Os detalhes da chatice, João Pinto e o Rei Midas.
Há duas semanas atrás o João Miranda do Blasfémias publicou um post onde dizia que: “não está demonstrada nenhuma relação entre furacões e aquecimento global”, aproveitando para dizer que os que a estabelecem demonstram o “habitual anti-americanismo (….) e a falta de seriedade dos proponentes do protocolo de Quioto”. Uns dias depois eu fiz este post, onde citei um artigo de opinião de Nicholas Kristof no New York Times, os trabalhos de Kerry Emanuel (Professor do MIT) e outras organizações de cientistas. Estas fontes afirmam que existe uma relação entre furacões e aquecimento global e eu linkei o post do JM, discordando, naturalmente, do que tinha escrito.
Curiosamente, o primeiro a responder foi o Rodrigo Adão da Fonseca que eu nem sequer tinha linkado. Portanto, parece que veio ripostar pelos outros colaboradores do blog. Mais estranho ainda é responder ao meu post sem nunca se referir à relação entre o Katrina e Quioto. Disserta sobre o João Pinto, corações de ouro, Rei Midas, lança duas ou três das habituais (que para a esquerda as razões financeiras não são importantes). Falar do post é que nada. Até posso compreender que o RAF se sinta na obrigação de ter que defender os colegas do blog…podia era fazê-lo com substância.
E pronto, quem tinha sido realmente visado no meu post, o João Miranda, lá respondeu uns dias mais tarde. Decidiu que a melhor forma de criticar o meu post era encontrar contradições entre aquilo que eu disse e as fontes que eu própria citei. Quanto ao artigo de Nicholas Kristof, o JM acha que o autor não defende a relação entre Quioto e Katrina porque diz: ««True, we don't know whether Katrina was linked to global warming”. Só que o JM não cita o resto do artigo. Cita o que lhe apetece. Se tivesse lido o artigo, veria que Kristof diz o seguinte: But there are indications that global warming will produce more Category 5 hurricanes. Now that we've all seen what a Katrina can do - and Katrina was only Category 4 when it hit Louisiana - it would be crazy for President Bush to continue to refuse to develop a national policy on greenhouse gases”. O que, aliás, estava no meu primeiro post.
Mas o JM decide mesmo recorrer aos trabalhos de Kerry Emanuel para desmentir a ligação Kioto_Katrina. Mais uma vez, descontextualiza-os. O que Kerry Emanuel diz, inequivocamente, é que os resultados das suas pesquisas “sugerem que o futuro aquecimento pode levar a uma tendência para o aumento do potencial destrutivo dos furacões” ( "My results suggest that future warming may lead to an upward trend in [hurricanes'] destructive potential”).
Portanto, quanto às fontes que eu citei, estamos conversados.
Depois, gostava de esclarecer que, com aliás escrevi no Diário de Notícias, não penso que se Bush tivesse assinado o protocolo de Quito, o Katrina teria sido evitado. Não seria atempado: tratam-se de efeitos morosos. Mas se tivéssemos prevenido o grau que hoje atinge o aquecimento global, respondendo aos alertas que cientistas fazem há décadas, é possível que Nova Orleães tivesse sido poupada. Se o protocolo de Quioto não for assinado “globalmente”, inclusivamente por Bush, o que os especialistas indicam é que potencializará novas catástrofes. Justamente por isso, citei Kristof que, como também escrevi no blog, se interrogava legitimamente sobre “a próxima tempestade”. Nessa próxima catástrofe, que preferia que não existisse mas que é provável, voltaremos a assistir à direita portuguesa a dizer que o furacão não tem nada a ver com o aquecimento global? Ou que não seria evitável?
João Miranda não foi sério a responder ao meu post. Descontextualizou e truncou textos conforme lhe apeteceu. E ainda teve a lata de chamar ao seu post: “Os detalhes são uma chatice”. Nota-se!
Curiosamente, o primeiro a responder foi o Rodrigo Adão da Fonseca que eu nem sequer tinha linkado. Portanto, parece que veio ripostar pelos outros colaboradores do blog. Mais estranho ainda é responder ao meu post sem nunca se referir à relação entre o Katrina e Quioto. Disserta sobre o João Pinto, corações de ouro, Rei Midas, lança duas ou três das habituais (que para a esquerda as razões financeiras não são importantes). Falar do post é que nada. Até posso compreender que o RAF se sinta na obrigação de ter que defender os colegas do blog…podia era fazê-lo com substância.
E pronto, quem tinha sido realmente visado no meu post, o João Miranda, lá respondeu uns dias mais tarde. Decidiu que a melhor forma de criticar o meu post era encontrar contradições entre aquilo que eu disse e as fontes que eu própria citei. Quanto ao artigo de Nicholas Kristof, o JM acha que o autor não defende a relação entre Quioto e Katrina porque diz: ««True, we don't know whether Katrina was linked to global warming”. Só que o JM não cita o resto do artigo. Cita o que lhe apetece. Se tivesse lido o artigo, veria que Kristof diz o seguinte: But there are indications that global warming will produce more Category 5 hurricanes. Now that we've all seen what a Katrina can do - and Katrina was only Category 4 when it hit Louisiana - it would be crazy for President Bush to continue to refuse to develop a national policy on greenhouse gases”. O que, aliás, estava no meu primeiro post.
Mas o JM decide mesmo recorrer aos trabalhos de Kerry Emanuel para desmentir a ligação Kioto_Katrina. Mais uma vez, descontextualiza-os. O que Kerry Emanuel diz, inequivocamente, é que os resultados das suas pesquisas “sugerem que o futuro aquecimento pode levar a uma tendência para o aumento do potencial destrutivo dos furacões” ( "My results suggest that future warming may lead to an upward trend in [hurricanes'] destructive potential”).
Portanto, quanto às fontes que eu citei, estamos conversados.
Depois, gostava de esclarecer que, com aliás escrevi no Diário de Notícias, não penso que se Bush tivesse assinado o protocolo de Quito, o Katrina teria sido evitado. Não seria atempado: tratam-se de efeitos morosos. Mas se tivéssemos prevenido o grau que hoje atinge o aquecimento global, respondendo aos alertas que cientistas fazem há décadas, é possível que Nova Orleães tivesse sido poupada. Se o protocolo de Quioto não for assinado “globalmente”, inclusivamente por Bush, o que os especialistas indicam é que potencializará novas catástrofes. Justamente por isso, citei Kristof que, como também escrevi no blog, se interrogava legitimamente sobre “a próxima tempestade”. Nessa próxima catástrofe, que preferia que não existisse mas que é provável, voltaremos a assistir à direita portuguesa a dizer que o furacão não tem nada a ver com o aquecimento global? Ou que não seria evitável?
João Miranda não foi sério a responder ao meu post. Descontextualizou e truncou textos conforme lhe apeteceu. E ainda teve a lata de chamar ao seu post: “Os detalhes são uma chatice”. Nota-se!
Quanto aos anti-americanos...são quem, afinal?
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