sábado, junho 30, 2007

O campeonato dos independentes

As últimas sondagens sobre as eleições em Lisboa confirmam as previsões já aqui feitas.Curioso é o resultado na liga dos independentes entre Carmona Rodrigues e Helena Roseta, com aquele bem à frente desta.Mais uma derrota para Marques Mendes.

A soluçao Blair-Brown

Será possível em Portugal vir a assistir a uma passagem tranquila entre primeiros-ministros saídos da mesma maioria, ou estamos condenados ao modelo condottieri audio-visual?

O mal é começar

A cultura política dos governos PS mudou?

Adoro critérios

Ao fim da tarde participei numa mesa-redonda sobre a Presidência Portuguesa promovida pelo Instituto de Estudos Europeus da Faculdade de Direito de Lisboa com Mário Soares, Marcelo Rebelo de Sousa,Pacheco Pereira, Goucha Soares e Blanco de Morais, e moderada pelo Prof. Paz Ferreira.Pois a RTPN só deu nota das posições dos 3 primeiros.A graça está que a minha intervenção foi bastante apreciada e que a própria RTPN me convidou para ir falar sobre a presidência portuguesa(o tema do debate da mesa-redonda)num dos seus próximos jornais...

Qual era a dificuldade?

Uma revista destaca que a princesa Diana terá averbado mais amantes do que o seu marido.Não vejo onde pudesse ter residido a dificuldade para que assim não tivesse sido.Tanto mais que nesse campo não há entidades reguladoras da concorrência...

sexta-feira, junho 29, 2007

O Pastor das Casas Mortas na Caloura

Fui e vim num instantinho à ilha de S.Miguel onde fui apresentar o último livro do meu amigo Daniel de Sá «O pastor das casas mortas», editado por uma nova editora, a VER AÇORES, uma epopeia campestre muito bem narrada.O ambiente era encantatório:o Centro Cultural da Caloura animado pelo pintor Tomás Vieira é uma irrupção de civilização no meio de uma paisagem rural e marítima.O auditório estava mais do que cheio, e misturavam-se pelas salas, corredores e escadas micaelenses e continentais, «autoridades civis e militares», gente nova e senadores.Podem «ver» a paisagem no blogue do João Gonçalves que foi uma surpresa amiga entre os presentes.Também vindo da Nova Inglaterra estava outro amigo de tempos recuados, o João Carlos Tavares.Dos tempos de que nos fala Daniel de Sá no seu livro.Muito bem lido o trecho pela açoriana Catarina Furtado.Muitos amigos, muitos abraços, muitas conversas apenas iniciadas num fim-de-tarde inolvidável.

quarta-feira, junho 27, 2007

A nossa casa e o mundo

Blair acaba como Guterres:muito louvado no exterior e pouco reconhecido em casa.Porque será?

A guerra das bandeiras

Joe Berardo gosta de acordos leoninos.Faz mal.Derrota muita gente em público.É um erro.Com mais cuidado, e menos ostentação nos termos, a colecção no CCB teria sido considerada um bom negócio para si e um êxito para o País.Assim os poderes públicos ficaram diminuidos e a tensão entre as partes está instalada.Por enquanto quem paga as crises são os presidentes do CCB:primeiro Fraústo da Silva, agora Mega Ferreira.Quando chegar a hora da avaliação da colecção para eventual compra pelo Estado( e essa avaliação deveria ter sido feita antes do acordo selado) o choque será directo entre o governo e Joe Berardo.A guerra das bandeiras não foi nada nessa perspectiva.A não ser que então o comendador já não queira construir a sua estátua no cemitério dos derrotados.

terça-feira, junho 26, 2007

Flexi sem segurança

Não havia volta a dar:como introduzir em Portugal a flexisegurança que requer um aumento das prestações sociais, desde a formação permanente até à extensão temporal de subsídios, quando se escolheu comprimir as despesas nesse sector para ajudar a alcançar o equilíbrio orçamental?Corta-se na segurança social e investe-se na flexibilidade da vida dos outros?Há tanta coragem política no ar que a tentação pode ser grande...

