Morta ou Viva...

é como hoje os holandeses vão votar no Tratado Europeu. E provavelmente hoje é dia de Nee. As sondagens dão larga vantagem ao Não e a análise da NSS indica que as razões dos holandeses são:

Os holandeses vão perder influência na Europa (54%)
Os maiores países europeus vão ter mais poder (52%)
Os políticos farão decisões sem terem em conta a vontade popular (42%)

Um pouco diferente das seguintes interpretações de:

Julie Smith (Royal Institute of International Affairs) no Público (linkador-pagador) de hoje:

Sim, os holandeses são tradicionalmente apoiantes fortes da UE, mas (…) há a questão da política de imigração. Houve uma grande mudança na Holanda em relação à imigração. Tornaram-se muito mais cautelosos. Como em França, a questão da Turquia é invocada pela campanha do “não”. Não há nada no tratado que mencione a Turquia, mas há uma ideia geral de que a aprovação do tratado torna esta entrada mais fácil. (…) Ao contrário de França, há menos pessoas a dizer que é a perda do modelo social, mas há igualmente um voto de protesto para com os actuais governos. E há também questões que já estão consagradas nas leis nacionais mas que nunca foram debatidas, e que as pessoas nunca perceberam, e quando as vêem agora no tratado recusam-nas, mesmo que até já estejam em vigor. É o exemplo do argumento da perda de soberania.


Teresa de Sousa no Público de hoje:

O populismo e a xenofobia criaram raízes e hoje a imigração não europeia é um dos principais motivo da contestação dos holandeses à inoperância da sua classe política e, por ricochete, à Europa. O “não” da Holanda à Constituição é, tal como na França, a “federação” de múltiplos receios. Como em França, a adesão da Turquia foi um tema central da campanha. Um estudo realizado recentemente por um instituto de sondagens revela que, para 48 por cento dos holandeses, é esta a primeira razão para rejeitaram o
novo tratado.(…) A outra razão decorre do facto de os holandeses estarem fartos de pagar para os cofres de Bruxelas — primeiro para os “pobres do Sul”, agora para os “pobres do Leste”. (…)

Uma pequena nota: de acordo com esta sondagem os Suecos exigem o referendo.