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Ivan Nunes, no Super-Mário:
1. É triste ver em Pacheco Pereira a sua judiciosidade velha, velhaca, selectiva. Ele encontra em Soares a tentação de alimentar a inveja dos portugueses e espalhar a lama, por o ex-presidente da República ter recordado que é justamente como ex-político que Cavaco recebe uma das suas pensões de reforma. Quando Cavaco quis estabelecer entre si e os políticos uma película protectora, um manto diáfano de seriedade que o isolasse dos «pecados» dos políticos, Pacheco não encontrou mal nenhum. Como dizia Soares, exemplarmente, no sábado, «quando um candidato a Presidente da República diz que não é um político profissional, o que quer dizer com isto?» A dois meses das eleições presidenciais, é preciso confrontar os candidatos - e em particular Cavaco, que se pretende já entronizar - com as suas responsabilidades.
2. Pacheco vê também nas Comissões de Honra de Soares e de Cavaco um retrato da nossa elite do poder. Mas não é preciso olhar muito para perceber que são duas elites: num caso, uma impressionante colecção da ciência, das artes e das letras; do outro, para o bem e para o mal, quase todo o mundo empresarial português. Das duas elites, só uma é que é «do poder».
3. A capa do Público de hoje, com a entrevista ao seu proprietário, que declara a evidência do seu favoritismo por Cavaco, é todo um programa. O poder anda bastante ostensivo.
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