Faltou a luz
O congresso do PS está às escuras. É a metáfora viva ou a campanha negra? Nada disso. Choque tecnológico.
O congresso do PS está às escuras. É a metáfora viva ou a campanha negra? Nada disso. Choque tecnológico.
O Correio da Manhã convidou-me a escrever sobre o Congresso do PS. Estreia amanhã, segue no Sábado. No Domingo podem ler o habitual Bom da Fita, a minha crónica sobre cinema, na revista, e o dito Visto à Esquerda ,no jornal.
Até recentemente, a expressão subsídio-dependente dava de comer a muita gente. Agora, os mesmos que vociferavam contra esse suposto grupo parasitário encontram-se francamente preocupados com os "novos pobres" e a "pobreza envergonhada". Querem, desesperadamente, que essa turba se assuma e saia, de uma vez por todas, do armário. Que é como quem diz, peça ajuda, solicite apoio e subsídios. Os pobres das classes mais desfavorecidas eram uns subsidio-dependentes. Os neo-pobres são subsídio-titulares.
Definitivamente, o país está repleto de estranhos casos de esquecimentos selectivos. Ontem, sobre os 62 milhões de euros com que a Caixa Geral de Depósitos premiou o empresário Manuel Fino, Sócrates remeteu as explicações para o ministro das finanças que, por sua vez, encaminhou para a Caixa Geral de Depósitos. À saída do plenário, o PM afirmou que só tomou conhecimento do assunto há um dia. Mas a notícia foi divulgada pelo Jornal de Negócios há mais de uma semana. Até o deputado Vera Jardim já endereçou, há cinco dias, um requerimento ao governo pedindo explicações sobre o assunto.
Este meu post sobre o Magalhães no Carnaval de Torres suscitou vários comentários noutros blogs. Parece que o tom foi dado por Osvaldo Castro e Vital Moreira. Seguiram-se outros, na senda do Mestre da Universidade de Coimbra, cuja lista dispenso de elencar até porque o argumentário é, sensivelmente, o mesmo. Dizem que responsabilizei o governo pelo sucedido. Não é verdade, basta ler o post. Em nenhuma linha assaco culpas directas ao executivo. O que digo, e repito, até porque, entretanto, verificou-se aquele outro episódio em Braga, é que à conta de atitudes como mandar a PSP aos sindicatos ou castigar professores por comentários menos elogiosos ao grande líder, gerou-se um clima de repressão inadmissível. É evidente que o MP é autónomo. Mas é igualmente claro que, na atmosfera gerada por actos como tentar cadastrar grevistas, muitos procuram agradar ao chefe ou podem entender que têm agora as costas quentes para dar largas a certos ímpetos.
A demissão do Ministro da Justiça espanhol Mariano Bermejo do governo de Zapatero por ter ido caçar com o célebre juíz Baltazar Garzon na altura em que este abriu um processo de corrupção que envolverá membros do PP é perfeitamente incompreensível em Portugal. Cá uma coisas dessas era noticiada na imprensa cor-de-rosa, com fotografias, e a declaração de ambos de que ninguém falara de «política» na caçada...
Estamos na fase social da crise com os despedimentos e o desemprego. É a fase mais penosa e a que abre a porta para as outras que podem vir aí. Como a política e a geo-política. Seria bom que os Estados democráticos chegassem a essa fase em forma e não esgotados com medidas avulsas de bombeiro tardio.
Achei abaixo de cão o estratagema que incriminou o senhor Névoa da Bragaparques por tentar corromper o advogado José Sá Fernandes. Mas tendo sido dada como provada a tentativa de corrupção activa pelo tribunal acho bem mais escandalosa a sentença deste que se limita a multar em 5.000 euros o prevaricador.É mesmo um convite à valsa...
