terça-feira, março 31, 2009

"Refreshed by KFC"



"KFC wants to fill potholes in your city. But there is a catch: instead of streets full of tire chewing craters, your streets will be filled with KFC logos, at least temporarily."

Serviço público? Se a moda pega cá e Portugal, têm muita estrada esburacada para tapar.

Tarde de mais?

Perceba-se: se o caso Freeport for, por qualquer razão jurídica, arquivado sem conclusões e por prazos de prescrição, passa a caso político sem horizonte à vista.

segunda-feira, março 30, 2009

Nem preciso de provas formais

Um relatório de 4 investigadores da Uni de Toronto chama a atenção para a falta de segurança das redes cibernéticas, entre as quais algumas usadas por governos, como o Centro de Gestão da Rede Informática do de Portugal. Essas investigações são sempre preciosas mas para quem precisa delas para corroborar o óbvio. Não digo que sejam os segredos de Estado que estejam logo à mercê dos controladores da rede, mas os dados que os cidadãos fornecem aos serviços públicos merecem também o maior cuidado. Por isso sempre achei que o recurso aos serviços da Internet por parte dos cidadãos nas suas relações com o Estado devia ser facultativa e opcional.

Os Príncipes da Igreja e o preservativo

O Bispo de Vizeu, D. Ilídio Leandro, lançou a discussão pública no seio da Igreja Católica defendendo o uso do preservativo em situações delicadas, e discordando assim da posição tomada pelo Papa Bento XVI na sua recente visita a África.A declaração do bispo português está a percorrer o mundo. Noticia-se que o Papa vai responder.É um «must».

sábado, março 28, 2009

Ao sábado no Correio da Manhã

Agora só escrevo ao sábado no Correio da Manhã.Mas é uma página inteira!

sexta-feira, março 27, 2009

Ano eleitoral

Avelino Ferreira Torres foi absolvido. Ou muito me engano ou já ganhou as eleições para presidente da Câmara de Marco de Canaveses.

quinta-feira, março 26, 2009

Os 60 anos da Nato

Hoje no Instituto da Defesa Nacional realizou-se um Seminário sobre os 60 anos da Aliança Atlântica. Recordei o espantoso discurso de Salazar proferido a 25 de Julho de 1949 na Assembleia Nacional em que o chefe do governo afirmou que a referência aos princípios da democracia e das liberdades individuais, « é manifestamente infeliz no preâmbulo do Pacto e sofre da vacuidade ou imprecisão de certas fórmulas já gastas e pertubadoras», enquanto realça, imagine-se!, «O prestígio do sistema doutrinário que os exércitos moscovitas levam consigo».Lidas 60 anos depois estas palavras dão a medida histórica de um regime e de uma ideologia. São ruinas.

Portugal pode falir?

Quem coloca a questão foi incapaz de denunciar a um metro de distância os desastres financeiros do BPN e do BPP. Mas sabem tudo sobre finanças públicas. Pelo livro do apocalipse.

quarta-feira, março 25, 2009

Saramago, Francisco Manuel de Melo e a TSF

Gosto de ler castelhano, tenho um livro editado em espanhol, um dos meus escritores favoritos pela beleza da frase é Francisco Manuel de Melo que se desdobrou com grande qualidade literária entre o português e a língua de Cervantes.Fora mais novo e até seria um dos «muitíssimos portugueses que aprendem espanhol» como evidencia José Saramago na coluna -blogue que agora assina no Diário de Notícias, interrogando-se ao mesmo tempo sobre se essa notícia não irá levar «os patrioteiros do costume» a gritarem por aí ao lobo. Eu que tenho por regra nunca ser «do costume», e acho perfeitamente natural o fenómeno por várias razões, uma das quais tem a ver com os cursos universitários que se praticam no país vizinho e que atraem tantos dos nossos estudantes, já me dava por satisfeito se o treinador do Benfica, Quique Flores, dissesse umas palavras de cortesia em português quando nos está a explicar vertiginosamente o 4-4-2. E até achei graça àquela falha técnica da operadora de satélite espanhola que ajuda à independência comunicacional da TSF e que durante duas horas colocou no ar uma prolixa cartomante em língua espanhola no lugar da voz de Fernando Alves.O mundo está cada vez mais pequeno, mas há quem o veja maior.

terça-feira, março 24, 2009

24 de Março

Foi a 24 de Março de 1962 que o governo de Salazar proibiu o Dia do Estudante. Perante a forte reacção das associações académicas o ditador terá dito, segundo Franco Nogueira, que caso não fossem tomadas medidas à altura «dentro de dez anos eles estarão aqui». Em S. Bento. Mas foi por pouco tempo.O fundamental foi saltar de geração o mais rapidamente possível. Mas gerações que não passaram por provas de fogo não garantem nada a ninguém.

