Meias tintas
O fecho da loja de conveniência, realmente, deveria dar direito a motim. Que raças de cidade onde, num bairro central e animado -mesmo aos fins-de-semana- não se consegue comprar um jornal ao domingo. Mas para todos os que moram entre S. Bento e o Príncipe Real, há um segredo bem guardado. É altura de o revelar. Na esquina da Rua Cecílio de Sousa com a Rua da Palmeira existe o estabelecimento do Sr. Figueiredo. Não é verde-garrafa. Não é um qualquer quiosque alinhado e de cartel. É uma mínima sub-cave, sempre a meia-luz e com três degraus desleais, gerida pelo dito e pela sua excelentíssima patroa. Também faz fotocópias. Ademais, o Sr. Figueiredo assume, voluntariamente, o papel de assessor de imprensa dos seus clientes mais certos. Aos domingos fecha cedo, por volta do meio-dia. Portanto, é só meia solução. Insuficiente para os vespertinos. Mas mais do que paliativa para os agarrados.
<< Home