O Porto sem Pinto da Costa

Ontem os Prós e Contras mostrou-nos o Porto sem Pinto da Costa.Gostei particularmente de ouvir o engenheiro Portela, presidente da Bual.

segunda-feira, junho 25, 2007

A minha posição sobre o referendo

O Paulo Gorjão coloca-me entre os que defendem um referendo sobre o futuro tratado europeu.Tem razão.Desde Maastricht(1992) que defendo esse recurso, e só não defendi antes consequentemente essa mesma ideia porque a CRP não acolhia aquele instituto.Por isso continuo a pensar que um dia os portugueses se irão pronunciar sobre a UE em referendo.E quanto mais cedo for melhor.Claro, se o novo tratado for «um nada sonoro» é possivel que não faça sentido o referendo.Mas não é isso que se pretende, pois não?Ou é?

Referendo e negociação

Leio que não se deve aprisionar os negociadores do novo Tratado à realização do referendo, pois isso enfraqueceria a posição negocial.Pois é exactamente ao contrário.O bom princípio é só se comprometer a nível europeu com aquilo que se possa submeter a referendo no seu próprio país.O resto são fugas ao soberano que quando não entra pela porta entra pela janela.O horror ao referendo nas questões europeias marca, ele sim, os limites do projecto.

Manifesto-me reformador

Em 1979 António Barreto,e eu, redigimos o Manifesto Reformador, no qual se defendia o instituto do referendo, a reversibilidade das nacionalizações do período revolucionário, a alteração da lei eleitoral, e o fim antecipado do período de transição.As revisões constitucionais de 1982 e de 1989 assistiram à vitória lenta, e nem sempre bem aplicada, daqueles pontos.Por isso temo ao ver que se quer apelidar de reformador um Tratado europeu cujo principal objectivo é o de evitar a necessidade da ratificação por referendo nos países que o prevêem...Chamemos-lhe bem portuguêsmente apenas Acto Adicional.

domingo, junho 24, 2007

Flores e votos

Está de novo tudo contente a nível europeu.As novas fronteiras temporais para os votos da Polónia despertaram os impulsos festivos de quem se alimenta do curto prazo.Duvido que em 2017 tudo continue ponderado desta maneira.Mas quem pensa efectivamente em 2017? Em Portugal só haverá outubristas ou maus europeus, nos próximos meses.Os gémeos não prestam, mas por este andar vamos ter ainda pior...

sábado, junho 23, 2007

Há quanto tempo?

O Presidente Bush não receberá o PR Cavaco Silva que se encontra nos EUA em visita não oficial.Ocorre-me perguntar:e há quanto tempo não há uma visita oficial de um PR português aos EUA? Porquê?

Blair confessa-se

Há muito que constava.Mas ser primeiro-ministro do Governo de Sua Majestade Britânica, que por sua vez é a chefe da Igreja Anglicana, não aconselhava a confissão.Porém ao aproximar-se a saída do cargo voltam as notícias da conversão de Blair ao catolicismo romano.Uma boa notícia para o Papa?

sexta-feira, junho 22, 2007

A Alemanha e o Tratado

A Alemanha afeiçoou-se demais ao Tratado Constitucional e nunca perdou que este não tivesse sido ratificado por todos os países.Ainda houve quem pretendesse levar por diante o processo das ratificações depois da derrota referendária em França e na Holanda, mas era manifestamente um vanguardismo de gabinete.Na melhor das hipóteses uma técnica negocial para levar a uma revisão mínima do texto, com o que ainda sonham nesta manhã de sexta.Mas não será assim.Por alguma razão houve a paragem, e franceses e holandeses não aceitariam que os seus governantes os desrespeitassem assim em cimeira.Por outro lado uma certa Europa Ocidental nunca percebeu bem a contestação dos países da Europa de Leste às teses da «soberania limitada», vindas do lado soviético.Esses Estados estão hoje dentro da UE com uma reflexologia internacional que ainda vai causar amargos de boca a quem não conhece a História, ou faz de conta que esta está ultrapassada.Acresce que Londres respirou fundo com as dificuldades constitucionais.Por ela não haverá direitos fundamentais a nível da UE,nem supremacia do direito comunitário sobre o ordenamento jurídico fundamental dos Estados-membros, nem sequer a figura do Ministro dos Negócios Estrangeiros com tal nome.Mesmo que Blair levasse com o cargo em dote.Mas haverá um novo tratado.Qual, logo se verá.

