A pobreza do snobismo
"Snob: A person who sets too much value on social standing, wishing to be associated with the upper class and their mores, and treating those viewed as inferior with condescension and contempt."
- Chambers Dictionary
Há definições que assentam que nem uma luva e que categorizam certos indivíduos, tais como João Carlos Espada que proferem as seguintes palavras no suplemento Actual (Expresso, 20 de Agosto 2005). Ora vejamos:
"Hoje, visitamos um hotel de luxo ou viajamos de avião em primeira classe, verificamos que as elites competem entre si para ostentar um estilo andrajoso: não usam gravata, não vestem casaco, e apresentam-se descalços com umas xanatas arrepiantes. Além disso, falam alto, muitas vezes ao telemóvel, passam à frente das senhoras e nunca lhes cedem o lugar. Alguém disse, com propriedade, que são as elites pós-modernas."
Meu caro JotaCêÉ (perdoe-me a intimidade), há "clubes hereditários" dos quais nunca faremos parte, por muito que tenhamos queimado militâncias e ideologias errantes no passado e nos tenhamos reiventado com um PhD sob a batuta de Sir Karl Popper e novos associativismos em clubes selectos.
Já agora e por falar em "gentlemanship", o meu caro JCE deve-se ter esquecido de alguns dos ensinamentos de Sir Isaiah Berlin e Sir Karl Popper. Um "lapsus mortalis" para alguém que se diz liberal e adepto de uma sociedade livre e pluralista (pois é, às vezes nestas temos que "gramar" a diferença e as xanatas dos outros, por muito que nos desagrade).
Quem o ler até o confunde com um desses "românticos germânicos" que vê a sociedade como um espaço onde só há lugar para a figura do gentleman iluminado e esclarecido, que convenhamos, no fundo não anda muito longe do über man Nietzschiano.
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