Quem fala por quem?
Enquanto o candidato não volta a falar – depois de ter falado pouco e menos ter dito – lá se vai, entre os silêncios e o ruído, perscrutando algo. Entre outras coisas, uma resulta clara: ao contrário do que o Francisco aqui diz, desse lado não está um conjunto vasto de gente independente. Pelo contrário. Se aceitarmos que as Comissões Políticas são para ser lidas a sério, o mesmo se aplicando às Comissões de Honra (e quando nada mais resta, não há opção), desse lado está só mesmo o PSD e o que fica à sua direita. Olhe-se para o que se passa com a candidatura de Soares e ver-se-á, por exemplo nas suas comissões política e de honra, uma amostra muito mais pluralista (e é óbvio que valorizas o pluralismo mais do que uma pretensa independência face aos partidos – espero bem que não andes em deriva alegrista!). Depois, meu caro Francisco, deste lado há uma outra vantagem. O candidato fala e fala por ele. Nós, umas vezes concordamos mais, outras naturalmente menos, mas ficamos com espaço para, livremente, falarmos por nós. Desse lado, o candidato não fala, pelo que do seu silêncio se apropriam naturalmente as palavras dos seus apoiantes. Enquanto o que valer for a estratégia que, na sua ingenuidade, a mandatária para a juventude tem revelado de “nada fazer e nada dizer”, é difícil perceber onde acaba o que pensam os seus apoiantes e o que pensa, de facto, Cavaco.
Pedro Adão e Silva, Super-Mário
Pedro Adão e Silva, Super-Mário
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