Lembrar Azeredo Perdigão
A Fundação Gulbenkian,essa grande novidade que comemorou ontem 50 anos,deveu-se, para além da vontade do Arménio, ao grande talento de jurista e de negociador do advogado José de Azeredo Perdigão.A ele se deve a estratégia para manter a fundação«Como portuguesa, perpétua, e com sede em Lisboa», conseguindo negociar com Salazar os Estatutos que previam uma maioria de Administradores de nacionalidade portuguesa, a isenção do imposto de sucessão,e com o filho de Calouste,Nubar,a aceitação dos termos testamentários.Em seguida conseguiu a vinda para Portugal das colecções de arte de Calouste Gulbenkian espalhadas pela Inglaterra, França e EUA.Depois presidiu ao arranque da Fundação numa perspectiva de modernidade, ilustração e solidariedade.Sem nunca esquecer, como escreveu numa carta a Salazar em Julho de 1968 os «princípios básicos de ordem política e social em que foi educado e em que sinceramente sempre acreditou».Esses princípios eram os da democracia republicana.
Lembrei-me muito dele durante as comemorações de ontem, e do convívio com que me privilegiou durante anos.
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