Século do Medo?
Não afirmo peremptoriamente que vivemos no Século do Medo, como alguns declaram. Mas que o Medo, de efeitos poderosos, é um dos temas que domina a comunicação social, desde as gripes às alterações climáticas, parece-me evidente. E que o medo tem sido particularmente fermentado desde o 11 de Setembro, também.
Aliás, a propósito disso, vale a pena relembrar o documentário The Power of Nightmares, que remete para a diferença entre a “antiga” proposta de sonhos e a actual promessa securitária.
Embora as reacções de pânico em massa sejam menos frequentes do que se supõe, alguns interrogaram-se sobre se o medo dos ataques terroristas não as podia fomentar. E não tendo encontrado nenhum documento que confirme o aumento da sua frequência, alguns acontecimentos parecem querer mostrar essa possibilidade. A morte de quase 1000 pessoas em Bagdad em Agosto de 2005, quando a multidão entrou em pânico na sequência de rumores que davam conta da presença de um bombista suicida, é um deles. A histeria em massa ontem em Manila, é outro.
Mas não será apenas o “clima de medo” de que tanto falava Michael Moore, que lança condições para estes comportamentos. O facto de as pessoas se reunirem cada vez mais em mega-cidades, potencia-o. E o evacuamento, como aliás ficou demonstrado pelo Katrina, está longe de ser bem planeado.
Por outro lado, o que parece evitar o pânico entre a multidão são os laços, a coesão e a solidariedade. Numa sociedade de desaliança, onde estão esses comportamentos?
Ontem nas Filipinas, a multidão reunia por causa de um concurso que dava carros e afins. Uma população altamente desfavorecida que, depois de muitos terem morrido espezinhados, continuou na fila de espera.
Aliás, a propósito disso, vale a pena relembrar o documentário The Power of Nightmares, que remete para a diferença entre a “antiga” proposta de sonhos e a actual promessa securitária.
Embora as reacções de pânico em massa sejam menos frequentes do que se supõe, alguns interrogaram-se sobre se o medo dos ataques terroristas não as podia fomentar. E não tendo encontrado nenhum documento que confirme o aumento da sua frequência, alguns acontecimentos parecem querer mostrar essa possibilidade. A morte de quase 1000 pessoas em Bagdad em Agosto de 2005, quando a multidão entrou em pânico na sequência de rumores que davam conta da presença de um bombista suicida, é um deles. A histeria em massa ontem em Manila, é outro.
Mas não será apenas o “clima de medo” de que tanto falava Michael Moore, que lança condições para estes comportamentos. O facto de as pessoas se reunirem cada vez mais em mega-cidades, potencia-o. E o evacuamento, como aliás ficou demonstrado pelo Katrina, está longe de ser bem planeado.
Por outro lado, o que parece evitar o pânico entre a multidão são os laços, a coesão e a solidariedade. Numa sociedade de desaliança, onde estão esses comportamentos?
Ontem nas Filipinas, a multidão reunia por causa de um concurso que dava carros e afins. Uma população altamente desfavorecida que, depois de muitos terem morrido espezinhados, continuou na fila de espera.
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