sábado, maio 06, 2006

Charada

Cada vez que abre a boca, Freitas do Amaral gera confusão. Fala sobre as caricaturas e embrulha-se. Tem que ir ao parlamento prestar esclarecimentos e andar pelo Público a combater supostas interpretações erróneas dos seus comunicados. Intervém sobre a história dos deportados do Canadá e tem que escrever na Visão para elucidar o sentido dos seus actos. Opina sobre o Irão, e lá vai de novo à Assembleia da República explicar melhor o que queria dizer. Dá uma entrevista ao Expresso, e a coisa é de tal ordem que vai dar uma conferência de imprensa para decifrar as suas próprias palavras. Nunca ninguém percebe o que REALMENTE queria dizer. Norbert Wiener formulou qualquer coisa do género: “Só sei o que disse, quando ouvir a resposta ao que disser”. Freitas parece um equívoco andante, sempre mal-entendido e a ter que desconfirmar o feedback dos outros. Um jogo sem fim, claro. Só pode estar estafado.
Adenda: Parece que, entretanto, foi cancelada a conferência de imprensa. Os esclarecimentos também eram um equívoco.