98 Octanas
Fomos à ante-estreia do filme do Fernando Lopes ontem à noite.Para mim é como se continuasse a sair do Vává em grupo para ir ver o Belarmino.Fiel a si próprio o cineasta continua a aperfeiçoar a tríade Imagem,Pessoas,Diálogos.O filme 98 Octanas é porém mais forte que os anteriores.Se não ficasse sob suspeita de ambiguidade diria que há uma energia latente em todo o filme que não chega a explodir, antes é dominada na sua curva final, mais poética do que real.Também apreciei a apresentação de uma ruralidade portuguesa muito post-salazarista nos valores e nos comportamentos.Por outro lado os diálogos de João Lopes merecem escuta.
Como Fernando Lopes gosta, o filme vive muito da aparência fisica dos actores e do pathos que conseguem transmitir.Neste particular as mulheres impuseram-se:quer Márcia Breia quer Carla Chambel enchem o écran e reduzem o impacto de Rogério Samora, um actor à procura de um personagem mais robusto.
E, antes e depois da exibição, o reencontro com tantos amigos do velho amigo Fernando Lopes, um dos grandes líderes informais da sua geração.Foi uma noite gregária.
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