Sá Carneiro e os Reformadores
Reparo que a maior parte das histórias sobre a trajectória política do malogrado Sá Carneiro, com origem na direita, apagam o papel do acordo entre o então presidente do PSD e os autores do Manifesto Reformador, António Barreto e eu próprio,na elaboração de um programa que previa , pela primeira vez, o recurso ao referendo, e uma maior flexibilização do sistema económico,terminando com a irreversibilidade das nacionalizações e alargando o papel da iniciativa privada .O acordo assinado entre nós dava liberdade de opção na maior parte das questões, inclusive na questão presidencial que se avizinhava , e durou um ano.Terminou porque os apoiantes de direita de Sá Carneiro e Freitas do Amaral julgavam possível eliminar as forças genéticas que tinham derrubado a ditadura e nós não queríamos embarcar nessa aventura que dura até hoje.Mas a relação pessoal com Sá Carneiro foi sempre defendida pela transparência contractual entre ele e os reformadores.
Pessoalmente optei por apoiar o General Eanes na sua reeleição em 1980, contra o candidato da AD, o general Soares Carneiro.Perdi então alguns amigos políticos.Cavaco Silva não disse nada que se ouvisse na altura, mas não estava ao lado de Ramalho Eanes.Resignou-se.
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