sexta-feira, outubro 21, 2005

A longa resignação de Cavaco Silva

A apresentação da candidatura de Cavaco Silva não trouxe nenhuma novidade.Das frases fabricadas pelos profissionais de marqueting-profissão que , injustamente, não foi referida no discurso -refira-se o EU NÃO ME RESIGNO, que, por vias das dúvidas de interpretação do lead a destacar, figurava em título!
Ora a frase esbarra com o comportamento politicamente receoso do personagem, que se resignou a não apresentar candidato à eleição presidencial em 1991quando era um apartidário e amador chefe do PSD, o partido governamental da altura.E desfez-se no apoio a Mário Soares.Quando a crise europeia se perfilou em 1993 começou a elaborar a teoria do tabu que o levaria a resignar-se de primeiro ministro e de líder-mesmo que improfissional-do PSD.Meses depois da derrota do homem que teve de perder por ele, Fernando Nogueira, apresentou-se com amadorismo às presidenciais de 1996, perdendo as eleições à primeira volta.Voltou a resignar-se em 2001 e esteve 10 anos a contemplar a deriva do país, em parte conduzida por gente que havia escolhido para os seus governos.
Cavaco Silva , obviamente resigna-se.