Onze pénalties

Estabeleci uma relação de respeito mútuo com Pedro Correia que me impede de ficar indiferente à sua interpelação sobre o pénalti que Lucílio Baptista assinalou contra o Sporting na final da Taça da Liga. Vendo as imagens chega-se à fácil conclusão que a bola não foi jogada pela mão do peitudo Silva. Falta mal assinalada portanto. Como tantas outras. Faltavam vinte minutos para o fim da partida. Ninguém mais pensou em desempatar. As substituições indicavam que os dois treinadores, que dão o seu melhor a comunicar com o público,lançavam em campo os tecnicistas da marcação de grandes penalidades.Seria o único momento de emoção numa partida particularmente mal jogada, e cuja audiência televisiva só se explica pela paixão clubística, da qual padeço, e nunca pela qualidade do espectáculo.Dos dez pénalties só cinco resultaram em golo. O Benfica falhou menos um do que o Sporting. Eis a medida da relatividade da coisa.

O País do Penalty

Rtp1, Sic-notícias, e TV24 debatem até à exaustão o estado do futebol em Portugal no contexto da final dos penalties. Retenho uma frase fora do contexto de João Evangelista presidente do Sindicato dos Jogadores: os futebolistas portugueses emigram hoje para o estrangeiro como os trabalhadores emigraram nos anos sessenta. Está explicado o expectro da origem clubística dos seleccionáveis de Carlos Queiroz para o jogo com a Suécia. Ajuda a decorar o novo mapa da Europa...

segunda-feira, março 23, 2009

A guerra de Sucessão do Provedor

Não durmo a pensar nesta última grave crise que nos bateu à porta e não tem paralelo nos países da zona tonta: a guerra de sucessão do Provedor de Justiça. Marcelo Rebelo de Sousa, com aquele sentido prático que lhe vale tanta escuta, chamou a atenção para o facto de se ter que escolher alguém com idade para assinar relatórios durante dezoito anos . É de facto uma decisão de longo prazo. Paulo Portas faz bem em apelar a Jaime Gama para encontrar um peixe desses nas águas profundas do regime. Isto não é coisa para quem tenha mais de 35 anos...

domingo, março 22, 2009

Uma cimeira para o inútil

A Cimeira da UE em Bruxelas não trouxe nada de substancialmente importante, para lá da recusa alemã em acompanhar a política de investimentos proposta pelo presidente dos EUA para a retoma geral. Há clivagens que se vão formando assim. Mais uma vez, desde o que se sabe, a preocupação imediata da nova UE foi para o apoio financeiro aos países do leste europeu que não estão na zona euro. Temas interditos.

sábado, março 21, 2009

Ao Sábado no Correio da Manhã

Estreei hoje um novo tipo de colaboração no Correio da Manhã, coincidente com a celebração do 30º aniversário daquele jornal. Agora fico com muito mais caracteres na
Página de José Medeiros Ferreira.Mas ainda estou a saborear o gosto que tive ao escrever o Bilhete Postal com os seus exigentes 750 caracteres durante quase dois anos. Digam-me qualquer coisa sobre a mudança.

sexta-feira, março 20, 2009

A coisa aproxima-se

Três milhões de manifestantes em França, os estudantes em fúria na Catalunha. E ninguém gosta de ser vaiado. Ou insultado.Mas não é este o cerne da questão, como se começa a compreender...

quarta-feira, março 18, 2009

"Ayn Rand illusion"

Comunismo 2.0

A salvação vem aí:
"The hottest ticket in London this weekend is not for a pop singer or a football match but for a conference on communism which brings together some of the world's leading Marxist academics. The international financial crisis has led to a resurgence of interest in a philosophy that many claimed had been buried with the collapse of the Soviet Union."

Zizek, o Mágico



"I feel like a magician who is only producing hats and never rabbits"
-- Slavoj Zizek ao FT Weekend (7/8 Março 2009)

Ainda bem que ele sabe disso.

