Guerra Civil
Sabe-se agora que os bombistas suicidas que atacaram Londres eram britânicos. 2ª geração de imigrantes do Paquistão, como muitos gostam de dizer. 1ª geração de britânicos, como prefiro designar. O que se sabe sobre eles até agora (embora seguramente, com a intensa busca nas casas e investigação, mais informação irá surgir) é que nasceram no Reino Unido, tinham idades compreendidas entre os 19 e os 30 anos, eram desportistas, universitários, tinham família. Ninguém- a começar por pais e outros parentes próximos- conhecia qualquer “tendência” religiosa radical.
Estes dados são as informações que confirmam o pior. Os terroristas não vieram de países considerados “de terroristas”. Eram britânicos. Eram europeus. No máximo- e para os adeptos da expressão 2ª geração de imigrantes- as suas origens eram de um país aliado dos EUA. Portanto, e como diria Steiner, a derrocada veio de dentro. A “guerra contra o terrorismo”, baseada na ideia do ataque aos países supostamente albergue de terroristas, cai por terra. A flypaper theory de Bush que, como já aqui mencionei, tem por pilar a ideia que se combatem os terroristas “lá fora” para não termos que os combater “cá dentro”, uma vez mais, revela-se um engodo extremamente perigoso.
Estes dados são as informações que confirmam o pior. Os terroristas não vieram de países considerados “de terroristas”. Eram britânicos. Eram europeus. No máximo- e para os adeptos da expressão 2ª geração de imigrantes- as suas origens eram de um país aliado dos EUA. Portanto, e como diria Steiner, a derrocada veio de dentro. A “guerra contra o terrorismo”, baseada na ideia do ataque aos países supostamente albergue de terroristas, cai por terra. A flypaper theory de Bush que, como já aqui mencionei, tem por pilar a ideia que se combatem os terroristas “lá fora” para não termos que os combater “cá dentro”, uma vez mais, revela-se um engodo extremamente perigoso.
Não apenas os ataques terroristas aumentaram exponencialmente desde a invasão do Iraque; não apenas os ataques terroristas são maioritariamente perpetrados por indivíduos originários de países ocupados pelos EUA e pela Europa; não apenas a Al-Qaeda se internacionalizou; não apenas escolhem as nacionalidades das vítimas; não apenas continuam a conseguir executar estes ataques. Agora são europeus que os executam. É um pesadelo. Mas também pode ser uma oportunidade importante para repensar este tremendo falhanço da estratégia contra o terrorismo.
Se estas notícias colocam desde logo uma interrogação dramática sobre as formas de lidar com o terrorismo, levantam também a questão da integração das 1ªs gerações de "ocidentais". Por outro lado, parte da panóplia das medidas securitárias, como fechar ou endurecer fronteiras, perde sentido. Se são britânicos, espanhóis, portugueses ou italianos que estão dispostos a serem bombistas suicidas, muitas dessas medidas não têm qualquer utilidade.
Por fim, se os muçulmanos, desde o dia 7, estavam a ser alvo de ataques xenófobos, agora a situação vai piorar. Ou se tomam medidas urgentes para conter esta escalada ou, efectivamente, recrutar bombistas suicidas em solo “ocidental” vai ser cada vez mais fácil. E cada vez mais difícil de prever, controlar e evitar.
E uma palavrinha para o senhor Bush. Pena é que, no final da reunião do G8, não tenha ido para Londres. Nenhuma agenda complicada justifica tamanha falta. Estava tão perto. Eram os seus aliados.
E uma palavrinha para o senhor Bush. Pena é que, no final da reunião do G8, não tenha ido para Londres. Nenhuma agenda complicada justifica tamanha falta. Estava tão perto. Eram os seus aliados.
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