O caso Saramago
Escrevi o que tinha a escrever sobre o fenómeno Saramago num artigo publicado pelo Diário de Notícias em 13 de Outubro de 1998, intitulado Saber Renascer, que ainda anda aí pela net graças à atenção que mereceu na altura da atribuição do Nobel.Nele escrevia que « José Saramago nada deve ao sistema escolar português , selectivo, elitista e abundantemente estéril(...)Nem os estudos secundários os completou, o Nobel da língua portuguesa. Não foi pois o sistema formal de ensino que lhe suscitou a gramática e a criatividade artistica. José Saramago, Prémio Nobel, é uma obra exclusivamente sua.(...)Numa terra de doutores, ele afirma-se do lado do país para quem a escola não chegou».
Combati, como poucos, a acção dele à frente do DN em 1975, raramente estou de acordo com o que ele diz, mas admiro-o como pessoa que soube renascer como aconselha Séneca, e simpatizo com a sua tendência para o escândalo num país aparentemente de brandos costumes. A Bíblia dá para tudo, até para o que Saramago disse ingenuamente. Nem é preciso seguir o filósofo Celso e o seu Discurso tardo-pagão contra o Livro.Quem não hesita entre o cordeiro de Deus e Deus?
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