Memorial à razão desconhecida
Como todas as datas que mudaram o (s) mundo (s), o 11 de Setembro não tem ano. É o 11 de Setembro, 9/11, como nós poderíamos dizer o 25 de Abril ou 1 de Dezembro. Nesse dia a contagem do tempo mudou, passou a ser daí em diante e, tal como com o aniversário de qualquer um de nós, é o dia que se assinala: o ano serve apenas para lembrarmos a distância. O feriado que hoje se celebra nos E.U.A., o Memorial Day, parece desde já marcado pelo facto de estar vivo. Não se lembrarão apenas os mortos de guerras anteriores, mas também os que perderam a vida na guerra no Iraque. Contudo, este 30 de Maio de 2005, parece confuso e alienado. Se imediatamente depois do 11 de Setembro, os americanos sabiam contra quem lutavam e porquê estariam dispostos a perder a vida, agora essa definição é uma nebulosa. Ninguém parece mais saber porque há guerra no Iraque, porque lá morrem os seus filhos e familiares. Não é o memorial ao soldado desconhecido, mas à razão desconhecida. Em nome de quê morreram? Como se justificam estas perdas e se dá sentido a estas mortes? Ground Zero é o sentimento que muitos americanos têm hoje ao assinalar o Memorial Day, mesmo que nestes últimos anos, infelizmente, a data tenha renovado o seu peso.
Se o 11 de Setembro deixou de ter ano, o Memorial Day assinala-se quotidianamente, parecendo desconectado do primeiro, mas tão incompreensível quanto ele.
Se o 11 de Setembro deixou de ter ano, o Memorial Day assinala-se quotidianamente, parecendo desconectado do primeiro, mas tão incompreensível quanto ele.
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