quinta-feira, novembro 30, 2006

Uma política comum de transportes

O relator do PE, o socialista italiano Claudio Fava, realçou que os 1245 voos da CIA detectados no espaço europeu não foram sujeitos a controlo.Ora aqui está uma verdadeira política comum...

Mesmo sem governo...

Os jornais noticiam as conclusões do relatório do Parlamento Europeu sobre os voos da CIA suspeitos de transportarem prisioneiros acentuando que eles se efectuaram durante os diversos governos do rotativismo do regime, presididos por Barroso, Santana e Sócrates.Não vejo onde está a notícia: mesmo sem governo os aviões transitariam...

quarta-feira, novembro 29, 2006

O Vaticano, a Europa de Leste,e o Médio Oriente

É indiscutível que o Papa João Paulo II teve uma influência decisiva na liberalização dos países da Europa de Leste, numa acção paralela aos objectivos ocidentais da guerra-fria, embora mantendo uma disputa com o protestantismo anglo-saxónico no resto do mundo, sobretudo na América Latina e em África.Agora é o Papa Bento XVI que se aproxima dos propósitos transatlânticos com o seu proselitismo anti-maometano ponderado nesta viagem com o seu apoio à entrada da Turquia na UE, o que deixará muito católico a fazer o sinal da cruz.Será Jerusalém a América Latina do Cardeal Ratzinger?Blair espera que sim...

A universidade entre Bolonha e o MIT

Título do meu artigo de ontem no Diário de Notícias.

Festa da música e o caso ´Luísa Mesquita

Foram os temas das minhas crónicas na TSF(sexta-feira) e no Diário de Notícias (segunda-feira). Hoje ando pelo 5dias.

terça-feira, novembro 28, 2006

Flexi-insegurança

Discute-se no forumda TSF a última descoberta do modelo social europeu a ser aplicada em Portugal : a singela flexi-segurança.Ouço o correspondente da estação a descrever como a coisa funciona(bem) na Dinamarca, com muita flexibilidade nas mudanças de emprego, com muita formação profissional contínua, com muito subsídio de desemprego, com muita procura de quadros com mais de 50 anos, e prevejo a queda da segurança entre nós e a subida da flexibilidade...

Obrigado RTP1

Não creio que alguma estação de televisão generalista do espaço Bolonha dedique mais de 3 horas a debater os problemas do ensino superior como acaba de fazer para o grande público a RTP1 com o programa de Fátima Campos Ferreira Prós e Contras, em que participaram o Ministro e tantos responsáveis universitários.Parabéns aos protagonistas e o meu obrigado.Não encontram melhor lá fora.

Universidade e empresas

Alguém aponta o dedo às universidades pelo divórcio existente entre estas e as empresas como se aquelas tivessem abandonado o lar.Não seria de observar melhor o desempenho das empresas e dividir responsabilidades...e encargos?

segunda-feira, novembro 27, 2006

A Universidade Portuguesa entre Bolonha e o MIT -II

Sigo o debate sobre o ensino superior nos Prós e Contras com a tranquilidade de quem chamou a atenção para o momento singular das universidades portuguesas neste blogue a 22 deste mês, e já escreveu o artigo que sai amanhã no DN sobre o mesmo tema.

Um blogue para António Brotas

António Brotas, Professor jubilado do Instituto Superior Técnico, militante desperdiçado do PS,mantém uma correspondência acessa por e-mail sobre temas da actualidade política com forte componente técnica, como o traçado do TGV ou as futuras travessias do Tejo. O aeroporto da Ota também lhe merece uma atenção constante. É ainda muito interventor na ténue vida interna do PS onde, claro está, nenhum dirigente tem tempo para o chamar e escutar.
Como estou na sua mailing-list sou um dos beneficiados dos seus conhecimentos e dedicação antiga à cidadania não-mediática.Mas os blogues foram feitos para dar uma nova expressão pública a cidadãos como António Brotas.São edições de autor.

domingo, novembro 26, 2006

"Chris Christmas Rodriguez"



Este Natal vamos substituir o Pai Natal pelo ... Chris Christmas Rodriguez?

O passeio do cadáver esquisito





Cesariny era bem menos conhecido pela sua obra plástica do que pela sua poesia, embora a atribuição o Grande Prémio EDP de Artes Plásticas 2002 tenha tido a intenção oposta. O próprio Cesariny dava menos importância à sua actividade plástica, como afirma o crítico de arte João Pinharanda. Mas vale a pena lembrar que, no passado mês, este seu trabalho foi aclamado no Círculo de Belas Artes em Madrid. Quem não conhece a dimensão e a importância da obra plástica de Cesariny pode visitar a Perve Galeria, em Lisboa. Até dia 20 de Dezembro é por aí que Cesariny se reencontra com Cruzeiro Seixas e Fernando José Francisco, após 55 anos de afastamento, numa mostra intitulada o “Passeio do Cadáver esquisito”. Um giro que vale a pena.

