O fim da rendição ,ou Obama chegou ao Japão?

Algo de sério aconteceu no Japão: o partido liberal que governou o país durante 53 anos foi derrotado eleitoralmente pelo partido do centro, mais social. Sabendo-se como a democracia foi implantada em Tóquio pelo general Mac Arthur, é caso para perguntar se foi o Japão que saiu da era da rendição, ou se a foi a influência Obama que chegou àquele arquipélago asiático.A seguir.

Eu não vou (nessa)

Não vou entrar em argumentos que podem roçar a doença igualitária da pequena inveja. Estou-me borrifando que a menina Patrocínio tenha uma criada que lhe lava os pés ou lhe ponha a frutinha na boca.

Mas prima facie e objectivamente, a Mandatária para a juventude de Sócrates parece-me algo descaroçada de ideias (se é que tem alguma) para o país ou a juventude que diz representar. O plástico e o vazio sempre me pareceram conviver bem com a máquina de propaganda Socrática. É um facto!

Há muitas maneiras de se ser Rainha de Inglaterra

Jorge Bateira dá-nos conta de uma interrogativa que IsabelII lançou aos economistas britânicos «Como foi possível não se terem dado conta do aproximar da crise»? Há perguntas levadas do diabo, e que por isso não se fazem entre nós, que somos todos economistas...

Final da Legislatura

Um dos argumentos presidenciais para o veto ao diploma que regula as uniões de facto é o de que a sua promulgação é inoportuna por se estar no «final da legislatura». Mas se Cavaco Silva tem esse entendimento lato do que é o fim da legislatura para um diploma cuja aprovação na AR terá ocorrido em Março p.p., porque não marcou as legislativas ao mesmo tempo do que as europeias? Há meses que andamos no final da legislatura mais longa do regime constitucional, ou seja num vazio político preenchido da pior maneira por vários agentes.

Só sabemos lutar pelo primeiro lugar?

Acabo de ver em directo a final de salto em comprimento feminino, como já tinha acompanhado o triplo salto masculino. Um pouco de ensaísmo sobre a portugalidade, um filão inesgotável para intelectuais do bairro: deu-me a impressão que os nossos atletas, Naide Gomes e Nélson Évora, esmoreceram quando perceberam que não chegariam ao primeiro lugar.Os últimos saltos foram uma tristeza. Temos que nos treinar para continuar a lutar.

A praia Maria Luisa-Tudo raso?

A praia Maria Luisa não era desconhecida do social de Verão. Basta consultar as revistas da «especialidade».Nas fotografias lá estavam as «arribas», belas e ameaçadoras. Parece que agora vai tudo raso.Até eu que sou um partidário sectário da protecção humana acho um exagero estival anti-ambiental...

A Página no Correio da Manhã

Hoje retomo a Página no Correio da Manhã embora com prazo à vista. Deixo lá uma série de perguntas giras. Também me pergunto se este imbróglio entre Belém e o governo não irá prejudicar o PS na hora da votação.

Sobre a filosofia do sucesso

Alain de Botton sobre a modernidade: carreira, sucesso, status e inveja.

Profissão: Ladrão

Sobre a importância da profissão do Ladrão na Sociedade.

O enredo do Arctic Sea

O cargueiro Arctic Sea acabou por ser encontrado pela marinha russa a sul de Cabo- Verde. O enredo da sua viagem do Mar Báltico até ao Atlântico meridional está por enquanto envolto uma teia de versões dispersas.Retenho para já que a Comissão Europeia pretendeu dizer alguma coisa sobre o assunto que envolvia a costa portuguesa. Porquê?

O empate da equipa-tipo

Fui ao Estádio da Luz ver o primeiro jogo a sério da temporada. A pré época é um mundo virtual que não me merece muita dedicação. O SLB podia ter ganho mas empatou contra um Marítimo manhoso, depois de ter estado a perder durante mais de uma hora. Só vejo uma vantagem: ainda era muito cedo para se ter uma equipa-tipo.O Jorge Jesus vai ter que continuar a pensar.

