O passado é o luxo de proprietários
(Sartre, Náusea, p.88, Ed. Gallimard)
Em Portugal, volta e meia, os arquivos da PIDE, a divulgação de nomes de informadores, são assunto, como foram em Abril deste ano.
Esta semana dois acontecimentos fizeram-me pensar sobre a impunidade em Portugal.
Um deles foi nos EUA, o julgamento e a condenação de Edgar Ray Killen, por ter assassinado, há 41 anos atrás, 3 homens de 20 e poucos anos, activistas de direitos civis. Killen era membro do Ku Klux Klan e conta agora com 80 anos. Este foi um caso que marcou uma geração e uma época, tendo sido projectado pelo filme Mississipi Burning.
Embora muitos lamentem que o crime não tenha sido considerado homicídio qualificado, tendo em conta a sua clara premeditação, na verdade, o mais provável é Killen falecer na prisão, tendo em conta a sua idade. A CNN ontem e anteontem mostrava como quer investigadores quer familiares das vítimas insistiam na ideia de “justiça feita”; “fecho de um capítulo”; “começar de outra época”.
A outra situação foi em Itália, onde o tribunal militar de Spezia condenou ontem à prisão perpétua 10 antigos soldados nazis alemães pelo massacre, em 1944, de 560 civis italianos.
<< Home