Vida de Casado
Vivos e mortos, amor e morte, comédia e macabro. Tim Burton regressa com o melhor de diferentes mundos. E, como de costume, sempre que com o choque entre eles se tira bilhete para uma realidade mais animada.
Victor é o filho único de peixeiros novos-ricos. Vitória é a filha única de uma nobreza arruinada. O mundo dos vivos é pardacento e previsível. E o casamento seria de conveniência, não fosse o facto de os noivos se apaixonarem. Mesmo.
Mas como assim a história acabaria já e ainda só passaram 10 minutos, Victor, numa tentativa desesperada e solitária de memorizar os seus votos de casamento, compromete-se, acidentalmente, com uma noiva cadáver. Uma beleza azul que, apesar de ter a cara meia podre e um olho que insiste sair d’órbita, mantém os restantes atributos. Outrora deixada no altar, jurou consumar um amor-vingança, causa que tanto a conserva (literalmente) quanto a amarra. Um limbo onde é apanhado o esquálido e idealista Victor.
O além, contudo, é uma pândega. Um cabaret cheio de vivacidade, onde esqueletos saem do armário só para um pezinho de dança, fantasmas morrem de riso e cabeças perdem o juízo. Sem se preocuparem muito com o extravio de tronco e membros.
Mas se o mundo dos mortos é bem mais carnal do que o dos vivos, o amor é mais ambicioso do que o “até que a morte os separe”. E onde os vivos encontram os mortos, faz-se justiça e juntam-se os predestinados.
A primeira cena com que Burton nos presenteia no “A Noiva Cadáver”, a borboleta devolvida à sua natural liberdade, é, então, o sentido do desfecho. A doçura que polvilha todo o filme, a par com a acidez e o humor- permitindo a identificação aos três principais personagens- tem, no final, um encantamento suplementar. Tim Burton sabe o que faz. Ossos do ofício.
Victor é o filho único de peixeiros novos-ricos. Vitória é a filha única de uma nobreza arruinada. O mundo dos vivos é pardacento e previsível. E o casamento seria de conveniência, não fosse o facto de os noivos se apaixonarem. Mesmo.
Mas como assim a história acabaria já e ainda só passaram 10 minutos, Victor, numa tentativa desesperada e solitária de memorizar os seus votos de casamento, compromete-se, acidentalmente, com uma noiva cadáver. Uma beleza azul que, apesar de ter a cara meia podre e um olho que insiste sair d’órbita, mantém os restantes atributos. Outrora deixada no altar, jurou consumar um amor-vingança, causa que tanto a conserva (literalmente) quanto a amarra. Um limbo onde é apanhado o esquálido e idealista Victor.
O além, contudo, é uma pândega. Um cabaret cheio de vivacidade, onde esqueletos saem do armário só para um pezinho de dança, fantasmas morrem de riso e cabeças perdem o juízo. Sem se preocuparem muito com o extravio de tronco e membros.
Mas se o mundo dos mortos é bem mais carnal do que o dos vivos, o amor é mais ambicioso do que o “até que a morte os separe”. E onde os vivos encontram os mortos, faz-se justiça e juntam-se os predestinados.
A primeira cena com que Burton nos presenteia no “A Noiva Cadáver”, a borboleta devolvida à sua natural liberdade, é, então, o sentido do desfecho. A doçura que polvilha todo o filme, a par com a acidez e o humor- permitindo a identificação aos três principais personagens- tem, no final, um encantamento suplementar. Tim Burton sabe o que faz. Ossos do ofício.
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