Explique-me,senhor Scolari...
Todos aqueles que alguma vez tiveram de chefiar uma equipa sabem que há meia dúzia de regras básicas para o êxito da missão.
Por exemplo, a não ser em circunstâncias verdadeiramente excepcionais e de tal forma óbvias, não se pode desautorizar uma hierarquia - sob pena de se perder o controlo sobre a estrutura e fomentar a «subversão» generalizada - e note-se que isto não é incompatível com uma liderança aberta e participada. O entusiasmo e o empenho de uma equipa será tanto maior quanto se sentir parte integrante e activa de uma estratégia em cuja concepção também teve uma palavra a dizer - mesmo que limitada a uma área de acção que lhe é própria. E não é menos verdade que há que saber segurar, em circunstâncias difíceis, aqueles que já deram provas, noutras alturas, de qualidades excepcionais.
Mas há limites para tudo.
As escolhas do líder têm de assentar numa base mínima de racionalidade que o colectivo entenda. Se assim não for, pode conseguir um grupo de incondicionais apaniguados, mas, cedo ou tarde, falhará o objectivo principal.
Gostava, por isso, que o senhor Scolari - por quem tenho sincera admiração - me explicasse os motivos que justificam a insistência em fazer de Ricardo - nitidamente forma de forma ... - o titular da baliza da selecção nacional de futebol .
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