A Alemanha e o Tratado
A Alemanha afeiçoou-se demais ao Tratado Constitucional e nunca perdou que este não tivesse sido ratificado por todos os países.Ainda houve quem pretendesse levar por diante o processo das ratificações depois da derrota referendária em França e na Holanda, mas era manifestamente um vanguardismo de gabinete.Na melhor das hipóteses uma técnica negocial para levar a uma revisão mínima do texto, com o que ainda sonham nesta manhã de sexta.Mas não será assim.Por alguma razão houve a paragem, e franceses e holandeses não aceitariam que os seus governantes os desrespeitassem assim em cimeira.Por outro lado uma certa Europa Ocidental nunca percebeu bem a contestação dos países da Europa de Leste às teses da «soberania limitada», vindas do lado soviético.Esses Estados estão hoje dentro da UE com uma reflexologia internacional que ainda vai causar amargos de boca a quem não conhece a História, ou faz de conta que esta está ultrapassada.Acresce que Londres respirou fundo com as dificuldades constitucionais.Por ela não haverá direitos fundamentais a nível da UE,nem supremacia do direito comunitário sobre o ordenamento jurídico fundamental dos Estados-membros, nem sequer a figura do Ministro dos Negócios Estrangeiros com tal nome.Mesmo que Blair levasse com o cargo em dote.Mas haverá um novo tratado.Qual, logo se verá.
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