Uma bela prova académica

Esta manhã, na FCSH da Universidade Nova de Lisboa , um júri de Mestrado, composto por Fernando Rosas, Luis Moita, José Manuel Pureza, Pedro Aires de Oliveira discutiram uma Tese de Aurora Almada Santos sobre O Comité de Descolonização da ONU e os Movimentos de Independência das Colónias Portuguesas, da qual fui o orientador. Foi um momento excelente pela qualidade dos arguentes e pela defesa inteligente e séria da candidata. Se a Universidade portuguesa me deixar saudades será de actos destes.

terça-feira, março 17, 2009

Parabéns a Jorge Sampaio

Aproveito para felicitar Jorge Sampaio pela distinção que recebeu do Conselho da Europa pelo trabalho realizado em prol do entendimento entre os povos. Creio que foi com prazer que partilhou este prémio atribuído pelo Centro Norte-Sul com Rania, a Rainha da Jordânia.

Quintal da Música

Se há sítio onde não devia haver protocolo seria no simpático e acolhedor Quintal da Música na Cidade da Praia na ilha de Santiago. Pois parece que houve lá grande reboliço para as gentes da comitiva portuguesa se sentarem à direita de José Sócrates durante a visita deste a Cabo Verde.Lembro-me, a despropósito, de uma situação inversa: num dos actos do programa da transferência da soberania de Macau para a China em Dezembro de 1999 realizado ainda sob responsabilidade portuguesa num vasto e moderno recinto, a nossa burocracia de Estado ocupou quase todos os lugares reservados na primeira fila. Quando o Presidente da República chegou, acompanhado pelo Primeiro-Ministro finlandês na qualidade de Presidente em exercício da UE, do Governador de Macau e das autoridades chinesas, não havia lugar para todos. Ninguém se mexeu entre os corpos do protocolo. Foi um militar, ajudante de campo de Jorge Sampaio, quem foi buscar umas cadeirinhas para fazer crer que o Estado ainda existia...

segunda-feira, março 16, 2009

Liberdade de estômago

"After 10 years of leader's heroic struggle, pizza comes to North Korea" informa-nos novamente o The Guardian.

A importação da Democracia começa de mansinho (?) e sempre pela boca. Neste caso não temos liberdade de expressão, mas sempre temos liberdade de estômago.

Quique Flores e o Benfica

Por ironia, já que João Botelho é também um benfiquista, assisti antes na Luz à derrota do SLB frente ao Guimarães, treinado por Cajuda, outro adepto confesso da casa. Fiquei a pensar na personalidade de Quique Flores: autoritário, teimoso, disciplinador, eliminador de concorrentes como os adjuntos históricos, excelente «comunicador», com imensa coragem para tomar decisões. O detalhe está nestas. Não parecem acertadas.

Portugal: o mais desigual

Conclusões recentes de um livro publicadas no britânico The Guardian. E quelle surprise, Portugal logo a seguir ao Reino Unido é o pais onde o fosso da desigualdade é mais sentido e observado.

Ver aqui.

Post scriptum - isto faz-me reforçar o célebre aforismo do Sr.Fréderic Bastiat de que o asfixiante Estado farta-se de viver à nossa custa sem pouco nos dar em troca.

Aliás gostava que o Governo me conseguisse justificar a pesada carga fiscal a que nos sujeita: acesso a serviços públicos? Quais, com que qualidade e para quem? Redistribuição de riqueza? Qual, quando os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos mais ricos. Parece que sinto o cheiro da rua cada vez mais próximo.

A Corte do Norte

Desde a Conversa Acabada que sou um admirador do cinema de João Botelho.Além disso devo-lhe o melhor conceito sobre a produção cinematográfica portuguesa. Disse ele, já não sei quando, que em Portugal não pode haver indústria de cinema mas que cada filme deve ser um protótipo. Em termos de beleza plástica traço uma linha de preferência pessoal entre Manuel de Oliveira, João César Monteiro e precisamente João Botelho. Esta Corte do Norte, baseada num livro de Agustina Bessa Luis que vou ler, apresentada no décor do S. Carlos veio confirmar essa excelência visual.