Homenagem a Manuel Sérgio

Foi dia de homenagem a Manuel Sérgio, o homem que fez da Motricidade Humana um conceito universal.Por defeito da Faculdade que ostenta este nome, a homenagem desenrolou-se no Instituto Piaget de Almada.Muitos universitários de vários países, muitos desportista, o secretário de Estado do Desporto, a presidente da Câmara Municipal de Almada, ainda mais os amigos que eram todos, um livro editado, uma enorme «intencionalidade» na sala, e no restaurante no sopé do monumento do Cristo Rei.A altura deixava ver a Lisboa onde o conheci nos anos da Faculdade de Letras quando ainda se estudava nos cafés cheios de fumo e se sonhava com um mundo puro.
Durante a oração de sapiência dei-me conta de como os actuais estudantes aderem à sua linguagem criativa e plena de vida.Ainda temos muito a esperar de Manuel Sérgio.Foi um dia diferente e pleno de significado na companhia de um velho amigo.Voltaremos para os almoços na Costa.

quinta-feira, junho 21, 2007

Um estudo sobre a localização do Tratado

Os alemães estão a ficar muito parecidos com os outros europeus.Como todas as outras presidências vai abrir esta cimeira sem saber como a vai terminar.Sobretudo a questão do novo Tratado simplificado parece-me muito indeterminada. Agora resta à presidência portuguesa esperar que a CIP apresente um estudo sobre um novo tratado...Ou então a Associação Comercial do Porto, que assim sempre distraía os olhos dos horizontes estreitos de Lisboa...

quarta-feira, junho 20, 2007

A Singapura da Europa

Alberto João Jardim não parece em forma.Fazer da Madeira uma Singapura da Europa é como matar o velho Max, e não é nada original, tendo em conta as ilhas do Canal da Mancha..Pode ser que em 2009 as ideias estejam mais claras.

A Europa na TV

Ontem no consagrado Prós e Contras, muito centrado desta vez na figura do Presidente da Comissão em estadia mais prolongada em Portugal do que o habitual, este acabou por dizer algo que me mereceu inteira concordância:só em Portugal se discute os segredos da União Europeia numa estação de televisão generalista até à uma da manhã.Ora o mal da Comissão é dominar em demasia o seu próprio acesso à comunicação social através de programas financiados pelos seus gabinetes de relações públicas em diversos países.Só sondagens e inquéritos não são suficientes para se tomar conhecimento da opinião pública autónoma...E depois há surpresas.

terça-feira, junho 19, 2007

Um estudo sobre o estudo

O estudo da CIP sobre o novo aeroporto foi um grande achado político já aqui referido.Por favor não estraguem o resultado com patetices.Ninguém empresta autoridade a outrem perdendo a própria.E não falta autoridade por aí.Nem a Europa sonha...
Mas a própria CIP que se não convença que ela própria é a repetição política da União dos Interesses Económicos.Deu certo desta vez e foi muito positivo. E é tudo.Não é, Senhor Presidente da República?

Portugal dos Pequeninos

Ando muito incomodado com a falta de capacidade analítica do João Gonçalves a respeito do doutor Salazar, e com o seu desamor pelo futebol.Mas tal não me impede de reconhecer a extrema qualidade do seu blogue que festejou por esses dias 4 anos.Ou seja o dobro dos Bichos.Parabéns e boa entrada no futuro são os meus desejos.

segunda-feira, junho 18, 2007

4 anos de hidden

O bicho-carpinteiro Hidden Persuader tem há 4 anos um blogue com esse mítico tema da influência da publicidade.Pois aqui vão os meus parabéns ao mais idoso dos bichos...em termos blogosféricos, claro está!

Nem juntos nem separados

Não gostava lá muito do casal François Hollande a fazer política.E nem agora que Ségolène Royal anunciou que se separaram consigo decidir-me por uma qualquer simpatia entre ambos.

domingo, junho 17, 2007

Pouco tentador




As Tentações de Santo Antão é um dos mais importantes quadros que está em Portugal. Um destes dias fui visitar o Museu de Arte Antiga com o objectivo especifico de rever esta obra. Mas encontrei uma situação desoladora. Em primeiro lugar, só quem conhece a obra é que vai espreitar o verso dos volantes. Não existir sinalização é lamentável. Notei que a maioria das pessoas apenas olham para a frente do quadro e que, contudo, não existe nenhuma advertência- nem mesmo na indicação do título e autor - do que se encontra nas costas.

