quinta-feira, outubro 27, 2005

O que nos separa

Quando tomei a decisão de apoiar a candidatura de Mário Soares, particularmente de ser Mandatária para a Juventude, deliberei, por mote próprio, não ir mais às reuniões da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, órgão máximo do partido e da qual, por eleição, faço parte. Até Janeiro não as frequentarei.
Ninguém do Bloco me ditou a regra. Ninguém do Bloco me disse “Não venhas”. Eu própria entendi que, sendo forçoso e natural que nas reuniões da Mesa Nacional se discuta a estratégia presidencial do Bloco, não era correcto eu apresentar-me. Assim foi no sábado passado e assim será até às presidenciais.
Creio, aliás, e tendo em conta que sou dirigente do Bloco mas apoio outra candidatura, não poderia ser de outro modo.
Com esta experiência custa-me ainda mais a entender a posição de Manuel Alegre e de Helena Roseta relativamente à comissão política do PS. As eleições presidenciais não são partidárias e não devem ser partidárias. Mas há partidos que apoiam os candidatos Soares, Cavaco, Louçã e Jerónimo. Lá porque Alegre não é apoiado pelo partido em que militou durante anos e anos, no qual disputou eleições para secretário-geral há bem pouco tempo atrás, não pode denegar o facto que o partido não o apoia. Nessas reuniões da comissão política do PS são discutidas as estratégias relativamente a Soares. É, como referi em relação ao BE, natural que assim seja e independentemente do facto de cada candidatura ter os seus órgãos próprios.