O Regresso de Sócrates
É o título do Editorial do Público de hoje, por Manuel Carvalho:
"O primeiro-ministro chegou de férias e deve ter de imediato sentido um forte desejo de regressar à serenidade da savana. Não apenas porque à sua espera estava uma maré de incêndios que ameaça transformar o Verão num segundo capítulo da tragédia de 2003. Depois, porque encontrou o PS profundo envolvido no seu hobby favorito — a intriga. A seguir, porque pôde constatar que a economia portuguesa está condenada à estagnação em 2005, no melhor dos cenários, ou poderá até chegar ao final do ano em recessão. E tirou todas as dúvidas sobre o estado de espírito do país com a revelação do indicador de clima económico do INE, que coloca a confiança dos agentes ao nível dos primeiros meses de 2004. (…) Pode ser que, na placidez da savana, Sócrates tenha percebido que não se pode dar ao luxo de desbaratar capital político com nomeações duvidosas e programas que nada mais indicam do que vontade de mostrar trabalho. E que um pouco mais de comedimento e de pudor não lhe afectam a imagem de determinação e vontade que tanto gosta de propalar."
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