Além do mais, trata-se de um quadro que exige muita atenção aos pormenores. Alguns dos detalhes só se observam com nitidez quando já estamos muito próximos da superfície. Porém, por causa da pintura no verso das asas do tríptico, este cá colocado em cima de uma base de madeira, bem larga, o que impede que o visitante se aproxime da pintura, ao contrário do que acontece com a maioria das obras expostas. Com um cubo suspenso projectado a partir da parede, por exemplo, este problema seria facilmente resolvido. Por fim, a iluminação do quadro é péssima. Mesmo em pé. Os bancos estão a uma distância ainda mais impraticável.
Nada animadora foi também a visita à livraria. O responsável pouco ou nada sabia acerca da bibliografia sobre o Bosch. Pior ainda. Uma livraria atolada em tarecos, como T-shirts, canecas, esferográficas e porta-chaves estampados com quadros ou assinaturas de pintores – sendo as Tentações uma das gravações mais populares – mas nem um - repito, nem um – livro sobre o flamengo. Nada. Nem nos livros gerais do museu consta um texto. Triste forma de tratarmos uma das obras-primas dos museus portugueses.
Nesse dia não foi possível, mas em breve procurarei alguma coisa sobre as Tentações na biblioteca. Este mês tem estado aberta ao público, mediante um telefonema prévio. É de aproveitar.

Os benefícios da segunda volta

A barragem que os franceses fizeram ao raz-de-marée que a primeira volta das legislativas anunciava para o partido de Sarkosy, demonstra com foi bom saber o que se preparava com uma maioria absoluta dionisiaca.Agora tudo parece mais sóbrio em França...Não será à sobriedade governamental que todos os países aspiram?

sábado, junho 16, 2007

Financiamentos e hierarquias de poder

Como vivemos entre gente muito virtuosa os financiamentos dos partidos são geralmente vistos como induzindo a corrupção, o tráfico de influência, os enriquecimentos ilícitos, súbitos ou com tradições firmadas.Tudo isso serão aspectos a considerar, sobretudo se não há transparência nas recolhas de fundos.Mas ainda está para chegar o jornalista, ou o cientista social, que explicará as distorções nas hierarquias partidárias, a imposição de líderes com aceitação orgânica à prova de factos, as eliminações de personalidades incómodas , ou independentes, que se devem a essa mão negra invisível presente no sistema.Com todos a fazer de conta que temos uma brilhante oligarquia política que às vezes se perde por uns trocos, quando basta atravessar a fronteira para se perceber o que pensam dos nossos chefes. E se o regime caír um dia não deixem de recorrer aos mesmos métodos dessa gente de bem...E sobretudo não se esqueçam de apurar as fugas aos impostos , um recurso penal aprendido em Chicago nos anos trinta...

Ecce homo benfiquista



Berardo, Joe Berardo. Aos poucos está-se a tornar numa autêntica figura iconográfica do capitalismo lusitano - a do especulador benevolente.

Qualquer dia está como o Soros ... a espalhar a tradição pluralista e liberal do Sr. Karl Popper.

Portugal agredece.

Excesso de zelo

A licenciatura de Sócrates anda a fazer demasiadas vítimas.

sexta-feira, junho 15, 2007

Não vendo!

Tenho cem acções da SAD benfiquista que guardo como reflexo da minha cultura pré-capitalista que já teve as benções teológicas .Não as vendi com a descida das de Vilarinho há 3 semanas.Não as vendo com a subida anunciada das de Joe Berardo.Comigo o mercado das acções do Benfica é inflexível.É a minha maneira de manter a mística de benfiquista A.Acções por enquanto só a custo zero como os jogadores prometidos.Esperava-se Gladstone para marcar uns golitos de livre directo, ou de pénalti, e o Espírito Santo trouxe-nos o mago da Bolsa Joe Berardo.Já vejo a próxima época de uma maneira diferente...Nem sei o que faz o Veiga no Brasil.

António Costa faz o seu caminho

As sondagens sobre as eleições em Lisboa indicam que António Costa está a fazer o seu caminho dentro e fora do círculo de José Sócrates.O avanço que já leva em relação aos outros candidatos tenderá a acentuar-se.