domingo, março 15, 2009

Correntes da leitura

Desafia-me aqui a Joana para um jogo que se desenvolve por estes dias na blogosfera e que consiste em reproduzir a 5ª linha da página 161 de um livro que se tenha à mão. Já confessei várias vezes que também não sou um entusiasta dessas correntes, aliás simpáticas, por ter dificuldade em fazer os links com a rapidez com que gosto de utilizar o blogue. Mas tendo em conta que pergunto inúmeras vezes «O que andas a ler» às pessoas , respondo à JAD com dois livros. Um não tem mesmo cem páginas mas fez as minhas delícias há pouco tempo.Trata-se do relato de Nick McDonell-The War at Harvard, publicado o ano passado e que anuncia um futuro génio literário.Impressionou-me aquele índio Lakota que consegue saír da sua reserva em Pine Ridge, passa uns aninhos na Universidade de Harvard e acaba voluntário na guerra do Iraque. Que destino.
Livro com a página 161 tenho à mão um de Aquilino Ribeiro-
Príncipes de Portugal, Suas Grandezas e Misérias, cuja primeira edição foi apreendida pelos discípulos da política do espírito do doutor Salazar por ter atacado D. João III , a Universidade de Coimbra e uma certa ideia desta terra de Santos e Heróis, que agora volta a ser. Ora a pg 161 trata do vivo da matéria:
«Hoje Portugal gloria-se dos Amatos, dos Sanches, dos Gouveias, que enalteceram a terra portuguesa, pelo facto de terem ouvido aqui a canção do berço. Fraca consolação!Antes são eles fantasmas miliários, clamando contra aquele que Pinheiro Chagas, na peugada aliás de Herculano, chama o mais estúpido e fanático dos reis». Fim de citação.

sexta-feira, março 13, 2009

Corrente de fundo

Também sou relutante a correntes e a semana foi atravessada. Mas como o Rui Bebiano me desafiou para a “5ª da 161”, segue a resposta. Entre os livros que tenho à mão, escolhi primeiro Bartebly, Escrita da Potência de Giorgio Agamben, traduzido pelo Pedro Paixão e por Manuel Rodrigues que já colaborou comigo no 5 dias. Não tem 161. Não entra. Optei, então, por O Retiro pelo Risco de Michaux. A dita página limita-se a anunciar o terceiro capítulo: Das escritas e da droga. Não pode ser considerado um resultado válido. Trata-se da única e não da quinta frase. E corrente é corrente. Decidi consultar o romance que estou a ler, Os detectives selvagens de Roberto Bolaño. Mas ainda não cheguei à 161. Seria batota e com estas coisas não se brinca. Por fim, abri Neoplasticismo na pintura e na arquitectura de Piet Mondrian, que comprei há uns meses, li salteado e em viés mas que ainda não saiu de cena. E a quinta frase diz: “E ficará tão contente do lado de dentro quanto do lado de fora”.
Bola para o Medeiros Ferreira, para a Natasha Nunes e para a Maria Inês de Almeida.

Regresso & Estreia, 2 em 1

No passado Domingo, anunciei aos meus leitores que iria interromper o Bom da Fita. Mas isso foi há uma semana. Amanhã estreio nova coluna de política. E para a semana, afinal, retomo a crónica de cinema. Que terá novidades. Ou seja, doravante podem ler o meu artigo político semanal no Correio da Manhã aos Sábados. E o Bom da Fita aos Domingos.

Há dias de azar.

Uma daquelas ondas, que tão depressa surge quanto some, engoliu a manhã de sexta 13. Foi um arrastão de horas noticiando “a maior subida de sempre” da criminalidade. A direita empolou, os cidadãos alarmaram-se. Tenha medo. Muito medo. Seja irracional. Mas 2008 subiu apenas comparativamente a 2007, ano de descida excepcional. Aliás, a criminalidade violenta em 2008 foi inferior à de 2006. Por exemplo, em 2008 registaram-se 143 homicídios. Em 2006, 194. E, em 2000, 247. Nos anos 90, rondavam os 400. Ou seja, embora os homicídios desçam ano após ano, divulga-se a percepção oposta. Com o mesmo pensamento mágico das superstições.
Entretanto, os media badalam crimes que nem a rodapé teriam direito. Muito menos a repetição. A mesma que do pequeno faz grande, do raro faz regra e da cautela, pavor. O medo é a reacção mais primária: insufla mas não muda. Paralisa. Os partidos dão repostas instantâneas, polícias musculam-se, governantes fabricam leis precipitadas. Perde-se a reflexão sobre causas e combate à criminalidade em tempos de crise. E de abundância. Afinal, a histeria convém aos que não querem debate. Ponha-se o pânico a correr pelas ruas, que o crime agradece. Mesmo que tenha de passar por baixo de uma escada.

