terça-feira, maio 22, 2007

O homicida devia reclamar

Zodiac foi o maior barrete cinematográfico que apanhei este ano. Trata do caso do serial-killer de São Francisco que nunca foi apanhado e que assombrou os anos 70, mantendo uma relação directa e muito particular com os media. O filme é fastidiosamente grande. A primeira parte mais parece um longo prólogo e o elemento dramático que se pode gerar a partir da história de alguém que tenta escrever e procura a verdade, perde-se completamente no oco do porquê. Nunca se percebe muito bem o motivo da obsessão do principal protagonista e a tensão esbate-se, do mesmo modo que outros personagens se eclipsam sem mais nem menos.
Bons actores não faltam, mas desfecho é mentira. O remate do filme é o pior possível e para puzzles inacabados já bastava a verdadeira história. Se o homicida ainda estiver vivo e, evidentemente, desiludido com o filme, talvez reescreva o final. Mais não seja com mais uma cartinha para o San Francisco Chronicle. Nos anos 70, Zodiac já tinha demonstrado que era mais esperto do que os outros. A confirmação chegou agora.