Felizmente há luar
Fui ver a peça de Luis de Sttau Monteiro em representação na Barraca, um grupo de teatro que atravessou estes 30 anos fiel a um padrão estético e político que condiz muito harmonicamente com o drama escrito em 1961.O resultado é um espectáculo surpreendentemente intenso e claro na acção.O texto de Sttau Monteiro foi enxugado por Helder Costa-o encenador-, o que se compreende pois ele foi escrito para ser lido dada a nula probabilidade de ser representado no contexto do Portugal salazarista abalado pela campanha de Humberto Delgado .Aliás o general Gomes Freire aparece como um antepassado de Delgado, e isso 4 anos antes do assassinato deste pela Pide.
Com uma boa distribuição de actores, desde Céu Guerra no díficil papel da mulher do general que servira Napoleão, até aos novos André Nunes e Ruben Garcia, sem esquecer o profissionalismo de João Ávila,o espectáculo recomenda-se.Hoje não vejo ninguém a retratar o passado da opressão em Portugal como Sttau Monteiro o fez há mais de 40 anos.Porque será?
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