O blogue de Lionel Jospin

Lionel Jospin, que teria sido um bom candidato presidencial da esquerda em França, acaba de dar o seu apoio a Ségolène Royal, a candidata do PS, através do seu blogue pessoal.Ora aqui está para que servem os blogues.Para apoio à distância...

Comentários esclarecedores

Uma das maiores fragilidades dos jogos de futebol transmitidos na televisão reside na má qualidade dos comentários.Ou porque falta aos comentadores conhecimentos técnicos, ou porque não querem melindrar certos clubes e gente do meio, ou simplesmente porque não entendem a função do comentário televisivo, o resultado é péssimo e geralmente a banda sonora dessas transmissões irrita-me.Há excepcções, claro.Ontem ouvir Rui Águas durante o jogo Benfica-Marítimo foi um prazer por ter ajudado a ver melhor no momento certo.O futebol também tem graus de cultura própria.

sábado, novembro 25, 2006

Ja cá faltava a citação ...


... Ainda para mais de um conhecido conservador Norte-americano:

"I would rather be governed by the first 2000 names in the Boston phone book than by the 2000 members of the faculty of Harvard University."
-- William Frank Buckley Jr.

Discursos para mais tarde recordar

"Human cultures can be vastly different. Yet the human heart desires the same good things, everywhere on earth. In our desire to be safe from brutal and bullying oppression, human beings are the same. For these fundamental reasons, freedom and democracy will always and everywhere have greater appeal than the slogans of hatred and the tactics of terror."
-- George W. Bush, American Enterprise Institute, 26 de Fev. 2003

"I based a lot of my foreign policy decisions on some things I think are true. One, I believe that there’s an Almighty, and secondly, I believe one of the great gifts of the Almighty is the desire in everybody’s soul, regardless of what you look like or where you live, to be free. I believe liberty is universal. I believe people want to be free. And I know that democracies do not war with each other. And I know that the best way to defeat the enemy, the best way to defeat their ability to exploit hopelessness and despair is to give people a chance to live in a free society.
-- George W. Bush, Irvine, Califórnia 24 de Abril 2003

Conservadorismo ou Ortodoxia Cristã??
Eu aposto na segunda.

Um para quem não correu mal...

Durão Barroso, em festejos de 2 anos na presidência da Comissão Europeia, confessou à SIC que o processo no Iraque «está a correr mal», evidência que vista do nevoeiro de Bruxelas merece destaque.Mas diga-se que a invasão do Iraque não correu nada mal para Durão Barroso...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Banalidades

É um facto. Gore Vidal causa-me insónias. Vou ter que trocar de leitura de cabeceira. Preciso de algo mais "light" para leituras intermitentes de madrugada, aquelas a que o meu filhote de 6 semanas me tem habituado.

Cimeiras e assinaturas

Realiza-se este fim-de-semana mais uma cimeira luso-espanhola.Acho óptimas essas cimeiras para consultar, discutir,mesmo aprovar e fixar as grandes linhas de acordos entre os 2 Estados, mas não me parece o melhor quadro para assinar compromissos.

Os certificados de aforro despertam apetites?

O governo não gosta dos certificados de aforro.Já lhes baixou os juros, agora lança-se no seu arresto como forma preferida de pagamento de dívidas fiscais.Para onde quer o governo canalizar a pequena poupança dos portugueses?Para a bolsa e as OPAS?Para os depósitos bancários? E se dessa viragem resultar uma maior propensão ao consumo?Corrige-se para o ano?Ou teremos sermão ético anti-consumista?

quinta-feira, novembro 23, 2006

O mandato de deputado e a lei

Os deputados são eleitos, por lei, pelo período de uma legislatura.Por lei só os partidos os podem propor.A lei a ser abusiva é-o a favor dos partidos.Assim o mandato pertence ao deputado, a eventual renovação deste, acabada a legislatura pertence à organização.Então porquê a querela a propósito de Luisa Mesquita?
Veremos quem desencadeia mais apoios na nossa sociedade, se a deputada se o PCP.Será um teste à qualidade da opinião em Portugal.

As Universidades entre Bolonha e o MIT

As Universidades portuguesas estão sob fogo cerrado pois há gente que não gosta que haja algo que lhes escape.A indução do Processo de Bolonha,numa versão uniforme e redutora e a ciência aplicada que há-de escorrer dos acordos com o MIT para as nossas oficinas superiores,com uma utilidade de custos marginais a verificar no futuro, deu o quadro de dependência estratégico-cientifico propício para o efeito.Acresce que com o corte de verbas que o mal estudado Euro, a nível europeu, implica, temos as Universidades abatidas na sua autonomia e capacidade.É o momento próprio para as avaliar por uma comissão de tecnocratas que apareceu a aterrorizar o elemento indígena diante do Ministro.Não havia no ministério um director-geral para assistir ao sermão público dos agentes de uma rede europeia para a garantia da qualidade do ensino superior, guardando-se o Ministro Mariano Gago para mais tarde anunciar ao país as medidas que o governo considera necessárias para a avaliação do estado de saúde do doente à saida do bloco operatório onde lhe enxertaram pedaços de Bolonha e de MIT?

