Autonomias de sentido único
O presidente do Banco Central Europeu, Jean Claude Trichet, afirmou ser favorável à contenção salarial em Portugal.Ainda bem que o nosso Ministro das Finanças ripostou dizendo não precisar de conselhos facultativos.Com efeito a autonomia absoluta de que disfruta o BCE para a definição da sua política monetária não pode ser transformada num direito de opinar sobre as politicas governamentais dos Estados sócios daquele banco emissor.O que se pede ao BCE é que mantenha controlada a inflação,os preços estáveis e os juros baixos.Se conseguirem reflectir sobre o menor crescimento da zona euro tanto melhor.Se os seus administradores tirarem conclusões sobre a pouca dimensão internacional da moeda que fabricam, e sobre a actual tendência para se fazer do ouro uma moeda de refúgio, mais perto estarão do mandato que receberam.A autonomia do BCE não lhe permite entrar na área dos governos e na política de redistribuição de rendimentos.A autonomia dos bancos centrais , necessária à condução da política monetária ,implica que se respeite a autonomia dos governos.E já agora não seria de redefinir o papel dos bancos centrais nos países da zona euro no sentido de os tornar mais úteis financeiramente, e com maior capacidade de redistribuição de dividendos de aplicações rentáveis para os Estados?Todos devem contribuir para a batalha do déficit...
<< Home