Vou ali e já venho
Vou às 22h à SIC-N debater o magno problema.No fundo quase ninguém está a falar.
Como já li alguém no Facebook dizer, o nosso Presidente é claramente PC. Fica a recomendação e a publicidade, mudar para Mac para evitar as vulnerabilidades do sistema informático.
Não saberia situar politicamente os objectivos pretendidos pelo PR com o seu discurso «interpretativo» desta noite.Pareceu-me débil o dossiê apresentado, pareceu-me fatal a falta de confiança no sistema informático da presidência, como já se insinuou que era deficiente a segurança das comunicações via computador do conselho de Ministros com os livre- trânsitos para os «secretas». Somos certamente um Estado frágil perante a pirataria informática, até já houve notícias internacionais sobre rankings de segurança na matéria. Ninguém se ralou porque todos acham um retrocesso por em causa a excessiva dependência dos orgãos de soberania desses sistemas de comunicação.
Jorge Silva Melo encenou, recentemente , com imensa empatia, duas peças de Pirandello, Esta Noite Improvisa-se no Dona Maria, e Seis personagens à procura de autor no S. Luis. Nesta última peça avulta João Perry, com uma interpretação soberba no papel de chefe daquela família desgarrada e irreal que revolucionou o teatro depois da IGM. Irresistivelmente recuei cerca de 50 anos e lembrei-me do jovem Perry a representar o clássico Romeu no Dona Maria! Métier, muito métier. O que mais se precisa em qualquer profissão.
Francisco Van Zeller, presidente da CIP, que teve um papel importante na escolha do local para o novo aeroporto de Lisboa, abundou hoje em declarações sobre as suas preferências governamentais. Chegou ao ponto de insistir na continuação-que parece assegurada- do ministro das Finanças Teixeira dos Santos. A sua maior subtileza foi porém o silêncio sobre o ministro que mais interessará à CIP- o ministro da Economia. Quem será o titular?
Hoje vou estar com António Costa na Gare Marítima de Alcântara.É o meu próximo combate.
A blogosfera empolgou-se com a campanha eleitoral e chegou a tomar aspectos de combate do século. Não foi difícil no entanto distinguir esquentados prosélitos de meras (se bem que algumas muito talentosas) penas pagas ao estilo da imprensa novecentista.Por tudo isso sabe bem ler palavras como as que Luis M. Jorge escreveu no Vida Breve.
O Centrão "morreu". Tivesse Sócrates governado melhor e o PSD escolhido outro líder, a historieta teria sido bem diferente. O Bloco e o CDS agradecem.
A noite afigura-se simples: há um derrotado absoluto, o PSD. Só o de Manuela Ferreira Leite?
Falta meia-hora. Parece que já há previsões. Aproveito para agradecer ao misterioso Masson a distinção que lhe mereci. Mas não me sinto sectário...
Nuno Godinho de Matos, um grande deputado constituinte, presidente da Comissão Nacional de Eleições, informa-nos que até ao meio-dia votaram dois milhões de eleitores, mais 200.000 do que em 2005 ( número corrigido) pela mesma hora. Tomem nota. Os portugueses estão na rua.
Há quem considere desnecessário e paternalista a existência do dia de reflexão . É possível que tenham razão. Mas eu gosto do dia de reflexão. Evita manobras de última hora como houve tantas nesta campanha até ontem- e não estou a falar do anúncio unilateral da vinda do Papa a Portugal- e empresta uma solenidade ao acto eleitoral que de outra maneira se banalizaria. Até na minha vida particular ponho-me a considerar o que devia ter feito e não fiz, ou o que fiz e não devia ter feito. Sobretudo preparo-me para o que der e vier.E penso que como eu, muitos cidadãos.O voto, esse já o defini há muito. Mas pode haver quem ainda não e precise de calma para dar um sentido a este.
João Gonçalves e Paulo Gorjão andam às turras um com o outro mas escandalizaram-se ambos com o meu post anterior que interpretaram como a defesa de um governo de coligação PS-BE, coisa que não fiz, embora a possa conceber mas não na forma falada. Caso o PS vença as eleições sem maioria absoluta -como as sondagens indicam-sou favorável à constituição de um governo minoritário como forma de começar a legislatura. Caso haja necessidade de coligações inclino-me então para uma que tenha o respaldo das indicações claras dos votantes.E não excluo ninguém à esquerda que aceite um programa de governo assente nos melhores princípios reformadores do PS. O tempo da direita indicar a esquerda que governa está a terminar.
