Exilados que não regressaram
A morte do anti-salazarista António Figueiredo em Londres fez-me pensar em todos esses exilados políticos que, por um motivo ou outro, não regressaram a Portugal que queriam liberto depois de 25 de Abril.Que funda mágoa os impediu de viver os dias da libertação, de participar na alegria das ilusões e da construção de um regime democrático?E como viveram todos estes anos nas sociedades de acolhimento, muitas vezes bem sucedidos,com fortes laços pessoais e familiares, mas sempre divididos sobre o lugar a que pertenceram?
Lembro-me que quando o problema se me colocou logo a seguir ao derrube da ditadura, em plena qualidade de vida universitária na Suiça, ter respondido perante mim mesmo«O que me fez sair de Portugal obriga-me a regressar».Mas de vez em quando imagino o que teria sido a minha vida se lá tivesse ficado...
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