Conhecer Sottomayor Cardia

Título do meu artigo de hoje no Diário de Notícias.

terça-feira, novembro 21, 2006

Muito queijinho

Num separador da TSF, penso que no programa Nós Europa, aparece Durão Barroso a insurgir-se contra a “crisofilia”. A ideia é que falar de crise está na moda, que em todo o lado se invoca o mesmo e que é demais. Durão, ao esquecer as obrigações para as quais foi eleito em Portugal, deve também ter esquecido que inaugurou, com pompa e circunstância, o discurso da tanga.

Veneno russo

O caso de Alexander Litvinenko analisado nos editoriais do El País e do The Guardian de hoje.

A entrevista de Cavaco e a CM de Lisboa

Foram os temas das minhas crónicas na TSF(sexta-feira) e no Diário de Notícias (segunda-feira).

Prever e apostar

O meu querido amigo Mário Bettencourt reagiu ao meu desafio sobre a possibilidade de Jacques Chirac se apresentar de novo às presidenciais, como me está a parecer.Se Sarkosy não se sentisse empurrado para fora da pista não saudaria a escolha de Ségolène Royal como a anunciação «da renovação da vida política» ou algo parecido.O problema dele é o velho...E Chirac pode deixar Ségolène«cuire dans son jus» até ao fim do ano, e só anunciar que se candidata perante as hesitações da direita e para a juntar.Um Jospin melhor sucedido, pela segunda vez...Mas isto é só uma aposta.
Quanto à previsão de que uma Alemanha reunificada paralelamente à liberalização dos países de leste podia levar à atenuação dos laços com a Comunidade Europeia ela de facto não se deu, mas nada é igual ao que já foi na UE.E entretanto os «banais» dirigentes europeus conseguiram criar a zona euro que despojou a Alemanha da sua moeda e reforçou os laços com a UE.Por outro lado a NATO expandiu-se para leste e interpos-se entre Berlim e Moscovo, um movimento norte-americano que muitos europeus não compreenderam em toda a sua extensão, mas que os alemães tomaram boa nota.
No entanto, Mário, eis que Alemanha e a Rússia estabelecem diante dos nossos olhos uma autêntica comunidade de energia que une os 2 países bilateral e directamente.
Há apostas mais fáceis de ganhar do que outras...

segunda-feira, novembro 20, 2006

Vai uma aposta

Meu caro amigo

Já passaram alguns anos. Apostámos, dizias, que, se houvesse alargamento a Leste, a Alemanha saíria da União Europeia. Que me recorde, foi a única profecia em que te bati. Mesmo assim, para ser verdadeiro, acrescentaste, na altura, que, se não acontecesse o que previas, seria «outra Europa». E aí tens, obviamente, razão.
Vamos a outra: aposto que Chirac recolhe às «boxes», ou seja, não será candidato às próximas presidenciais. Mas não aposto na vitória de Madame Royal - provavelmente porque acabo de chegar do cinema e de ver «Marie Antoinette»...

domingo, novembro 19, 2006

«Keres» escrever bem no meu banco?

O Millennium BCP apresenta por estes dias um anúncio para galinhas com um conhecido ídolo da juventude que pergunta se keres voar, com crédito bancário presume-se.O anúncio está por toda a parte sem aspas.Muitos acham graça.Os mesmos que depois se indignam com os erros de português? É de crer que sim.Umas aspas impedem de voar?

Cultivar alteridades

Mário Mesquita, no seu artgo de hoje no Público, discorda da minha teoria sobre o que pode ou não pode um ex-presidente da República fazer, remetendo a minha posição para uma «fria ponderação estratégica de custos e benefícios», o que não era manifestamente o caso, pois só me interessava nessa contingência as responsabilidades contraídas perante a colectividade por quem já desempenhou o cargo de representante máximo da sociedade política.Concordo em absoluto com o meu querido amigo Mário Mesquita no direito pessoal de «cultivar a alteridade» Norberto Lopes relata-nos aliás no seu livro sobre o Exilado do Bougie um excelente caso existencial nessa matéria:o ex-presidente da República Teixeira Gomes viveu naquela cidade argelina vários anos sem ninguém saber de quem se tratava...Outras alteridades...