O Benfica pode jogar bem ou mal, ganhar ou perder, que há sempre um vencedor na
Há dias participei com Joana Amaral Dias e Bagão Félix num programa do Clube de Imprensa sobre a Verdade e a Mentira na Política animado pela Maria Elisa na RTP2. Há hoje uma variante da questão bem portuguesa que não tive oportunidade de tratar lá e menciono hoje no CM: os lapsos de memória.Verdade ou Mentira?
Hoje escrevo sobre Os Paradoxos do Paganismo nesta quadra carnavalesca. De Torres Vedras a Paredes de Coura.
O que significará no futuro o acto judicial de retirada de um cartaz de carnaval em Torres Vedras sob alegação de «pornografia»?
«A homossexualidade não é normal», considerou D. José Saraiva Martins.
Quase seis meses depois do início oficial da crise financeira internacional, e três meses depois da autorização governamental para se falar de crise económica em Portugal, a líder do PSD saiu-se da casca e avançou com vinte medidas, quase todas a desfalcar o Estado de receitas. Quando será que todos se aperceberão que a grande crise acabará por ser social?
Os presidentes dos Conselhos Executivos das Escolas que haviam sido chamados a revelar qual a sua “posição relativamente aos docentes que não entregaram os objectivos individuais” foram hoje contactados por um responsável da Equipa de Apoio às Escolas de Coimbra, que lhes disse que a pergunta foi feita “por lapso” e os dispensou de responder.
Maria Elisa assumiu há tempos a moderação do programa da sociedade civil promovido pelo
De vez em quando vejo as «exposições» dos responsáveis pelo escândalo do BPN. Não sei se são culpados ou inocentes. Mas a ouvi-los na comissão de inquérito parecem de uma incompetência assustadora. Não os queria nem para depositantes!
Desapareceram, pelo menos, 125 mil milhões de dólares canalizados para a reconstrução do Iraque. Ou seja: Invadiram e destruíram um país sem razão alguma. Morreram milhares. Depois, pegaram nas centenas de biliões destinados à reconstrução e meteram-nas ao bolso. A reconstrução do Iraque, para além do seu objectivo óbvio, supostamente servia para demonstrar a boa-fé dos EUA. Não aconteceu nenhuma das duas coisas. Pois é. Não pouparam dinheiro em luvas. Mas os republicanos estão agora muito preocupados com os gastos destinados a estimular a economia.
Um estudo da OCDE lança dúvidas sobre a eficácia dos aumentos diferenciados nas pensões portuguesas. Esta organização conclui que a estratégia do Governo acaba por ser um gesto simbólico. A este estudo Sócrates também tentará "dar a volta"?
Na declaração após a reeleição para secretário-geral, Sócrates nem sequer referiu o casamento entre homossexuais. Uma semana com tanta suposta deriva à esquerda para agora dizer"Este não é um tempo para aventuras". Frase que lembrou as lindas palavras do porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa que considerou não ser "fiável quem se mete por estas aventuras".
Há uma baixa de nível dos intervenientes políticos em Portugal, quase todos o dizem. Mas o destaque dado à carta de cortesia de Barack Obama em resposta às protocolares felicitações presidenciais de Cavaco Silva foi muito embaraçoso para quem sabe ler. Ao menos o gabinete do primeiro-ministro remeteu o conteúdo da sua para o sub-entendido.
Foi deveras vivo o debate de sexta-feira no programa do Rádio Clube Português animado pelo Alexandre Honrado.
Há organizações que se pervertem por uso e abuso de poder, por corrupção generalizada e assim por diante. Mas exporem-se por um simples livre-trânsito releva dos brandos costumes. Ler mais no CM...
O Expresso revela hoje que Dias Loureiro mentiu à comissão parlamentar de inquérito, afirmando aos deputados que nada sabia sobre o Excellence Assets Fund quando participou em todo negócio e assinou dois contratos onde esse fundo é parte. Ao jornal, Dias Loureiro justificou esse silêncio na comissão alegando que disse aquilo de que se lembrava.