Liberdade de voto

Vi, como não podia ter deixado de ver, a indignação de Moita Flores com a inclusão nas listas de deputados do PSD de gente pronunciada. Já aqui me referi ao assunto, e até já louvei Marques Mendes, centrifugado pelo sistema, pelo seu bom combate que lhe valeu perder o executivo da Câmara de Lisboa há dois anos. Mas a ética quando doi aos seus partidários ainda tem mais valor. Já a ética como arma de arremesso, a mais usada, pode levar a uma extraordinária liberdade de voto nos próximos actos eleitorais.Não sei se os institutos de sondagens vão dar conta do recado...

Um cargueiro muito atacado leva à descoberta de um porta-voz

Nem de propósito tendo em conta o post anterior: um porta voz do Comissário Europeu dos Transportes, não se sabe com que mandato ou competência, veio há horas falar de 2 ataques ao cargueiro Arctic Sea, um ao largo da costa da Suécia, e outro ao largo da costa de Portugal, sem precisar mais nada a não ser que os ataques não tinham a marca da Somália!Um pândego, como diria um amigo meu.Mas lá voltamos à costa negra...

Quem quer ressuscitar a «costa negra»?

Durante uns dias, a propósito do desaparecimento do navio Arctic Sea, houve quem quisesse apresentar as águas sob jurisdição portuguesa como inseguras e com falta de meios de fiscalização à altura de um Estado soberano com responsabilidades internacionais.Não vale a pena disfarçar. À atenção do Ministério da Defesa.

Boas perguntas

Campos e Cunha faz boas perguntas na entrevista que deu ao jornal I. Por exemplo:
«Porque é que o rendimento do trabalho paga mais impostos do que as mais-valias de uma empresa cotada na bolsa?».Pela mesma razão que paga mais impostos do que os rendimentos do capital?
Ainda muito relevante. e rigorosa, a distinção que faz entre o imposto aos rendimentos do capital, e a confusão com o imposto à riquesa.

Andar, não parar

O meu amigo João Bonifácio Serra, no seu notável blogue O que eu andei, mostra alguma surpresa pela minha maneira de encarar o célebre ZIP-ZIP, que foi instituido em alfa e ómega da Primavera Marcelista no campo da programação televisiva.Pois, exactamente por isso.Uma andorinha não faz a primavera...

Porque teria de ser o governo?

Passei o fim de semana a cismar porque teria de ser o Governo a indicar o nome de João Lobo Antunes para o Conselho Nacional de Ética, de entre os 3 que lhe são atribuídos, enquanto a AR elege 6, e uma série de corporações indica mais 8. Eu próprio tenho alguma experiência de nomeações não consumadas, mas ,fora o critério da boa vontade, não vejo neste caso porque teria de ser o Governo a indicar um nome sugerido por Cavaco Silva nos 3 lugares que dispunha num total de 17, segundo a recente lei que regula este orgão de consulta da AR. Aqui há gato.

O ZIP-ZIP

Conheci Raúl Solnado como quase todos os portugueses: parte pelos espectáculos, parte pessoalmente. Era uma personalidade rica e mais complexa do que o retrato apresentado na hora da sua morte sugeriu. Guardo sobretudo o seu sentido de cidadão responsável e empenhado. Verdadeiramente popular, aparecia em situações críticas como as que se viveram por várias vezes entre 1975 e 1980 em Portugal, sempre com mais sentido do dever do que com vontade de tomar partido. Era um líder de opinião sem escrever uma linha nos jornais, e tinha uma cultura de vida apurada. Reduzi-lo ao ZIP-ZIP é próprio de quem parou no tempo. Não foi o caso dele.

As outras listas

Só as listas do PSD é que merecem comentários críticos, ouço perguntar. Bem, são as que terão maior influência negativa no acto eleitoral. Mas as do PS, em que houve a entrada dos reforços possíveis , revelam a velha tentação punitiva dos deputados mais livres com as exclusões dos que votaram ao lado de Manuel Alegre durante a longa legislatura.Também a eliminação de um fundador do PS na clandestinidade como Arons de Carvalho dá que pensar sobre a quem está reservado o papel de último moicano na era Sócrates.
Quanto ao BE, inovou numa reunião com bloguistas, ao conceptualizar ad-hoc as suas listas como sendo constituidas por especialistas, o que suscita um cheirinho do antigamente. Mas tendo em conta que o seu melhor deputado na longa legislatura foi João Semedo, o deputado- médico que desenvolveu uma óptima actividade na comissão de inquérito financeira ao BPN, percebe-se que o critério pode ter uma interpretação revolucionária.
O CDS e o PCP ficam para outro dia.