EntreVistas de Maria João Seixas

Chega-me às mãos o bem feito livro com entrevistas que Maria João Seixas conduziu para a revista Pública, editadas agora pela AMBAR.Fico contente por a minha ter sido escolhida para essa colectânea.Porque seria sempre uma distinção figurar nessa galeria que Jorge Silva Melo associa, no prefácio que escreve, a uma nova Corte na Aldeia, nesta época de dispersão e exílios interiores, e porque, fundamentalmente, gosto dessa entrevista.Obrigado, Maria João.

sábado, novembro 18, 2006

Em minoria

Acabo de saber que estive em minoria no acompanhamento da primeira entrevista televisiva de Cavaco Silva como PR. Em audiências ganhou Santana Lopes a falar do seu livro de memórias.Porque foi?Como será?Os interesses devem pensar nisso.

Vai uma aposta?

Vai uma aposta que Chirac se volta a candidatar a presidente da RF?

O que pode fazer um ex-presidente da República?

Não consigo fazer como Vital Moreira e dar, sem mais nada, os parabéns a António Ramalho Eanes pelas suas provas de doutoramento, embora seja sensível ao impulso intelectual que levou o ex-presidente da República a dar esse passo.Mas, como tive ocasião de lhe dizer pessoalmente, alguém que foi Chefe de Estado não deve prestar-se a provas desse género, não tanto por si mas pelo povo que representou maximamente.Também não se percebe a atitude da Universidade solicitada.Cabia-lhe a delicadeza de encontrar uma solução que dignificasse todas as partes.A atribuição do doutoramento Honoris Causa,por exemplo,com o seu cerimonial e a oração de sapiência que permite à personalidade distinguida poder dar o seu contributo para o avanço dos saberes universitários,seria natural nessas circunstâncias.Mas se os membros do juri acharam normal o que se passou em Navarra, então não vejo quem mais possam propor para aquela distinção

sexta-feira, novembro 17, 2006

Sottomayor Cardia (1941-2006)

Conheci-o quando usava o nome do pai,o médico Mário Cardia assumido monárquico do Porto.Foi na Faculdade de Letras de Lisboa em 1960.De certa maneira representávamos duas maneiras de cursar filosofia.Eu vinha sem doutrina, Cardia afirmava-se na escola do positivismo lógico.Em breve só falávamos de ideias políticas.Levou-me então com ele para uma extensão das Juntas Patrióticas que reunia em casa da Fiama Hasse Pais Brandão.Era mais uma arcádia de jovens literatos do que uma brigada anti-salazarista.O malogrado Passos Valente, o poeta Gastão Cruz, a Luisa Ducla Soares pareciam sempre apressados no derrube da ditadura mas para não perderem mais tempo com esssas questões da política.Mesmo assim estivemos numa manifestação na Avenida da Liberdade num 11 de Novembro de 1961, capitaneados pelo Cardia cuja coragem física contrastava com um corpo franzino e uma saúde frágil.A carga de polícia foi só um baptismo da pancadaria que o regime reservava aos oponentes júniores.Em 1965, por insistência dele fomos os 2 candidatos da oposição democrática numa lista de unidade encabeçada por Mário Soares.Como o programa proponha uma solução política para a questão colonial 10 anos antes da evidência generalizada fomos insultados por tudo quanto era gente entendida na matéria.Quando já estava em Genebra tomei conhecimento das violências sofridas por Cardia na PIDE e que podem muito bem ter estado na origem de alguns problemas traumáticos que acompanharam esse grande português anos mais tarde.Também estivemos juntos no período crucial de 1974-1976 onde mais uma vez a coragem de Cardia o levou a denunciar novas tentativas anti-democráticas.E fizemos parte do I governo Constitucional.Finalmente acabamos na mesma Universidade onde prestamos as nossas provas académicas.A última vez que vi o Sottomayor Cardia ele disse-me que se queria aposentar mas parecia que, embora tivesse já 65 anos, não tinha os 36 requeridos por manifestamente não ter sido beneficiado com a informação da Pide para entrar na função pública antes do 25 de Abril...De certa maneira morreu em combate.Hoje sinto-me mais sozinho.

Silvas

Chamados a comentar a entrevista de Cavaco Silva, Vicente Jorge Silva, do PS, criticou o PR por ter feito de “advogado do governo” em demasia. Guilherme Silva, do PSD, afiançava que não, que são os grandes interesses nacionais que estão em causa. É bonito. Ainda bem que, recentemente, Sócrates garantiu que é de esquerda. Assim, não há confusões.

Fui só eu?

Confesso que vi a entrevista do PR na SIC com imensa pena de não estar a ouvir a de Santana Lopes na RTP.Uma foi feita para tapar a outra?

quinta-feira, novembro 16, 2006

Em que ficamos?

