segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Um café sff X

Gostei de ouvir o Fernando Alves a ler este excerto do Steiner na TSF e de ler João Céu Silva sobre este outro livro, dando a Lisboa um “sabor a Paris”. Italo Calvino dizia que quando visitamos Paris temos a sensação de chegar a um território familiar porque, sem nunca lá termos estado, conhecemos os seus monumentos, os seus escritores, os nomes das ruas. E os principais cafés.
Albano Matos também se lembrou do mesmo tema: “Já Lisboa (citada por Steiner logo a abrir a palestra) regrediu ao nível pré-café (ou pós-bancário, pela quantidade de estabelecimentos transformados em bancos nos últimos 40 anos), destruindo em massa cenários de amores e conspiratas, discussões literárias e revoluções permanentes. Da memória apagaram-se traços essenciais da história em que café Humberto Delgado pronunciou o famoso "Obviamente demito-o" que levantou um clamor em Portugal? Em que balcão Pessoa se deixou fotografar "em flagrante delito"? Ficamos assim, às portas da nova civilização, num limbo sem cafeína.

É a Lisboa sem o Chave D’Ouro, o Café Chiado- herdeiro do Marrare de Almeida Garrett- o Martinho, o Palladium, o Montecarlo, o surrealista Gelo ou cinéfilo Vá-Vá.
Li, já não me lembro onde, que o Medeiros Ferreira e o Fernando Lopes também frequentavam o Vá-Vá. Vá lá…conte.