Quem quer ser bilionário?
Os cursos do ensino superior com médias mais altas (Medicina, Belas Artes e Farmácia) são preenchidos "por alunos sobretudo provenientes de famílias favorecidas", conclui um estudo do Observatório dos Percursos dos Estudantes da Universidade de Lisboa coordenado por Ana Nunes de Almeida.
Ou seja, se há maior mobilidade relativamente às condições de partida, continua a verificar-se a reprodução das condições favoráveis herdadas. Depois dos anos 80, começaram a chegar grandes massas de estudantes ao ensino superior. Aumentou a diversificação social da população universitária. Mas ainda há muito a fazer. O acesso ao ensino superior ainda não é só uma questão de mérito individual. Fica claro que este só leveda (salvo raríssimas excepções) em certas condições propícias.
Já se sabe a diferença no apoio familiar (explicações, TPC) entre esses alunos. E também se sabe que escolas frequentam antes de entrarem para as universidades. Ou seja, o Estado, não investindo o suficiente na escola pública, continua a potenciar os berços de ouro e as colheres de prata. Depois, ainda fazem rankings...
Enfim, uma selecção social que ainda carece de respostas políticas. Precisamos de novas oportunidades, não há dúvida. Mas são outras.
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