Edgar não entra, Simão não sai

Adoro ler as notícias sobre vendas e compras de jogadores de futebol sobretudo no defeso.Por norma não as levo a sério. Ainda o outro dia dois jornais desportivos tinham o mesmo título de primeira página com a porta aberta para Simão sair.Achei a maior desgraça à sintonia e à preguiça de quem emitiu o comunicado!Depois veio a reacção da sensível SAD: o Simão nunca seria vendido por menos do que o júnior Nani.Pronto, o Simão fica connosco, pensei.Depois foi a fotografia do Edgar, do Beira Mar, a rir-se de alguém dois dias seguidos.O pior é mesmo a chuva de verão...Quem viveu até aqui sem o Edgar e com o Simão melhor jogador da Liga portuguesa por voto dos treinadores profissionais deverá garantir de novo o 3ºlugar na classificação geral...

quinta-feira, junho 14, 2007

Puzzle televisivo

Leio que afinal a RTP só vai transmitir no Domingo as partes das celebrações do 10 de Junho cortadas pela publicidade! Vai ser um espectáculo entusiasmante e um daqueles testes de avaliação de competências à memória dos portugueses que nem a Fátima Bonifácio ousaria propor.Um puzzle televisivo cuja patente ainda poderá revelar-se rica de consequências para concursos televisivos futuros. Quem assiste a tudo isto calada que nem uma alta-autoridade é a inefável Entidade Reguladora da Comunicação Social...

O directo e o diferido

A RTP já se achava semi-privatizada mantendo o governo uma golden-share que tinha herdado dos antepassados e que funcionava tão bem que o cinquentenário daquela estação tinha sido celebrado com a escolha de Salazar para português multi-secular sem qualquer problema de consciência.Quem passa por isso em regime democrático está preparado para qualquer eventualidade.Pois agora o PR reagiu à recolha de receitas publicitárias pela estação pública que se achou habilitada a interromper os directos de Setúbal sobre as cerimónias do 10 de Junho para o efeito.Mas desta vez não havia patrocinador oficial como na bola.Feitas as contas, a RTP pediu desculpas ao Presidente e vai transmitir em diferido as celebrações no próximo Domingo.Fazem-se apostas sobre as audiências.Será que , com os números destas nas mãos, a administração da RTP ainda vai pedir ao governo novas verbas compensatórias? Não é afinal a rentabilidade o único entendimento social que hoje se requer aos «gestores»?

terça-feira, junho 12, 2007

Uma personalidade e uma atitude

Ao escrever o post anterior sobre Mário Soares lembrei-me da campanha presidencial em que fomos derrotados e do excelente papel que a Joana Amaral Dias nela desempenhou como mandatária da juventude e na difícil atitude política que logo anunciou de se querer manter no Bloco de Esquerda independentemente dos resultados eleitorais.Pois a JAD manteve constante esse propósito contra ventos e marés, voltou às reuniões e às actividades do BE com as suas posições, e foi reeleita na Convenção realizada na semana passada para a Mesa Nacional daquela organização.Um desfecho que merece uma referência especial neste blogue e que honra a individualidade política da Joana Amaral Dias e a capacidade de gestão das diferenças por parte dos outros responsáveis do Bloco de Esquerda, especialmente de Francisco Louçã tendo em conta que também foi candidato às presidenciais.

Os que querem calar Mário Soares

A entrevista de Mário Soares à ÚNICA incomodou muita gente.Não tanto pelo que ele disse mas pelo facto de continuar mais activo do que os que se acreditam no activo, não tanto por se ter referido a Hugo Chavez como alguém que se crê filiado na tradição de Simão Bolívar-até porque duvido que os críticos de Chavez tenham alguma simpatia pelos ideais do Libertador-, não tanto por se distanciar da actual prática da social democracia europeia cuja história é refractária ao espírito de colonizados que marca os zelosos da oligarquia, mas simplesmente por afirmar que ele não abdica de ver mais longe do que os situacionistas.Quando manifestou solidariedade a José Sócrates no meio do ataque cerrado a que este esteve exposto cairam-lhe em cima porque achavam que o que se espera agora de Mário Soares é que este olhe e fale para a linha do horizonte e que se não deixe confundir com a pequena cozinha portuguesa.Pois eu, que tenho concordado e discordado de Mário Soares ao longo de mais de 40 anos, que me aliei a ele e que já o combati politicamente, quero agradecer-lhe a generosidade das suas tomadas de posição nos últimos anos.A sua inquietação, e mesmo os seus erros de apreciação, são mais férteis do que as pretensas certezas dos seus detractores.Os castiços que querem calar Mário Soares nunca ajudaram o país a dar um passo em frente.