Instados a comentar na SIC-NOT a sinceridade do apoio de Cavaco Silva ao actual primeiro-ministro, José Sócrates, manifestado na entrevista a Maria João Avillez, Mário Bettencourt Resendes, Luis Delgado e Sarsfield Cabral foram unânimes em afiançar-nos que sim,« até porque Cavaco pensa o que diz e diz o que pensa».Mas acharam natural que ele não tenha confessado que o artigo que escreveu há 2 anos no Expresso sobre a má moeda se dirigia ao então primeiro ministro Santana Lopes.Qual será o critério que os guia sobre a sinceridade do Presidente da República?O tempo em que a acção decorre?Os objectivos a atingir?Não acredito que seja um juízo sobre o sentido de oportunidade da sinceridade...

Mais um anti-americano e anti-bushista primário

Pires de Lima, na TSF: “São vários os aspectos em que a administração Bush se tem revelado perigosa e insensata para o mundo.” Especialmente na política ambiental, no Iraque e relativamente à corrupção, declara.

Adversários políticos e justiça

Chegam-me ecos de que Mota Amaral, ontem na AR ,fez uma referência significativa ao meu nome a propósito da constitucionalização da Lei de Finanças das Regiões Autónomas, uma iniciativa que tomei no âmbito da revisão constitucional de 1997 .A lembrança vinda de um histórico adversário político do gabarito e da qualidade de Mota Amaral cai especialmente bem, até porque os amigos políticos normalmente têm mais dificuldades em serem justos uns com os outros...

Londres assume a sua agenda

Tony Blair colocou a resolução do conflito entre Israel e a Palestina no centro da agenda internacional de Londres.Sempre interpretei o seguidismo do Reino Unido em relação a Washington no Médio Oriente como uma forma de voltar a ter a say nessa questão e disse-o em plena guerra do Iraque.Resta saber se é um testamento de Blair ou uma política da Grã-Bretanha para os próximos tempos.

quarta-feira, novembro 15, 2006

A primeira Lei de Finanças das Regiões Autónomas

Hoje que se discute na AR a revisão da LFRA não quero deixar de recordar o papel de António Sousa Franco na elaboração e aprovação da primeira lei em 1998, era ele então um rigoroso Ministro das Finanças.Essa lei permitiu um novo clima nas relações da República com os Açores e a Madeira,sem dramatismos nem dispêndios escusados durante a sua vigência.Foi antes da Lei de Estabilidade Orçamental do tempo da Ministra Ferreira Leite que tentou anular aquela.Vamos a ver agora o que aí vem.

A morada d´hoje

5dias

"All good fellas"



Já é costume. Os Presidentes Norte-americanos oridundos da família Republicana parece que ciclicamente se deixam levar pela beleza sebenteira de algumas teorias "wishful-thinking" que só funcionam em papel. Mas claro está, que legitimizam as políticas dos conservadores que acreditam piamente no resultado das mesmas.

Na década de 80 calhou a Reagan a famosa "Curva de Laffer" que dizia que era possível aumentar as receitas fiscais cortando nos impostos ... do lado da oferta, claro!

Na primeira década do segundo milénio é a vez de Bush Jr com a teoria das "democracias dominó". Realmente a rapaziada que vende estas "grandes teorias de engenharia politico-económica" encontra sempre quem esteja disposto a ser enganado.

terça-feira, novembro 14, 2006

Determinação e coragem em democracia

Título do meu artigo de hoje no Diário de Notícias.

Amadeo, Amadeo.




Durão Barroso visitou ontem a exposição sobre Amadeo de Souza-Cardoso que se inaugura hoje. E disse que o pintor "ainda não tem todo o reconhecimento que merece, porque morreu muito novo, mas também por ser português". Se Durão Barroso não sabe, devia estar calado. Não é por ter morrido novo ou por ser português que Amadeo não teve o devido reconhecimento. Morreu novo mas a obra que deixou foi suficientemente significativa. Teve reconhecimento no estrangeiro, expôs na Armory, conviveu com os grandes do seu tempo, vendeu fora das nossas fronteiras. Foi em Portugal que foi desprezado, humilhado e incompreendido. E continua a ser, como Durão Barroso acaba de mostrar.

