Natal sem pais II
Neste dia de Natal recordo uma história familiar passada em Vila Franca do Campo quando eu tinha 8 anos de idade.O professor da escola primária, Eduardo Botelho, confiava-me tarefas de assistência a colegas com dificuldades de aprendizagem.Assim eu devia assinalar-lhe quando esses alunos estavam preparados para passar a novas fases da leitura como era na altura ler o primeiro texto intitulado «A Dona de Casa», cuja ideologia me dispenso de comentar.Pois a alegria do Arraial, filho de um oleiro da Vila, foi tanta quando isso lhe aconteceu que passados uns dias me ofereceu um burrinho de barro.Ao chegar a casa o meu pai interrogou-me sobre a proveniência deste tendo eu contado com a maior candura e transparência a história que aqui fica.Pois o meu pai enxofrou-se com o episódio e disse-me que eu nunca devia aceitar nada de quem dependesse de mim, tendo inclusivé deitado o burrinho ao chão!Pois a minha mãe guardou-o sem ninguém dar por isso e colocou-o como figura central no primeiro presépio de natal depois desse conflito de interesses!Devo-lhe essa prova de confiança absoluta, como ao meu pai devo ter ficado blindado a seduções do género.
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