Três meses de reserva mental

Esclareço que a decisão do governo em fazer um compasso de espera antes de uma última decisão sobre o local do novo aeroporto me parece correcta e lúcida, e até mais corajosa do que a fita da autoridade como um fim sem princípio.Porém a revelação do presidente da CIP de que tinha, há 3 meses, a promessa do primeiro-ministro de não tomar nenhuma atitude irreversível sobre a Ota lança uma dúvida sobre o papel que Mário Lino andou a fazer.Eu bem o aconselhei neste blogue a arranjar um comissário para o efeito...

segunda-feira, junho 11, 2007

Alcochete só tem um mês

Francisco Van Zeller, presidente da CIP, recusou-se a revelar quem pagou o estudo sobre o novo aeroporto.E como vai ser para a declaração de impostos?Ou esta questão só se coloca agora para o mundo fantástico do futebol?
Muito mais interessante foi a entrevista dada à SIC-Notícias.Nela, o grande mediador entre Cavaco Silva e José Sócrates, revelou que a opção por Alcochete só surgiu há um mês por manifesta boa-vontade das chefias da Força Aérea.Muitos devem ser os contras da Ota para se escolher assim...
Segue-se a privatização da rica ANA-Aeroportos de Portugal!O estudo da CIP já estará pago nessa altura?

A estratégia da cooperação II

A 26 de Maio escrevi aqui que Cavaco Silva tinha dado o sinal de que queria ver debatido de novo a localização do aeroporto de Lisboa e que esse tema iria levar o governo a mudar de estratégia decisional.Eis que hoje na AR Mário Lino anuncia que se vão proceder a mais estudos sobre alternativas à Ota.Alcochete conseguiu reunir a CIP e a boa-vontade da Força Aérea.Confesso ter pensado que Francisco Van Zeller seria o último a desautorizar José Sócrates. Mas Cavaco Silva foi mais persuasivo...

Gostei

Houve qualquer coisa no Dia de Portugal deste ano de que gostei.Ainda não sei explicar muito bem.

domingo, junho 10, 2007

A esquerda sem remédio

A semana passada o Bloco de Esquerda fez a sua convenção e deu uns passinhos no interior do «sistema».Vasco Pulido Valente detectou logo no movimento um desejo de social-democracia a crescer pela Almirante Reis acima.Mário Soares deu uma vigorosa entrevista à revista Única em que tenta aproveitar alguns elementos discutíveis das propostas alternativas que emergem na América Latina.Tanto bastou para o mesmo VPV, detector da social-democracia na extrema- esquerda, acusar Mário Soares de empregar a «linguagem de Cunhal».Que estreito caminho quer VPV reservar à esquerda!

Tauba Auerbach






\\\ Tauba Auerbach ///

Ele lá sabe!


"I never had a problem with drugs.
I had a problem with the police."
-- Keith Richards --

sábado, junho 09, 2007

Margarida não é flor que se cheire

Margarida Moreira, a responsável da DREN que instaurou um processo disciplinar a Fernando Charrua por ter feito uma piada sobre José Sócrates, é um Estudo de Caso. Andou a fazer queixinhas e agora, zás. Feitiço contra feiticeiro. Leva acusações também. Segundo o Expresso, o presidente da Câmara Municipal de Vieira do Minho, o padre Albino Carneiro, queixou-se a Cavaco Silva de ter sido alvo de “enxovalhos” por parte da responsável da DREN que, durante uma reunião de trabalho, o mandou “voltar para a sacristia” pelo menos 15 vezes. Para quem exige tanto tento na língua, não está nada mal.
Mas esta senhora, que em vez de ter sido demitida foi premiada por ser uma delatora e reconduzida no cargo (saiu terça-feira no Diário da República), tem mais história. Conta o referido jornal que, três dias após ter aplicado da sanção a Charrua, a excelentíssima directora participou numa homenagem a um professor de ginástica onde terá feito uma piada sobre o primeiro- -ministro. Margarida Moreira terá usado o programa ‘Novas Oportunidades’ para admitir a possibilidade de o primeiro-ministro resolver o problema da sua licenciatura. Está visto. Margarida Moreira é estilo bombeiro pirómano. Claro que depois de tanto exercício de autoridade e tanta demanda de rigor, não escapa ao escrutínio (e bem) dos jornalistas. Pelos vistos a senhora directora reduziu o horário de trabalho dos seus assessores e juristas. Em vez das legalmente obrigatórias 35 horas semanais, a carga destes é de apenas 25 horas.