As crianças racistas

Jorge Vala escrevia, no ano passado (in Barreto, A., Globalizações e Migrações), que, segundo o estudo que conduziu, “Em Portugal regista-se um padrão de racismo flagrante, estruturado pela ideia de raça, e um padrão de racismo subtil, encoberto, mais emocional do que cognitivo e estruturado pela ideia de cultura”. O Público de hoje, na secção sociedade – não encontrei o texto na edição online – dá conta de um estudo – na minha opinião com pouco destaque - que revela o racismo das crianças portuguesas.
Segundo a investigação de Ana Paula Allam e George Dutschke, quase quatro em cada dez crianças portuguesas rejeitam conhecer meninos de outras nacionalidades, principalmente os de etnia cigana. A maior parte não quer fazer amigos com os de etnia cigana – 62%; africana- 26%; árabes-24%; asiáticos- 21%.
Justificam as suas opções alegando que as crianças de outras etnias roubam; são violentos; tem medo.
A educação para a diversidade está a falhar em toda a linha. A escola perdeu a sua centralidade e precisa, com urgência de ser outra. Se a escola continuar indiferente à sua comunidade e à sua multiplicidade, mal sobreviverá. E sem os primados simultâneos da diversidade e da igualdade, haverá demasiados danos quer para as comunidades de imigrantes, quer para a sociedade de acolhimento. As escolas multilingues e com acções inter-culturais são uma necessidade premente. É claro que a escola não basta para evitar os guetos. Mas é imprescindível.

Pôr no outro

aqui comentei os ataques que têm sido desferidos contra a comunidade chinesa residente em Portugal, particularmente o boato sobre o tráfico de órgãos, que tem tido consequências desastrosas para o comércio destes imigrantes. Entretanto, tem circulado na net um mail da Michelle Chan, alertando para esta situação e em que pergunta “Como é possível que os portugueses acreditem em
histórias destas em pleno século XXI? “. Realmente, parece que o primitivismo que tem sido associado aos imigrantes chineses pertence mais a nós, portugueses. Entretanto, vale a pena ir acompanhando a situação da comunidade chinesa. Hoje, o DN traz mais uma notícia sobre este tema que vale a pena ler.

Sim, diz a Igreja.

O DN assinala hoje a radicalização da posição da Igreja no referendo ao aborto. Os bispos portugueses contestam a legitimidade da Assembleia da República para legislar no que respeita à "liberalização ou descriminalização do aborto". Consideram que a sua prática constitui sempre um crime e, por isso, não reconhecem ao Estado competência para criar leis sobre a matéria. Sobre a
legitimidade do referendo ou da assembleia em legislar sobre esta matéria, Fernanda Câncio já disse aqui o essencial: “Mas, na sua proclamação sobre a inadmissibilidade de todo e qualquer aborto voluntário e na ilegitimidade de qualquer poder "humano" - parlamentar ou referendário - para o descriminalizar, entram numa contradição "intrínseca". Porque escamoteiam o facto de que desde 1984 vários tipos de aborto - como os de fetos com trissomia 21, ou mongoloidismo, com 24 meses de gestação - são legais em Portugal, sem que se tenha verificado qualquer guerra santa (ou civil) por esse motivo; e porque aceitam entrar num jogo, o do referendo, que decretam viciado.
Votar, mesmo que seja no "não", é admitir que pode ser um poder democrático a decidir sobre algo que, de acordo com a sua doutrina, só a divindade. A não ser que a sua ideia de democracia seja a dos que, quando o resultado das votações não lhes agrada, as declaram nulas ou, usando as palavras de João Paulo II, "tirânicas". Que ironia.”
Quanto á liberalização que os bispos antecipam que acontecerá com a alteração da lei da IVG, há que sublinhar que mais liberal do que o mercado do aborto é agora, parece difícil. Com a criminalização do aborto, prolifera um mercado clandestino à margem de todas as regulamentações, económicas, sanitárias ou quaisquer outras. Hipocrisias à parte, se os senhores bispos não querem um mercado liberalizado – o que eu compreendo – só poderão votar sim no referendo.

Ainda as eleições nos EUA e Amadeo Souza Cardoso

Foram os temas das minhas crónicas na TSF(sexta-feira) e no Diário de Notícias (segunda-feira).

Casai-vos uns aos outros!

O Papa pediu aos cardeais que discutam a questão do celibato dos padres.Não viverá muito tempo quem os não vir casados pela Igreja Católica...

Apenas um livro de natal?

Qual o significado de um eventual êxito de vendas do livro de Santana Lopes?E de um flop?Em ambos os casos apenas um livro de natal?

segunda-feira, novembro 13, 2006

A UE no congresso do PS

Gostei que José Sócrates tivesse levado ao congresso o tema da presidência da UE, tanto mais quanto havia sugerido na entrevista dada a Pedro Correia para o DN na 2f passada que se discutisse, no congresso, o papel do PS na construção europeia.De uma maneira geral o PSE(Partido Socialista Europeu) tem claudicado a nível de Bruxelas do seu contributo de esquerda.Pena que tenha sido no discurso final sem oportunidade de debate.Um militante como João Cravinho, por exemplo, teria certamente muita coisa a dizer a esse respeito.

