segunda-feira, junho 27, 2005

"A marca Carrilho"

Ainda sobre a marca Carrilho, a Joana "postou" um link para um artigo entitulado Como Vender um Candidato (DN 9 de Abril 2005).

Nele o Edson, o Einhart e o Carlos (eu já os trato por tu e eles nem me conhecem, apesar de partilharmos o mesmo métier) opinam sobre a marca Carrilho e o papel de Bárbara (um verdadeiro exemplo de co-branding político, como diz cá a malta).

Indo à boleia da temática em questão gostaria de aproveitar para transcrever algumas passagens de uma carta publicada no Público (Tribuna do Leitor, 20 de Junho 2005) pelo Luis Jorge (um ex-colega e amigo destas lides):


"A marca Carrilho"

"A candidatura de Manuel Carrilho à Câmara Municipal de Lisboa coloca duas questões a um publicitário: a sua notoriedade é-lhe benéfica ou prejudicial? O facto de ser filósofo é um convite ao despeito ou à admiração dos Portugueses? A mulher com quem casou garante-lhe ou retira-lhe votos no eleitorado feminino? E no masculino? O pequeno Dinis Maria poderá fazer as delícias da terceira idade?Quaisquer que sejam as conclusões, parece óbvio que Manuel Carrilho se considera um produto, ou seja, um objecto tão vendável como um sabonete ou um aspirador. E mais que isso, pretende transformar-se numa constelação de estímulos que inspirem sensações de conforto, sofisticação e domesticidade, libertando os eleitores da díficil tarefa de analisar projectos, aprovar ou rejeitar reformas, enfim, de pensar."

(...)

"Quando vi Bárbara Guimarães, com o pequeno Dinis, a pedir que votassem 'no papá' e quando li os cartazes que prometem vagos 'projectos para Lisboa', não pude evitar a sensação de que há muita arrogância, vaidade deslocada e desprezo pelos eleitores nesta tentativa de manipulação canhestra dos media. O suave beneplácito do doutor Prado Coelho irritou-me ainda mais.
E a pergunta com que fico, depois de ter sido tratado como um débil mental, a pergunta a que ninguém vai responder, nem aqui nem na imprensa cor-de-rosa, a pergunta que me vai convencer a ficar em casa no dia das eleições é só uma: quem é que eles julgam que são?"

- Luis M. Jorge