E se, apesar da campanha de assustamento que a direita leva a cabo contra uma coligação PS-BE ,os eleitores derem um número mais do que suficiente de mandatos aos dois partidos para permitir a formação de um governo, este fica autorizado pelo soberano, não?
Estive hoje na Sessão Solene de abertura do novo ano lectivo da Universidade de Aveiro onde proferi a lição da praxe subordinada ao tema A Universidade e a crise do pensamento crítico em que esbocei uma periodização da vida das universidades no último meio século , e os desafios que as esperam no próximo futuro. Acrescento que aprecio muito positivamente as características e a acção da Universidade de Aveiro.
O mal estar destas últimas horas entre o PSD e Belém dá a entender que não há , à direita, salva-vidas para todos.
A partir de agora sabe-se que as próximas eleições presidenciais vão ser mesmo a sério. Ou seja Cavaco Silva tem fortes probabilidades de não se apresentar ou de não ser reeleito. E assim tudo muda quanto a candidatos.As legislativas seguem dentro de momentos.
"We are all Keynesians now" disse o Presidente Nixon no início dos anos 70. Hoje, praticamente quatro décadas depois, parece que "Somos todos Minskyanos".
Para quem andou na campanha de Mário Soares para PR no meio da indiferença geral pelo resultado das presidenciais, pois quase toda a «intelligentzia» suspirava pela combinação do século entre Cavaco e Sócrates, não deixa de ser irónico ver Mário Soares 4 anos depois na campanha do PS a tentar salvar a «esquerda possível»...
O Expresso resolveu não ir directamente a eleições. Já o Diário de Notícias e o Público estão mergulhados nelas até ao pescoço.
Não há bons produtos financeiros para a pequena poupança. Nem públicos nem privados.Já aqui o denunciei várias vezes.Pois um jornal como o Expresso resolveu chamar à primeira página as escolhas pretéritas de alguns protagonistas do BE pelos PPR s dos tempos heroicos dos complementos de reformas . Ninguém ficava isento por isso de descontar para a segurança social ou para a Caixa de Aposentações.Ora pelos insignificantes montantes apresentados percebe-se que estamos perante gente que vive do seu trabalho.Por isso também não percebo o rasgar de certificados ...
Hoje é dia de prever no CM o segundo mandato de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, de perguntar se vamos ter um primeiro-ministro eleito e os deputados nomeados, e se este modelo vai dar certo quando as coisas apertarem.
Estamos a assistir a mudanças no clima político do País. E já não estamos no Verão.
Como previsto Durão Barroso foi reeleito no PE para um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia com os votos suficientes para esperar pelo referendo na Irlanda em Outubro a rezar pela vitória do SIM. Sem outros candidatos declarados ao lugar, a vitória de Barroso revela talento mas não lhe assegura um segundo mandato tranquilo. Antes pelo contrário.
Os Certificados de Aforro já não são atractivos, os PPR não compensam há seis anos. A Bolsa é o que se sabe. Depois queixem-se da taxa de poupança.E nada de criticar o logro dos PPRs. É o Mercado,caro reformado liberal e moderno...
O título deste post começa por ser uma homenagem ao blogue de Pedro Magalhães e Luis-Aguiar Conraria, mas tem a ver com a entrada de Manuel Alegre na campanha do PS para as legislativas. Finalmente o ex-candidato presidencial vai testar a sua actual capacidade eleitoral, e apenas em alguns círculos, segundo consta. É uma variável a ter em atenção na noite do dia 27, ou mesmo depois.O BE também vai estudar os resultados, certamente.
O Presidente dos EUA fez questão de recordar o inicio oficial da crise financeira com a falência da Lehman Brothers declarada a 15 de Setembro do ano passado. Passado este tempo pouco se avançou sobre o estudo das causas e ainda menos sobre as consequências da crise.O «sub-prime», os «produtos tóxicos», a «ganancia dos gestores», as puras fraudes como as praticadas por Madoff, foram apenas explicações de circunstância que abalaram ainda mais a confiança no saber dos economistas consagrados, ou em cargos de influência institucional , que nada previram.