Marco Aurélio no congresso do PS

Perguntam-me o que mais me impressionou neste congresso do PS que segui pela comunicação social.Pois foi a longa citação dos Pensamentos do Imperador Romano Marco Aurélio feita por Jaime Gama quando apresentava a moção de José Sócrates.Quem melhor do que um senador da República para trazer a um congresso partidário democrático a palavra de um imperador ?

domingo, novembro 12, 2006

Honoris Causa

Vital Moreira inspirando-se na decisão da Universidade de Santiago de Compostela de anular o doutoramento Honoris Causa a Franco recorda que a Universidade de Coimbra também outorgou esse título ao caudilho espanhol e sugere que ela faça o mesmo.Sem discordar propriamente de Vital Moreira acho que só deviamos atacar o franquismo entre nós depois de termos feito o mesmo com o salazarismo doméstico...

Verdadeiramente reservado

O jornal El País, na sua edição do dia 10 de Novembro transcreve uma Acta Secreta, encontrada nas movimentadas ruas de Madrid ,de uma pré-cimeira europeia de preparação do encontro com Putin sobre relações entre UE e Rússia.Deixando de lado esta nova via dos microfones ligados, das gravações à solta, das câmaras de video escondidas que marcam a informação relacionada com os países da antiga Cortina de Ferro, retenha-se que do relato transcrito de mais de vinte intervenções, desde Blair a Zapatero, desde Karamanlis a Prodi, não consta a produzida pelo alto representante português.Isto sim é reserva de Estado!Ou perfídia da imprensa ibérica...

sábado, novembro 11, 2006

O medo não é moderno

Há dias que gente responsável declara não ter medo de manifestações.Nunca me passou pela cabeça que tivessem, e estas mais recentes não foram obviamente organizadas para meter medo.Essas declarações não são nada modernas...

Fim -de-semana de esquerda

Venha passar este fim-de-semana de esquerda em Santarém.Bom tempo garantido. Afinal ser de esquerda ainda é importante...

sexta-feira, novembro 10, 2006

O Iraque entre nós

Os que enfileiraram , em 2003, na procissão das velas da invasão do Iraque confiados na força militar norte-americana (os audazes Durão Barroso e Paulo Portas ocupam-se agora de matérias mais etéreas...)estão a passar um mau bocado intelectual.A demissão de Rumsfeld não lhes permite disfarçar como até aqui.Vislumbra-se no entanto a frágil tábua de salvação a que se vão agarrar para não aceitarem o próprio erro: os Democratas também não apresentaram soluções alternativas para solucionar o caso!Ainda não perceberam que a situação no terreno acabará por iluminar os decisores em Washington, e quanto menos ideias atempadas houver aí pior será.Mas há muitos intelectuais em Portugal determinados a resistir até ao último soldado americano!E , caro Paulo Gorjão, a opinião para ser credível deve ser responsável.Eu nem os delitos de propaganda condeno quanto mais os de opinião infundada...Limito-me a exercer o dever da crítica pública.

quinta-feira, novembro 09, 2006

E em Portugal, ninguém se demite?

Que é feito de todos aqueles que em Portugal entraram no Iraque com Rumsfeld, sobretudo os analistas-apoiantes?Ninguém se demite?Que falta de solidariedade...

Para Rui Rio

"One can exist without art, but one cannot live without it"- novo aforismo de Oscar Wilde, descoberto nos EUA -no Guardian de ontem.

Demissão de Rumsfeld -Vitória do Pentágono?

A demissão de Rumsfeld não é só a confissão dos erros de conduta política-militar da administração Bush no Médio-Oriente.Ela pode prenunciar uma maior participação do Pentágono na nova fase da estratégia americana no Iraque.Ou seja na criação de condições para uma retirada militar segura para as partes.A negociação política para o efeito ficará a cargo deste presidente...ou do próximo.Mas para quê queimar dois presidentes?

quarta-feira, novembro 08, 2006

Pagar sem saber

Título do meu artigo de ontem no Diário de Notícias.

IVG e eleições nos EUA

Foram os temas das minhas crónicas na TSF(sexta-feira) e no Diário de Notícias (segunda-feira).
Hoje estou no 5dias.

O debate socialista em França

Acabo de ver o último debate televisivo entre os 3 candidatos do PSF à investidura partidária para as eleições presidenciais.Pareceram-me os 3 muito bem preparados, mas confesso a minha predilecção pelo menos simpático.Sim, o que tem mais nervo político chama-se Laurent Fabius.Pagará por isso?

terça-feira, novembro 07, 2006

Clipping do dia



"A principal função do Estado não é o apoio aos desfavorecidos, mas sim a criação de condições para que todos (...) possam lutar com as mesmas regras, produzindo, ao mesmo tempo, riqueza."
-- Miguel Angel Belloso in Diário Económico

Esta afirmação do ex-Director do Expansión daria pano para mangas ou uma narrativa filosófica sem fim, bem regada com Robert Nozick, Adam Smith, John Rawls, Michael Walzer, Milton Friedman, Ronald Dworkin, John E. Roemer e alguns arautos da meritócracia de 3ª Via. Mas como não tenho tempo para isso estou convicto de que o Blasfémias ruminará sobre o assunto com afã e diligência.

