Carlos Fabião, presente!
A notícia da morte de Carlos Fabião obriga a pensar sobre a dívida das gerações actuais em relação àqueles oficiais do MFA que após terem conspirado contra a ditadura, derrubado esta, e ajudado a erguer o regime democrático pluralista em que ainda vivemos, se retiraram discretamente do proscénio e voltaram aos seus lugares de origem.Carlos Fabião foi um deles.Depois de ter sido Chefe do Estado Maior do Exército, num período em que não havia voluntários, regressou tranquilamente à sua patente de Ten-Coronel e foi colocado no distrito de recrutamento na Avenida de Berna.Foi aí que o fui reencontrar já que era seu vizinho na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.Conheci vários casos pessoais tratados com humanidade e eficiência pelo antigo operacional da Guiné.Tanto se ocupava de um Marcelino da Mata como de um anti-fascista com problemas adjacentes com a tropa.Seguia com orgulho a carreira universitária do filho, meu colega de Faculdade, e parecia distante da vã glória de mandar.Fazia tudo como se fosse um dever, mas não por dever.Nunca se preocupou com a imagem mas com a substância das coisas.Um outro grande nome do MFA, Vítor Alves, declarou «que a geração de Abril está a chegar ao fim». O pior é se não ficou uma escola de gente assim...
<< Home