A Esperança de 1999

O governo de José Sócrates fez 4 anos.O último que durou o tempo de uma legislatura foi o de Guterres entre 95-99. Há dez anos concluía o seu primeiro mandato,cheio de medidas corajosas.Só lhe faziam elogios então. Ainda não chegara a fase da crítica à personalidade.Financeiros, empresários, amigos, companheiros e camaradas, comentadores ainda andavam de boca aberta de admiração, um hábito que nos acompanha até à véspera de qualquer desgraça.Depois faltou-lhe um deputado para a maioria absoluta. Consta que Guterres chorou ao contá-lo.Lá se foi a esperança de 1999.

quinta-feira, março 12, 2009

Distraídos como sempre

A Manuela Ferreita Leite afirmou que a governação do PS assemelha-se a um «longo intervalo publicitário». O que até nem é mau porque sempre nos distrai.

O problema talvez seja esse, somos um país distraído que gosta de ser distraído.

A democratização de Angola

Agora que terminou a visita de José Eduardo dos Santos a Portugal falemos mais a sério da questão da democratização de Angola que incendiou o pensamento de muitos comentadores nestes dias. É bom que Angola se dote de um regime cada vez mais democrático, em que as liberdades públicas estejam asseguradas,e os padrões de tráfico de influência e de enriquecimento ilegítimo não sigam exemplos condenáveis. Há mesmo um caso célebre envolvendo Luanda que se passou em França e deu origem a um julgamento pelos tribunais franceses. Por cá tudo bem.Só negócios.
Por outro lado todos sabemos como a administração colonial portuguesa se preocupou com o acesso dos angolanos à democratização e até com as mais simples formas de auto-governo. Não sei como não se lembram disso. O culto da exigência para os outros continua tão típico. E acredito que Angola será, em breve, um dos países mais democráticos de África. Não tenho nenhum registo de interesse a declarar.

quarta-feira, março 11, 2009

Carlos Candal versus Manuel Alegre

Foram dois dirigentes estudantis em Coimbra no final da década de cinquenta. Há cinquenta anos Carlos Candal e Manuel Alegre nunca pensaram certamente em chegar a este ponto: separados por uma noção de disciplina devida a José Sócrates .

terça-feira, março 10, 2009

Onde pára a autoridade?

Quem também apareceu a criticar a política do governo foi António Costa. A propósito do que aconteceu no bairro lisboeta do «Portugal Novo», o Presidente da Câmara não foi de falinhas mansas e questionou os critérios de fecho e abertura de esquadras em Lisboa junto da Governadora Civil do distrito.Costa 2009?

segunda-feira, março 09, 2009

Os três anos de Manuel Alegre

Notáveis têm sido os 3 anos de Manuel Alegre: com um mínimo de atitudes criou um máximo de expectativas que gere pausadamente perante o interesse geral. Só ontem se denunciaram , enfim, dois agentes políticos tomados de impaciência : o inefável Marcelo Rebelo de Sousa, e o truculento José Lello que convergiram na exigência de solidariedade de Manuel Alegre para com a direcção do PS. Porque perceberam demais?Por mim confesso ainda não saber o que é o MIC. Mas como ninguém pergunta, não deve ser o mais importante.Uma coisa é certa: o BE está satisfeito com o bloqueamento organizativo da esquerda.

Três anos de Cavaco Silva como PR

A comunicação social esforça-se por comemorar hoje os 3 anos de Cavaco Silva na presidência. Em boa verdade pouco se pode concluir do seu mandato, prudente, cauteloso, com desejo de acertar, aqui e ali mal aconselhado. Ainda não passou por nenhuma daquelas provas que definem um consulado.Daí o prazer desta comemoração?Para o ano não haverá coisas diferentes para referir?

domingo, março 08, 2009

Uma semana de teatro

Adoro ir ao teatro. Mais do que ao cinema, por causa do «factor humano».Ontem fui à estreia do Inspector Geral de Gogol, encenado pela Céu Guerra na Barraca. Hoje fui ao Dona Maria ver Jorge Silva Melo dar vida a Pirandello no Esta Noite Improvisa-se. Casas cheias nos dois casos. Sexta será a vez da Tempestade de Shakespeare na versão de Luis Miguel Sintra na Cornucópia. Além das peças é sempre bom ver pessoas que se espalharam e se perderam de vista e agora se reunem por estas artes.E seguir os nossos artistas.