O calendário dos comissários europeus

O comissário Almunia, que tem o pelouro dos assuntos económicos e monetários da Comunidade aparece agora sistematicamente a guiar espiritualmente os governos dos Estados-membros em vésperas de decisões orçamentais nacionais.Já conseguiu provocar tumultos em Budapeste com a tranquilidade de quem não gosta de goulash, e parece que também não gosta de bacalhau à Gomes de Sá.Seria conveniente que a Comissão se dotasse de um código de conduta a esse respeito antes de novas derrotas políticas.Os comissários tratam das políticas comuns, e devem acautelar-se de interferências públicas e gratuitas nas decisões dos Estados-membros.

segunda-feira, novembro 06, 2006

"White Trash, Fast Food."

E agora para algo de diferente, aqui ficam alguns excertos do recente "How Globalization Is Creating a New European Underclass" publicados pelo Der Spiegel.

"It is no mere coincidence that the rise of the new underclass is happening in tandem with the erosion of industry jobs. In Europe, the process of de-industrialization may end up being more influential than the common currency or the effort to forge a shared constitution. The disintegration of society threatens the West today more than international terrorism, even if politicians are focusing on combating the latter.
Though bombs can shake a democracy or market economy, they cannot destroy it. But the process of economic erosion deprives the West of jobs, then money and, in the end, democratic legitimacy. What is citizenship worth if people are denied the opportunity to participate in the working world? What use are civil liberties if the right to an independent lifestyle is no longer among them? Would it be acceptable if the rights set down in the constitution were only applicable to the educated classes?"

domingo, novembro 05, 2006

Pena de morte e execução

Quando Saddam Hussein foi feito prisioneiro concebi que, com essa operação, ele ficaria cativo e em segurança para uma eventual negociação política sobre o futuro de um Iraque a ferro e fogo.De contrário não se percebia porque não fora abatido no meio da busca e da confusão.Muito embora a situação só tenha piorado, o julgamento recheado de episódios descrebilizadores culminou agora com uma sentença de pena de morte aplicada ao ditador por crimes cometidos quando ele era um aliado dos EUA e de outras potências na guerra contra o Irão.A sentença de pena de morte ocorre nas vésperas das eleições
parcelares para o Congresso dos EUA.
A comutação da pena em muitos anos de prisão parece ser a única via para a retomada da racionalidade da conduta política-estratégica na região prometida para depois dessas eleições.

O PSD à volta de Alberto João

A vida política é assim:quando menos se esperava o PSD resolve fazer oposição ao governo à volta de Alberto João Jardim.E agora Cavaco Silva?

sábado, novembro 04, 2006

Os que esconderam Salazar

Salazar sempre teve boa imprensa.No fundo há quem esteja convencido de que ele foi um bom ditador.Agora, aproveitando a boleia do concurso televisivo sobre os Grandes Portugueses os famintos contemporâneos do seu nome descobriram que alguém o andou a esconder.Se alguém escondeu quem era Salazar foi quem não o combateu...

sexta-feira, novembro 03, 2006

O meu pessimista preferido

Ouvi com a maior atenção a entrevista de Gomes Ferreira a Silva Lopes na SIC-NOT sobre vários problemas das finanças públicas.Este é o meu pessimista preferido nestas matérias.Porque não receita para castigar e mede humanamente os sacrifícios que pede aos outros.Não tem alma de opressor.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Clusters

O BES está a ser vítima em Espanha da gestão do culto de personalidade do juiz Garzon e da ideia que se faz sobre as autoridades portuguesas em Madrid,sem esquecer as matérias que estarão sob investigação.Que justiça seja feita, mas convém perceber o contexto.

O sindicalismo mundial move-se

Acho negativo que muitos dos que hoje combatem o corporativismo em Portugal escolham criticar os sindicatos!
Já a nível internacional é de louvar os esforços de organização e reunião das grandes centrais numa nova Confederação Sindical Internacional, cujas principais linhas programáticas se destinam a acompanhar os fenómenos económicos e sociais da globalização.Eu sou partidário do reforço do movimento sindical a nível nacional,europeu e mundial.E defendo um novo papel internacional para a O.I.T como meio de proteger a mão de obra nos países do dumping social.É tão importante como a democratização de certos regimes amigos dos baixos salários.

quarta-feira, novembro 01, 2006

O Governo em Congresso

Título do meu artigo de ontem no Diário de Notícias.

Endereço numerológico

Como hoje é o primeiro dia do mês, quarta-feira e o terceiro dia “útil” da semana, estou no Cinco Dias.