quarta-feira, março 08, 2006

Portugal no seu melhor

"Graças à RTP, conheci na segunda-feira o Presidente da ERC. O director do Diário de Notícias representou na excelência as dúvidas da classe. E graças à sua perspicácia, ficámos a saber que o Dr. Azeredo Lopes não concorda com a lei que regula a Entidade a que preside... Ou seja: a lei diz que a ERC pode entrar pelas redacções dos jornais dentro, mas ele limitou essa entrada às casas de banho (disse-o ironicamente, é bom de ver). A lei diz que a ERC deve observar o rigor da informação, mas o Presidente cingiu tal norma ao direito de resposta. A lei ameaça a liberdade de informação, mas o Dr. Azeredo Lopes desvaloriza-a e assegura que, com ele, a Constituição será respeitada acima das prerrogativas da nova Entidade.A ERC, a lei que a criou e o Dr. Azeredo Lopes constituem um bom exemplo do "Portugal no seu melhor". A lei existe para não ser aplicada. A Entidade tem autoridade, mas quem manda nela tem uma interpretação peculiar das suas competências. E, bem vistas as coisas, o Presidente até é um "tipo porreiro": promete à moderadora do programa que só lhe mandará por carta as "boas festas" e garante a António José Teixeira que não usará o poder de entrar na redacção dos jornais.
No jornalismo, quem não sabe fazer, ensina; quem não sabe nem ensina, dá pareceres. E quem não se quer comprometer, aceita presidir a uma entidade reguladora. Portugal sempre foi assim. Porque haveria de mudar agora? "