O ZIP-ZIP
Conheci Raúl Solnado como quase todos os portugueses: parte pelos espectáculos, parte pessoalmente. Era uma personalidade rica e mais complexa do que o retrato apresentado na hora da sua morte sugeriu. Guardo sobretudo o seu sentido de cidadão responsável e empenhado. Verdadeiramente popular, aparecia em situações críticas como as que se viveram por várias vezes entre 1975 e 1980 em Portugal, sempre com mais sentido do dever do que com vontade de tomar partido. Era um líder de opinião sem escrever uma linha nos jornais, e tinha uma cultura de vida apurada. Reduzi-lo ao ZIP-ZIP é próprio de quem parou no tempo. Não foi o caso dele.
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