O drama do ponta -de -lança moderno
Por motivos vários evito falar de futebol neste blogue. Um dos motivos é a JAD gostar mais de cinema.Mas o jogo Polónia-Portugal suscita-me uma reflexão urgente sobre a matéria!
Começo por salientar que Portugal jogou o mesmo que contra o Azerbeijão.A diferença esteve na equipa contrária.Os que gostaram dos 3-0 não têm razões de queixa.Ronaldo, e Miguel foram iguais a si próprios.A mim também me doem as costas quando enfrento uma contrariedade.Mas os nossos críticos que embandeiraram em arco no Bessa vão se ver aflitos para explicar a derrota na Polónia.Nestas circunstâncias costuma-se culpar Scolari e Nuno Gomes.Scolari tem muitas bandeiras a seu favor.Por isso vou defender o avançado-centro.
Nuno Gomes começa por ser o melhor marcador em actividade de funções e é já o quinto melhor de sempre na selecção.Fino, inteligente, joga generosamente para a equipa, e sem ser um portento de habilidade tem técnica suficiente para aproveitar com utilidade acima da média as poucas bolas jogáveis que lhe chegam em condições quer na selecção quer no Benfica.Marcasse ele os pénalties e teria sido o melhor marcador da Liga na época passada mesmo tendo sido ceifado por um defesa do Belenenses um mês antes do fim do campeonato.
Entalado entre os centrais o ponta de lança serve hoje mais para prender os defesas do que para finalisar as jogadas.O seu sentido de oportuninade na área revela-se agora sobretudo em lances furtivos como as recargas.Ainda contra o Azerbeijão no potente livre marcado por Ronaldo 2 jogadores correram bem colocados para o remate.Um,o excelente Ricardo Carvalho, marcou o golo,mas Nuno Gomes também poderia ter recargado com êxito.Ninguém referiu essa jogada.Todos preferiram fixar-se no facto de o ponta de lança ter ficado a zero num jogo que Portugal ganhou facilmente.Como será agora que Nuno Gomes marcou mas a equipa perdeu com um dos possíveis vencedores do grupo que jogava em casa?Vou ler até pelo prazer da dialéctica da argumentação!
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