Ó Stôr
Leio o post que o MBR publicou esta tarde. Não estou de acordo com o que escreve, e espero que seja esse também um dos catalizadores deste blog. Apenas quero sublinhar aquilo que, seguramente, MBR sabe bem e que não menciona:
1. As paupérrimas condições dos professores- desde salários (que não aumentam há dois anos), ao desterro a que são sujeitos com sucessivas deslocações;
2. Os constantes ataques a que têm sido sujeitos (já nem quero falar da vergonha que foi o concurso dos professores com Santana Lopes), mas já mesmo sob este Executivo: por exemplo, recordo as declarações de Sócrates, no princípio deste mês, em Setúbal, quando disse que era um privilégio dos docentes e um mau exemplo estes não terem turma distribuída no ano da aposentação. Ou Sócrates não sabe do que fala, ou foi puramente demagógico, pois trata-se apenas de medida da administração para evitar que a meio do ano as turmas tivessem que mudar de professor. Outra possibilidade era, como está na lei, que o Ministério tivesse de pagar mais 1/3 ao professor por estar a trabalhar depois de ter atingido as condições de aposentação, o que assim se evita.
Outro exemplo foi o que o Governo disse sobre os professores com horário zero, que, efectivamente, não têm turmas atribuídas mas têm um horário a tempo-inteiro.
3- A falta de reconhecimento do estatuto da classe dos professores, que, sendo uma profissão de alto desgaste e que idealmente exige uma actualização constante, não vêem reconhecidos direitos nem possibilidades, com as quais, afinal, beneficiariam os alunos, ou seja, todos nós. Embora não concorde com tudo o que está neste artigo de João Dias da Silva no DN , no final indica algumas questões importantes
4- Esta questão do timing da greve é uma balela. Os professores não deveriam ter feito greve na altura dos exames? E o Governo, deveria ter avançado com estas medidas na altura dos exames? Ou contava que isso fosse um "impeditivo" ?
5- Se a greve não teve maior impacto, isso deve-se às ameças que foram feitas aos professores, à estranha tolerância que alguns têm aos governos do PS, e à desunião da própria classe dos professores.
6- O país está numa situação complicada e sim, é preciso contenção. A ver vamos se paga só o do costume e até que ponto vão as medidas de aumento das receitas.
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