José Sócrates respondeu bem à questão sobre os ministros que saem.Com efeito, depois das legislativas, haverá um novo governo, que tomará posse em Belém, apresentará um programa na AR, e mudará de número como é da praxe. Foi hábil na entrevista, mas poderá vir a ser penalizado eleitoralmente por não ter feito uma boa remodelação a tempo.
Ontem quer José Sócrates quer Manuela Ferreira Leite apresentaram-se como candidatos ao cargo de primeiro-ministro quando formalmente eles são candidatos a deputados. A realidade tem vindo a consagrar essa prática do líder do partido mais votado ser nomeado primeiro-ministro pelo PR, mas não deixamos de estar perante uma usurpação real de um poder presidencial, e que também diminui a AR. Até Louçã e Paulo Portas ,mesmo sem votos à vista para tal pretensão, abundam no culto da eleição directa do primeiro-ministro.
Na minha Página no Correio da Manhã trato de vários temas como de costume, mas reservei o prato forte para os debates televisivos, concluindo que eles «desfizeram qualquer estratégia de bipolarização entre o PS e o PSD». Hoje à noite talvez se jogue qual dos dois ficará à frente, ou seja qual deles fará a despesa das negociações para formar governo.
Francisco Louçã parece estar a ser vítima do sucesso do BE que é indesmentível.Até ontem o BE era uma força política de causas e de fiscalização do poder, em que atingiu uma grande credibilidade e capacidade de atracção.Louçã tem-se apresentado ao eleitorado como um futuro líder governamental. Mas a apresentação do seu programa está a revelar-se um obstáculo para os debates em que participa. Dá a impressão que há gente no BE que não quer tentações governamentais no curto prazo.
Contrariamente a JM Pinto Correia, cujo blogue Politeia é de leitura obrigatória, tenho por certa a re- eleição de Durão Barroso antes da repetição do referendo na República da Irlanda, e por causa deste. Caso haja um novo voto negativo tudo será então posto em causa em Bruxelas , e Barroso será um dos mais expostos bodes expiatórios da crise europeia. O adiamento da eleição prestar-se-ia, aliás, a responsabilizar muita gente pela eventual derrota. Mesmo assim o ex-primeiro ministro passou por um grande susto esta semana no PE. Até teve de recordar o seu tempo de militante do MRPP para responder às dúvidas de Cohn-Bendit, o ponta de lança francês do Stop Barroso...
Paulo Portas pode ter ganho o debate com MFL-é o que oiço os comentadores assertivos dizerem- mas fez ressaltar a dimensão social do PSD. E isto é o que dá votos.
Agora que o livro de Gonçalo Amaral foi apreendido por um tribunal português que pretende mesmo impedir a sua futura publicação no estrangeiro, estou arrependido de não o ter comprado.Estranhos caminhos percorre hoje em dia a soberania judicial portuguesa...
A selecção de futebol ganhou a Hungria por 1-0, com um golo de Pepe a dar seguimento a um livre marcado por Deco. Pepe levou a mão ao coração e acredito no gesto. Liedson não jogou nada mas antevejo a função de «desgaste» dos defesas que o pensamento único lhe apontará amanhã para justificar a campanha para titular. Quanto a Cristiano Ronaldo o facto de ser o «capitão» mina a coesão do grupo e não contribui em nada para a hierarquia de funções na selecção. Nunca o vi falar com um dos seus colegas durante o jogo, ou sequer olhar para eles nessa condição. Ao árbitro nunca reclamou nada que não fosse em jogada própria. Foi Sabrosa quem tentou evitar que Duda tivesse um amarelo. Se houvesse eleições CR seria o capitão?Ou só com chapelada?
A ida de Manuela Ferreira Leite à Madeira era uma fatalidade desde que se engripou por altura da festa do Chão da Lagoa. Mas correu-lhe pior do que o previsto. Não falo do caso do «carro oficial» que é menor e foi empolado. Falo da escolha de Alberto João Jardim para paradigma do regime democrático pluralista, o que deve ter espantado o próprio que sabe o que faz.Ele esperaria uma palavra sobre o desenvolvimento, uma meia sobre as obras públicas -et pour cause!- jamais ser apresentado como exemplo do regime! Fazer uma campanha à base dos perigos de uma «asfixia democrática» em Portugal, e depois apresentar o exemplo democrático da RA da Madeira é um verdadeiro desespero. O corredor estreita-se.