quinta-feira, junho 07, 2007

Gazeta ao blogue

Aviso todos os ociosos que por aqui passam uma ou mais vezes por dia que vou aproveitar este feriado concordatário para fazer gazeta ao blogue até segunda-feira.

quarta-feira, junho 06, 2007

Miopia ibérica

Há em Portugal um grupo de rapazes que exultam sempre que há corte de relações políticas entre o Governo Espanhol e a Eta.Ainda não percebi porquê.Preferem as bombas?

Feira do Livro

Finalmente consegui ir à feira do livro.Estava um fim de tarde calmo e luminoso.Fiz o percurso de cima para baixo e toquei no buxo que ornamenta a orla do Parque e cujo cheiro me lembra o quintal da minha infância.Folheei muitos livros mas só comprei um.Já faço o cálculo se um dia o vou ler.Cheguei cá abaixo saciado e decidi:com uma noite tão agradável vou jantar numa esplanada.Tive sorte: o rio estava de prata, a comida bem cozinhada,o serviço correcto, a companhia de qualidade conhecida e reconhecida.
Amanhã vou regressar à feira do livro para estar, entre as 18 e as 19e30 no pavilhão da Editorial Presença que publicou o meu último livro Cinco Regimes na Política Internacional.Quem aparecerá?

terça-feira, junho 05, 2007

Porquê só os autarcas?

Parece haver um projecto de proposta de lei governamental que leva à demissão automática dos autarcas que venham a ser constituidos acusados pelo Ministério Público.Acho mais do que discutível esse automatismo que levaria em linha recta ao regresso de comissões administrativas.Além disso deve ser inconstitucional.Mas o que mais impressão me faz é só haver tal projecto em relação aos autarcas.Porquê?

O debate está instalado

O debate sobre a Ota continua.Hoje nos Prós e Contras.Amanhã num aeroporto perto de si!Há quem fale do novo aeroporto como se já não houvesse outros em Portugal continental.Como se fosse uma absoluta novidade.Ou como se além da Portela também Faro e Pedras Rubras se finassem...A sorte da Nordela em ficar em Ponta Delgada!

segunda-feira, junho 04, 2007

Andar de bicicleta

Um grupo de jovens invadiu o espaço público da blogosfera e roubou um título ao melhor passado do cinema-Ladrões de bicicleta.Ora jovens que começam por assinalar que conhecem bem o passado são indispensáveis às melhorias do presente.Bem-vindos à arena.

Simplificar o Tratado e Tratado Simplificado

Não sei se Sarkosy apreciou o que José Sócrates lhe quis dizer com o seu «France is back».Para já há uma nuance muito mais interessante entre os dois mediáticos líderes .Enquanto Sarkosy pretende um novo tratado europeu mais simples, deu-me a impressão que o Primeiro-Ministro português quer apenas simplificar o Tratado que o povo francês rejeitou em referendo. Conseguirá esse propósito que tem adeptos activos?A política às vezes não é tão simples como isso...

Gorbatchev escreve a Gordon Brown

Numa entrevista à BBC o ex-responsável soviético mais amigo do ocidente depois da II guerra mundial, Gorbatchev, emitiu juízos muito negativos sobre a política actual dos EUA, acusando-a de imperialista e de trair as esperanças mundiais desencadeadas pelo fim da guerra fria.O mais interessante da entrevista é , porém, o apelo que faz a Londres para que o Reino Unido desempenhe um papel mais independente na cena internacional em relação a Washington.Ora esta era uma daquelas consequências que Moscovo esperaria do fim da guerra fria e que ainda se não operou.A missiva foi já dirigida a Gordon Brown, tantas foram as críticas feitas pelo artesão da «perestroika» a Blair...