As listas do PSD não ajudam

Não será pelas listas de candidatos a deputados que o PSD terá um bom resultado a 27 de Setembro. Antes pelo contrário. Parece reinar um tal clima de confiança que descuraram os aspectos propriamente eleitorais das listas. E foi um retrocesso civilizacional terem incluído gente sob fortes indícios de irregularidades, sobretudo em Lisboa. Deste ponto de vista, honra e glória para Marques Mendes que pretendeu introduzir alguma decência na vida política portuguesa.

Quais os limites da tolerância social à corrupção?

O Tribunal de Sintra condenou Isaltino de Morais a sete anos de prisão efectiva e a perda de mandato por vários crimes entre os quais os de abuso de poder e corrupção passiva para acto ilícito. ´Neste último ponto joga-se o tipo de certos costumes político-administrativos por parte dos executivos camarários e não só. O comportamento de Isaltino em todo o processo foi o de quem achava que esses procedimentos do envelope e quejandos podiam suscitar uma grande compreensão por parte da opinião pública, senão mesmo do poder judicial. Para já enganou-se em relação ao Tribunal de Sintra. Seria muito positivo que o Tribunal da Relação, uma opinião pública céptica, e os eleitores de Oeiras, se louvassem nesta condenação

"The haves and the have nots"

Enquanto por cá de volta a discutir (inconsequentemente) o inflamado tema da "equidade" e "justiça distributiva" do nosso sistema fiscal, o inglês The Daily Telegraph curiosamente publica um interessante artigo sobre meritocracia e ascensão social.

The chances of the son or daughter of a builder becoming a barrister are lower for the current generation than the previous one. (...) Children born in 1958 were more likely to move up the class ladder than those born in 1970: there is a blockage in the circulation of our elites.

Perder peso

O Público de domingo trazia uma interessante reportagem de Isabel Arriaga e Cunha sobre as dificuldades encontradas pelos eurodeputados portugueses em conseguirem cargos de relevo no PE neste mandato. De facto depois dos alargamentos era de prever uma maior relativização dos nossos deputados. Não parece que os partidos tenham minimamente pensado nas melhores estratégias para contrariar essa tendência. Por exemplo, é um erro elementar impedir que presidentes de Câmaras com peso político sejam impedidos de acumular os dois cargos em nome de um moralismo demagógico, estéril e contraproducente.Assim enquantoFérnando Gomes foi presidente da Câmara do Porto e eurodeputado teve uma grande influência em Bruxelas.
A outra atitude é a de pensar que estamos condenados à insignificância e deixar correr. Não é a minha.

Um NÃO que abalou muita gente

O Não de Joana Amaral Dias ao convite que lhe foi endereçado para um lugar elegível na lista do PS pelo círculo eleitoral de Coimbra incomodou muita gente instalada dentro e fora do PS. Só assim se percebe grande parte das reacções à sua atitude. Afinal quase ninguém quer personalidades políticas diferentes.

Indecisos ou desiludidos?

Voltaram as sondagens com menos pompa e mais circunstância. Ainda estão a curar-se do período de nojo por causa das efectuadas antes das eleições europeias. Nada de oficial foi, aliás, feito para se perceber o que tinha acontecido, como se verificou noutras paragens democráticas perante casos semelhantes.
O grande dado da sondagem publicada hoje pelo Espresso reside no aumento dos indecisos. Serão mais indecisos ou mais desiludidos?

O Anjo da Guarda

Há uma reportagem-creio que da SIC- sobre a visita do rei de Espanha à Madeira cheia de pormenores interessantes. Num dos episódios os dois chefes de Estado e respectivas esposas estão num banco apertado a serem fotografados. João Jardim aproxima-se e exclama : fico atrás como o anjo da guarda!
Se somarmos a isso o seu silêncio durante esta visita percebemos o que vai na alma do presidente do Governo Regional da Madeira.