Relevante polémica intra-blog

Não se alcança porque é que o hp ficou varado com o uso do Magalhães por Edite Estrela. Afinal, a eurodeputada especializou-se em Dúvidas do Falar Português, algo de desmedido proveito para o linguajar do maneiro portátil.

sábado, março 07, 2009

Magalhães: Uma Causa nossa



Leio (com atraso) que Edite Estrela usa orgulhosamente como companhia e ferramenta de trabalho um "portentoso" Sony Vaio e um petit Magalhães.

Ora bem se a Doutora Edite tem um Vaio, porque raio precisa de um Magalhães?

Propaganda ou demagogia? Confesso que estou indeciso. Ainda não sei qual dos dois substantivos femininos devo usar.

MySocrates



A cada dia que passa José Sócrates vai metamorfoseando-se num autêntico Obama português: o nosso Obama (versão contrafeita).

O apagão de Lisboa

Mas o que raio se passa com a iluminação pública de Lisboa? Há mais de 3 noites que a zona de Campolide, Jardim das Amoreiras, Rua da Artilharia 1, R. da Escola Politécnica, Av.ª Álvares Cabral et al estão às escuras. Será que tem alguma coisa a ver com o apagão das contas da CML?

Ephemera

Excelente a ideia de J Pacheco Pereira. A Ephemera merece parabéns.

Cabeças...de lista

Hoje a imprensa semanal derrama-se sobre os cabeças de lista ao Parlamento Europeu. O que mais me impressiona entre tanta sentença é a presunção de que o P.E. vai continuar na mesma. Ora, se for representativo , haverá tempestade da grossa nos próximos anos, pelo menos nos seus corredores.Os amigos de paradigmas podem ter uma violenta surpresa.A surpresa é, no entanto, uma especialidade bem repartida.

sexta-feira, março 06, 2009

O bloco central desce

Os últimos dados da eurosondagem apontam para a descida conjunta do bloco central. Uma preocupação a mais para Cavaco Silva?

quinta-feira, março 05, 2009

O Capitalismo (novamente) revisitado



Ontem, na Reitoria da Nova

Ontem participei no lançamento de um estudo do Instituto Humanismo e Desenvolvimento sobre as Forças Armadas na Reitoria da Universidade Nova. Excelente público.Ministro da Defesa presente. Reitor. Oficiais generais. Estudantes. Deixei uma interrogação: com o Pacto de Estabilidade, na sua versão dogmática, será possivel uma modernização do aparelho militar? Quando Portugal participa em missões internacionais no âmbito da política da UE essas despesas contam para os cálculos do défice excessivo da Comissão?Ou para Bruxelas, e Frankfurt, a boa moeda é incompatível com a política de defesa da zona euro?

quarta-feira, março 04, 2009

Autoridade de Estado

A autoridade do Estado só se pode apreciar devidamente depois de se verificar onde se aplica e onde se desvanece. Entrar numa livraria para apreender livros, num sindicato para indagar em patrulhamento de proximidade o itinerário de uma manifestação de professores, identificar manifestantes à porta de uma fábrica, pode fazer vibrar os apoiantes da velha ordem e outros da nova. Mas deixar que uma testemunha seja insultada e maltratada à saída de um sítio problemático como um tribunal em acto de soberania, serve de compensação ao excesso de zelo, ou faz parte da mesma cultura castiça?

Choques tecnológicos

O conceito fez furor em Portugal há 4 anos. Infelizmente a nível internacional ele pode ser usado não como metáfora mobilizadora mas no seu assustador sentido literal: a 3-4 de Fevereiro chocaram nas profundezas do Atlântico dois submarinos nucleares , o Vanguard britânico e o Triomphant francês, ambos munidos de mísseis com ogivas nucleares capazes de abrasarem o mundo e provocarem tsunamis sem conta.A 10 do mesmo mês foi a vez de dois satélites , um americano e um russo, colidirem em órbita.Choques tecnológicos ou medição de vontades?

terça-feira, março 03, 2009

Notícias da crise

A crise de financeira e económica já está na fase social. Aguardam-se consequências internacionais. Francisco Seixas da Costa alerta para algumas especiais.A seguir com atenção.