Hoje, a partir das 23.00 eu e o Medeiros Ferreira estaremos no Rádio Clube. É a estreia de uma nova colaboração regular dos Bichos Carpinteiros.
Os jornais desportivos encheram-se, à falta de melhor sobre o jogo Portugal-Finlândia, com o facto de Cristiano Ronaldo ter atingido o score de golos de Néné na selecção nacional(22). Pois a minha homenagem vai inteirinha para o antigo jogador do SLB: inteligente, dotado de grande técnica e sentido posicional, económico de energias e por isso jogador de equipa. E que eu me lembre marcador de golos de bola corrida. Poucos pénalties na estatística.Nem falo dos duvidosos, como o de ontem.E estou a vê-lo comentar o acontecimento com um sorriso para a família:«Mais cedo ou mais tarde, teria de acontecer». E encolher os ombros.
Nesta fase da minha vida gosto de participar em actos académicos como júris de Mestrado ou de Doutoramento. Hoje foi na Universidade Lusíada. Uma tese sobre o pedido de adesão de Portugal à então CEE. Candidato: Francisco de Castro. Orientador: Prof. Carlos Mota. Arguente principal:Prof. Pedro Aires Oliveira. Um momento especial pelo acto e pelo tema.Como disse na prova: há todo o interesse em estudar a nível superior os processos negociais na União Europeia. De preferência de forma comparativa. Não estamos sós.
A todos os que me telefonaram ou escreveram, manifestando a sua solidariedade perante a minha exclusão da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, já agradeci pessoalmente. Aos bloggers que também o fizeram (embora nem a lista seja exaustiva, nem possa concordar com tudo o que é dito a este respeito), também aqui fica o meu obrigado.
Havia muita gente escondida debaixo da mesa quando Ramalho Eanes se ergueu contra o medo por dever não- administrativo. Fê-lo com serenidade, conta, peso e medida.Não esmagou ninguém com a sua coragem pessoal e política. Muitos heróis só apareceram depois. Tem-se remetido a um silêncio que sugere um exílio interior perante tantos talentos à solta. Foi ontem ao Instituto de Defesa Nacional fazer uma conferência sobre estratégia nacional e achou oportuno denunciar um medo difuso que encontra na sociedade portuguesa.Tenho a certeza que se Ramalho Eanes um dia achar insuportável a situação o dirá com todas as letras.
Scolari, por quem tenho consideração pelo que fez na selecção, foi demitido de treinador do Chelsea, o clube de futebol chic de Londres. Como compensação consta que vai receber 17 milhões de euros . São uns mãos largas estes ingleses...
Marcelo Rebelo de Sousa tem manifestas dificuldades como comentador da liderança de MFL no seu programa da RTP ao domingo. As sondagens desastrosas da presidente do PSD dão-lhe cabo dos tempos pessoais na estratégia da metamorfose entre o analista e o protagonista. Para já encontrou um remédio: faz no dia seguinte uma declaração política sobre o seu próprio comentário tecido na véspera!O povo, que cultiva, adora.
Ontem vi metade da mini-série da SIC sobre a vida privada de Salazar. Eu que sou da altura em que a imagem do ditador era a de quem «tinha casado com a pátria», noto que esses tempos já não comovem ninguém, e também ninguém chegou ao ponto de ter afirmado que o homem tinha jurado castidade depois de ter saído do Seminário. Como terá dito Cerejeira( tão presente no produto televisivo), segundo a embaixada de França em Lisboa em 1958:
Ontem foi sobre a neve que o aquecimento global arrasta e o primeiro editorial crítico do
Decorre a Convenção do BE. Subtilmente Louçã aproveita o momento de crise financeira e económica para fazer a transição entre um« partido de campanhas»- pela IVG, pela despenalização de certas drogas, pelas uniões de facto, pelo casamento entre homosexuais, etc,-e uma força para-governamental, mantendo as características eleitoralistas que acompanha o Bloco desde a nascença. Neste particular não se percebe a saída da Mesa de um dos seus melhores trunfos , Joana Amaral Dias, fundadora deste blogue.Tanto mais que querem ir à praça alugar valores cotados na bolsa eleitoral de Lisboa. Uma decisão opaca do cartel dirigente.Que o futuro esclarecerá?
