Falar na televisão
Estive esta noite na SIC-N num debate com Adelino Maltês moderado por Ana Lourenço. Mais do que duas opiniões diferentes houve dois registos diferentes. Adelino Maltês, por cidadania, enveredou por uma explicação axiológica do que está em causa no conflito entre o PR e o «Partido do governo», para usar a expressão do próprio Presidente. Eu, também por dever para com os tele espectadores ,escolhi a via da análise comparativa com outros diferendos entre presidentes da República e primeiros-ministros no passado: Eanes-Soares;Eanes-Sá Carneiro; Soares-Cavaco, e não tive ocasião de recordar o que opôs Sampaio a Santana. São muitos diferendos sem teoria. O que aconteceu desta vez foi que o tema sensível das «escutas» , ou da vigilância, foi levantado no topo do Estado sem precisão e de forma atabalhoada, num momento em que o PR está particularmente fragilizado: o PS acaba de ser o partido mais votado, o PSD perdeu com a «boa moeda» e pode queixar-se de Cavaco Silva ; a opinião está perplexa, os mais fortes agentes económicos e sociais ansiosos de «governabilidade». Repito: Cavaco Silva corre o risco de seguir o modelo Craveiro Lopes...
Mais informo o João Gonçalves que aceitei o convite para ir agora à televisão por dever de cidadania.Pode ser uma «ressurreição», mas não a tomo por uma epifania...
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