Faz-me lembrar algo

O Sr. Edward de Bono há alguns anitos afirmou a um jornal da nossa praça que "a democracia está desenhada, não para fomentar novas ideias, mas para manter tudo estável".

O Portugal que vejo hoje dá-lhe dupla razão nas palavras.

Sócrates 2009

O superficial culto da imagem ajudou ao regresso do mais pesado culto da personalidade. Ver os senadores úteis do PS a aplaudir esse rumo de um partido que deveria ser mais institucional faz pena. Mas bem vistas as coisas é bem modesto aquele objectivo de Sócrates 2009.

Notícias do «Grupo de Genebra»

Leio que António Barreto foi nomeado pelo PR Cavaco Silva Presidente da Comissão Comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.Desempenhará com brilhantismo a missão.
Achei graça ao que agora se pede aos antigos membros do chamado «Grupo de Genebra». No início do seu mandato Jorge Sampaio convidou-me para o mesmo encargo tendo eu declinado a honra com o argumento, verdadeiro, que julgava ainda não ter idade para o efeito, o que permitiu que as coisas tenham seguido o seu curso natural e que a António Alçada Baptista tenha sucedido João Bénard da Costa naquela presidência.Mas isso foi há mais de dez anos...

segunda-feira, março 02, 2009

Amílcar Cabral

Mais um golpe de Estado na Guiné-Bissau. Mais assassinatos políticos, Nino Vieira incluído. Nestas circunstâncias lembro-me sempre de uma conversa com Amílcar Cabral em Londres, no ano de 1971, em que este me disse:
«Sabe, o que mais me custa é estarmos a treinar uma geração de jovens a dar tiros. É tão fácil. Temo que levem o resto da vida assim».São estas frases que definem um estadista.Dos autênticos, não dos que aprendem na escola da imitação.

Remate

Aqui fica o link para a minha última crónica no Correio da Manhã sobre o Congresso PS. Recomendo ainda este post.

Quem quer ser bilionário?

Os cursos do ensino superior com médias mais altas (Medicina, Belas Artes e Farmácia) são preenchidos "por alunos sobretudo provenientes de famílias favorecidas", conclui um estudo do Observatório dos Percursos dos Estudantes da Universidade de Lisboa coordenado por Ana Nunes de Almeida.
Ou seja, se há maior mobilidade relativamente às condições de partida, continua a verificar-se a reprodução das condições favoráveis herdadas. Depois dos anos 80, começaram a chegar grandes massas de estudantes ao ensino superior. Aumentou a diversificação social da população universitária. Mas ainda há muito a fazer. O acesso ao ensino superior ainda não é só uma questão de mérito individual. Fica claro que este só leveda (salvo raríssimas excepções) em certas condições propícias.
Já se sabe a diferença no apoio familiar (explicações, TPC) entre esses alunos. E também se sabe que escolas frequentam antes de entrarem para as universidades. Ou seja, o Estado, não investindo o suficiente na escola pública, continua a potenciar os berços de ouro e as colheres de prata. Depois, ainda fazem rankings...
Enfim, uma selecção social que ainda carece de respostas políticas. Precisamos de novas oportunidades, não há dúvida. Mas são outras.

"A Força da Mudança"



"O tempo não está para aventuras" afirmou ontem o Primeiro Ministro, como quem agita a bandeira da estabilidade enquanto pisca o olho à maioria absoluta.

Faz todo o sentido, para além de ser coerente com o novo slogan do Partido:

É realmente preciso ter força para manter tudo na mesma.

Don Frabrizio, Príncipe de Salina nunca teve tanta razão.

domingo, março 01, 2009

Ricochete

A tvi reage ao pedido de julgamento popular de Sócrates. Os primeiros 15 minutos do telejornal foram dedicados à relação de Sócrates com o Freeport. Já ágora, aqui fica o link para o congresso do PS visto à esquerda e para o Bom da Fita desta semana. Desta feita sobre a série Boston Legal.

O SLB festeja 105 anos

Acabo de chegar da festa com que o SLB celebrou o seu 105º aniversário. Gostei muito de assistir à homenagem a Mário Esteves Coluna, o grande capitão do Benfica europeu.