Carlos Candal
Carlos Candal era um nome mítico quando comecei a minha actividade estudantil no movimento associativo em Lisboa. Ele tinha ganho as eleições para presidente da AAC quebrando assim uma longa hegemonia da direita política na Universidade de Coimbra, e todos referiam as suas qualidades oratórias, na altura uma característica primeira.De certa maneira Candal em Coimbra e Jorge Sampaio em Lisboa simbolizaram o aparecimento de uma nova vaga de dirigentes democráticos.
Há porém um episódio passado nas discussões do grupo parlamentar socialista na Constituinte, em 1975, que nunca compreendi. Alguns deputados do PS pretendiam racionalizar a figura do «Controlo dos Trabalhadores» nas empresas referindo que o modo de aplicação desse controlo dependeria do sector de actividade, do tipo de propriedade, e da dimensão da empresa, se bem me lembro. Pois Candal, de quem se esperaria apoio para uma ideia tão sensata, exclamou:« Fica controlo dos trabalhadores, ponto final!» . Não ficou nada alguns anos depois.
Dito isto pela surpresa ,( e pela história) inclino-me perante um democrata combativo de antes e depois do 25 de Abril.
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