante ano de 1993, sabe que a manutenção do PS no governo dos Açores não se deve ao acaso.
(...)com o Partido Socialista na oposição quer a nível nacional, quer a nível regional, pude aperceber-me, antes de muitos espíritos , das tuas reais capacidades políticas. E foi para mim um privilégio participar nesse projecto que levou o P.S. ao governo.Sem a iniciativa do teu convite para encabeçar a lista do PS no círculo eleitoral dos Açores à Assembleia da República, tal não teria sido possível. Ainda hoje recordo com emoção as campanhas eleitorais de 1995,1996, 1999 e 2000 em que o PS/Açores passou de 1 para 3 deputados à AR, e da oposição de 20 anos para o governo da RAA.
Conseguiu-se nesse período consolidar o PS e o progresso continuado dos Açores graças à tua capacidade de governar. Entretanto a autonomia deu alguns passos legais em frente com as revisões constitucionais de 1997 e de 2004, e com a aprovação da Lei de Finanças das Regiões Autónomas. Posso ostentar dignamente os meus três mandatos como deputado à AR.
Porém tudo tem o seu tempo, meu caro Carlos César, e sinto que pouco mais posso fazer pelos Açores como deputado depois das eventuais aprovações de uma nova lei eleitoral para a A.L.A e do estatuto político-administrativo.
Acresce que o PS/A, sob a tua liderança, está em velocidade de cruzeiro no governo, e tem bons quadros, filiados ou não, graças à capacidade de atracção dos talentos da sociedade açoriana, pelo que a minha retirada institucional,no fim desta IX Legislatura, nenhum problema te colocará.
Creio ser este o melhor momento para de tar conta deste meu firme propósito de não me voltar a candidatar a deputado pelo círculo eleitoral dos Açores. O PS/A acaba de averbar uma avantajada vitória que lhe permite encarar com optimismo os próximos anos, e há tempo suficiente para se conceber uma lista ganhadora na próxima eleição para a AR.
Este meu propósito de não me candidatar é válido quer as eleições legislativas tenham lugar na data prevista quer sejam antecipadas.
E obviamente estarei dísponível para fazer campanha ao teu lado.
Com a expressão da maior amizade e camaradagem

José Medeiros Ferreira

Como se sabe acabou por haver eleições antecipadas em Fevereiro de 2005, mas até essas estavam previstas na carta.Considero a história dos meus mandatos como deputado pelos Açores como uma história positiva e com happy end...

Despressurizacão

A PGR prepara-se para arquivar o inquérito sobre ilegalidades nos voos da CIA em Portugal. Como era de prever a abertura do inquérito não deu em nada. Mesmo sem pressões. Um dia saberemos quase tudo pelo lado americano.

A Bertrand foi pequena...

A Livraria Bertrand foi pequena para receber os convidados para o lançamento do livro de
João Gonçalves, Portugal dos Pequeninos, cuja apresentação foi feita por José Pacheco Pereira , antes do próprio autor da antologia de textos bloguísticos pegar na palavra e a desenvolver a seu belo prazer. Gostaria aqui de reproduzir um excerto do prefácio que tive muito gosto em escrever:
«Considero João Gonçalves um dos melhores cronistas deste século XXI,
um século ainda tão pequeno, como Karl Kraus considerou o XX na véspera da Grande Guerra de 1914.Esse mesmo Karl Kraus que ostracisava os jornais de referência que ele tinha por responsáveis da hecatombe em preparação. Daí que editasse o seu próprio jornal, DIE FACKEL, várias vezes apreendido pelas autoridades de Viena, imperial mas a desfazer-se.Para o súbdito austríaco o mais importante no público é a faculdade de julgar e não a de opinar. Pois considero haver analogias entre um pensador como ( Karl Kraus) e o nosso João Gonçalves .(...) Ambos convocam o escândalo do julgamento e a errância de caminhos. Ambos marcam a sua época em meios de expressão fora do sistema. Um com uma folha de jornal, o outro com o seu blogue Portugal dos Pequeninos. »
Hoje a blogosfera foi homenageada como uma das maiores ilustrações contemporâneas da liberdade de pensamento e de expressão na figura de um seu destemido utilizador , o João Gonçalves.

quarta-feira, junho 03, 2009

O imposto europeu

Estive fora estes dias. Depois de uma leitura geral da imprensa chego à conclusão que o único tema verdadeiramente europeu que se discutiu nesta campanha foi a ideia de um imposto europeu como mais uma fonte de receitas próprias da Comunidade capaz de tornar mais robusto o orçamento de Bruxelas.Portanto uma ideia positiva para Portugal, mas de muito díficil aceitação para países como a Alemanha, a França, o Reino Unido e quejandos. Infelizmente o debate nunca passou das primeiras letras e não se enquadrou a proposta no âmbito da revolução orçamental de que a Comunidade Europeia precisa para que os cidadãos se interessem pelo seu destino.