Houve uma tendência mútua neste frente a frente entre José Sócrates e Francisco Lousã em jogar para o empate. Curiosamente foi o líder do BE quem mais se ressentiu da falta de «parlamento» no debate.
Os debates que estão a decorrer nas estações televisivas generalistas entre os líderes partidários têm vários efeitos: um deles poderá ser a maior participação eleitoral no dia 27.Quanto aos efeitos na votação concreta dos portugueses já tenho mais dúvidas, e hoje o debate entre José Sócrates e Francisco Louçã será dos poucos em que esse efeito directo se poderá produzir. Mas uma coisa é certa : as estações televisivas vão poupar muito dinheiro com os debates e os sucessivos programas de comentários . É quase a custo zero!
“In a time of universal deceit, telling the truth is a revolutionary act.”
Uma boa notícia deste fim-de-semana foi a sondagem da Markteste que dá um avanço de 11% a António Costa nas eleições para a CML.Embora muita coisa ainda se possa jogar entre 27 de Setembro e 11 de Outubro.
A popularidade do futebol assente em vários factores, sendo um deles a enorme participação opinativa que suscita. A mobilização à volta do futebol-para além dos fenómenos identitários envolvidos e da beleza potencial do espectáculo-deve-se exactamente ao facto de ser uma matéria eminentemente opinativa. Daí também tantos comentários e comentadores.
A selecção de futebol nem com jogadores naturalizados ganha. E até aqui os árbitros FIFA não se inclinaram para as nossas cores... antes pelo contrário.
Hoje a Página trata , entre outros temas e como não podia deixar de ser, da interferência directa da administração da Média Capital na linha editorial da TVI, vulgo «caso Manuela Moura Guedes». Aconselho o PS a colocar de novo a defesa da liberdade de imprensa entre as prioridades da sua acção política.A liberdade de imprensa em Portugal é das melhores do mundo. Não a podemos deixar estragar.
Trata-se do blogue de Joaquim Pinto, um mestre que ainda me consegue cortar o cabelo com estilo!Um grande profissional que sabe receber.
Nuno Ferrão , um antigo aluno meu de quem guardo a melhor recordação , faz-me uma referência muito amiga no seu blogue que se apresenta como bastante diferente do habitual. A seguir.
José Sócrates disse esperar que o PS não venha a ser penalizado eleitoralmente pelo estupidez da administração da TVI ao cancelar o Jornal Nacional apresentado por Manuela Moura Guedes. Pois eu temo que o PS venha mesmo a pagar pelo pecador.
Sócrates teve ontem o seu debate mais fácil desta série televisiva. O CDS é o único partido que não tem fronteiras eleitorais com o PS...
Muito se falou de Munique(1938) por ocasião do 70º aniversário do início da II Guerra Mundial. Mas há uma outra espécie de «Munique» monetário mais perto de nós,: aquele que levou à aceitação por tantos governos sociais-democratas europeus dos termos quantitativos do Pacto de Estabilidade em 1998. Todos sofremos com a arrogância monetarista e tecnocrática dos seus promotores durante uma década, e agora que estamos em crise ninguém liga ao défice orçamental por essa Europa fora...
Ao ver a comunicação social, e muitos blogues, sonho com a chegada do mês de Outubro...
As conveniências políticas ainda não permitiram uma séria interpretação dos acontecimentos que levaram a que só a invasão da Polónia tenha decidido a Grã-Bretanha a declarar guerra à Alemanha. Tanto mais que Londres, contrariamente a Paris ,não fora uma grande adepta das fronteiras da Polónia traçadas na Conferência de Paz de 1919. Mas desde 1936 que a guerra continental europeia estava à vista.
É muito provável que depois das próximas eleições se comece a fazer a história das transformações que o PS sofreu com os governos Guterres. Está agora na berlinda a reacção do ex-ministro Pina Moura e a sua focalização nos aspectos mais monetaristas e financeiros do programa do PSD. Estava na Assembleia quando Pina Moura apresentou o seu testamento de austeridade como ministro das Finanças ao mesmo tempo que a sua demissão se consumava junto do PR. Foi a sua última, se bem que circunstancial, declaração doutrinária. Ficou preso a esta. J M Correia Pinto no Politeia trata das fases anteriores.