Muito curiosa a dialéctica entre a PGR e o SIS, como ela ressalta dos jornais, sobre investigação e técnicas de recolha de informações. Entre o segredo de Justiça e o segredo dos deuses...
Celebra-se o trigésimo aniversário do SNS. Foi António Arnault o ministro que o concebeu num governo presidido por Mário Soares.É triste pensar que tal não seria possível nos dias de hoje.
Antes que nos percamos na casuística talvez não fosse má ideia estudar rapidamente a história da banca em Portugal no regime democrático. Alguns tópicos:
De repente os canais portugueses «viraram» sociais: é só despedimentos, desemprego, anúncios de encerramento de fábricas, notícias de manifestações xenófobas em países incivilizados. A imprensa da extrema- esquerda militante empalidece historicamente. Faz-me lembrar o terror da chegada da pandemia da gripe das aves há dois anos . Entretanto o buraco «sistémico» do BNN já duplicou e alguém estima em mais de mil e quinhentos milhões de euros o seu actual valor. Parece que se pretende que a CGD continue a desembolsar. Eu estou contra.Até porque a situação social não está para brincadeiras...
O ministro Vieira da Silva anunciou a abertura de mais 400 gabinetes de apoio aos desempregados e uma afectação de verbas num montante total de 580 milhões de euros provindas da segurança social. Fez bem. Nesta época de crise o Código do Trabalho não impede os despedimentos em série.
Passa-se qualquer coisa com a contagem dos professores que não está a dar certo. Há um ano havia professores a mais.O défice orçamental clamava por mais produtividade. Hoje apela-se ao regresso de professores reformados em regime rigoroso de voluntariado.Alguém explica?
A crise veio dar à esquerda da esquerda uma outra visibilidade. Soterrada, ou colonizada, pelo êxito aparente da globalização financeira e das receitas saídas da OCDE, do FMI, e dos ecos destas na Comissão Europeia, ninguém prestou muita atenção a tudo o que se passava para além das alas direitas dos partidos sociais-democratas.Porém o descontrolo do liberalismo, o aumento do desemprego, o regresso atemorizado da intervenção estatal na economia, com apelos cada vez mais fortes à nacionalização de parte do sector bancário em vários países ,levam a dar a devida nota à emergência de novos actores políticos desses quadrantes. Em França é a semana do lançamento do Parti de Gauche de Jean-Luc Mélenchon, um recém dissidente do PSF, e do anúncio da reconversão da antiga Liga Comunista Revolucionária de Alain Krivine e Daniel Bensaíd no Novo Partido anti-Capitalista do menos intelectual, porém mais ligado ao mundo do trabalho, Olivier Besancenot. Esta semana ainda o tão português Bloco de Esquerda realiza a sua Convenção. O êxito dessas forças políticas irá aferir-se em primeiro lugar nas eleições para o Parlamento Europeu, o que as empurra para essa dimensão.
Tenho visto pouco o Francisco Trigo de Abreu , meu querido vizinho, desde o jogo entre Portugal e a Turquia em Genebra que nos deixou boas recordações.Mas deve continuar a passar aqui pelo Monte Olivete pois refere-se à nova cor do prédio onde moro : um amarelo iluminista que recorda um dos tons originais desta sétima colina estudada por José Augusto França.
Aborrece-me que se pense lá fora que é possível arrancar uma decisão ao governo português através da quantia de 4 milhões. Ora temo que nada se venha a apurar sobre se esse dinheiro ficou retido na fonte, ou se desaguou no estuário do Tejo. Por isso sugeri este domingo no