Joaquim Pinto de Andrade
Acabo de saber do falecimento de Joaquim Pinto de Andrade, nacionalista angolano e cidadão do mundo.Conheci-o numa cela da prisão do Aljube.Ele era então padre e acusado de pertencer ao MPLA.Esse encontro marcou-me profundamente.A nossa amizade foi imediata.Assisti à sua aparente saída da prisão em Janeiro de 1963, e só mais tarde soube que mal pusera o pé fora da cadeia uma brigada da PIDE o levara para Caxias para recomeçar os períodos «legais» da prisão preventiva.Nunca o vi odiar os seus algozes ou ceder nas suas convicções. Foi dos primeiros a telefonar-me para Genebra depois do 25 de Abril cheio de esperança no entendimento futuro entre Portugal e Angola.A história da independência do seu País foi-lhe madrasta.Integrou o movimento da Revolta Activa e foi centrifugado dos centros de poder. Encontrei-o pela última vez em Luanda.Era um Ghandi desencantado mas ainda empenhado.
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