Celebram-se por estes dias os 40 anos da
Sesame Street, e os 20 da versão portuguesa Rua Sésamo. Por razões familiares acompanhei de perto a feitura da
Rua Sésamo-um marco original, e inédito, na história da televisão educativa em Portugal. Como em todas as histórias de sucesso há muitos protagonistas a referir. Mas sei que a escolha do programa foi feita pelo Fernando Lopes antes de dizer adeus à velha
RTP,que Carlos Pinto Coelho o defendeu com unhas e dentes ,que os segmentos produzidos em Portugal ocupavam metade do tempo de cada programa,e que a produção, a realização,e os temas escolhidos revolucionaram a televisão em Portugal, e não só no campo infantil e pedagógico, embora a qualidade pedagógica que a
Maria Emília Brederode introduziu tenha valido muito mais que tudo o que se tem dito sobre a matéria. O programa tinha um pecado original para muita gente :era de origem norte-americana, e era uma ideia de uma empresa com fins não-lucrativos ,cuja emissão estava a cargo da
Public Broadcasting Service,(PBS) a estação pública dos EUA! Uma grande confusão para muitas cabecinhas com influência na nossa terra.Assisti à consagração da versão portuguesa a nível internacional quando a Maria Emília foi convidada a participar num hearing no Senado dos EUA sobre a importância do programa para a educação infantil.Quando a RTP comemorou orgulhosa os seus caseiros e corporativos 50 anos quase se não referiu à inovação que o Rua Sésamo representou para a sociedade portuguesa. Agora que a América celebra os 40 anos da Sesame Street também por cá se lembraram de assinalar os vinte anos da Rua Sésamo. Antes tarde do que nunca!